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Economia em Destaque: Arcabouço fiscal avança na Câmara

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

No cenário internacional, o destaque da semana foram as negociações acerca do teto da dívida pública nos Estados Unidos, que permanece indefinida. Além disso, tivemos a divulgação de indicadores de atividade econômica nos Estados Unidos e na Zona do Euro, que mostraram desaceleração na margem, e na China, que mostrou crescimento abaixo do esperado da indústria e do varejo.

Já no Brasil, o substitutivo do novo arcabouço fiscal teve uma avaliação neutra, com aumento de despesas no curto prazo combinado a algumas medidas de ajuste. Os dados sobre atividade econômica relacionados a serviços e varejo vieram acima do esperado, resultando em uma revisão das estimativas de crescimento do primeiro trimestre. E a Petrobrás anunciou a redução de preços de combustíveis, o que deve impactar a inflação no curto prazo.

Cenário internacional

Teto da dívida do governo dos EUA permanece como tema chave para economia global

As negociações envolvendo o teto da dívida nos EUA foram o principal tema internacional da semana. A secretária do Tesouro Nacional, Janet Yellen, já afirmou que, sem a elevação do teto, o país não conseguirá cumprir suas obrigações financeiras a partir do início de junho – entre elas, os juros da dívida pública.

Depois de mostrarem algum avanço durante a semana, as negociações entre o partido republicano e o governo foram interrompidas nesta sexta-feira. Os republicanos alegaram que o governo não vem sendo razoável, enquanto o governo afirmou que as conversas devem ser difíceis já que há diferenças em relação ao orçamento, mas que os esforços para uma solução conjunta continuarão. Assim, a novela em torno do limite de dívida continua e deve continuar gerando ruídos, em particular pelo cenário de alta polarização política no país.

Economia segue perdendo força nos EUA...

A produção industrial nos EUA mostrou recuperação em abril, subindo 1% em relação ao mês anterior, mas a alta foi concentrada em veículos automotores. As vendas no varejo avançaram 0,7% no mês passado, desempenho abaixo das expectativas dos economistas. Em nossa visão, a economia norte-americana continua a dar sinais de desaceleração gradual, sugerindo uma recessão moderada no final deste ano.

... E na Europa

A produção industrial da zona do euro recuou 4,1% em março (consenso: -2,5%), enquanto o Índice Zew de Sentimento Econômico referente a maio registrou -9,4 pontos, a primeira leitura negativa em 2023. Por fim, a segunda estimativa do PIB do 1º trimestre confirmou alta de apenas 0,1% em relação ao trimestre anterior.

Apesar dos dados de atividade mais fracos do que o esperado, o Banco Central Europeu (BCE) deve seguir elevando os juros nos próximos meses, em resposta à inflação ainda pressionada.

Atividade econômica decepciona na China, mas retomada continua

A produção industrial chinesa cresceu 5,6% em abril de 2023 em comparação ao mesmo mês do ano passado, bem abaixo dos 10,6% estimados pelo mercado. As vendas no varejo também ficaram levemente aquém das expectativas: elevação interanual de 18,4% (consenso: 21,0%). Apesar dos resultados terem ficado abaixo do esperado, a retomada do crescimento parece firme, ainda refletindo a reabertura “pós-Covid”. Com a China voltando a crescer, acreditamos que preços de grãos e energia devem continuar em patamares relativamente altos, em que pese a correção baixista vista nas últimas semanas.

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Enquanto isso, no Brasil...

Relator propõe leve aperto ao novo marco fiscal, que deve ser aprovado em breve

No Brasil, o deputado federal Claudio Cajado apresentou o seu relatório para a proposta do novo arcabouço fiscal. O projeto trouxe algum aperto em relação ao texto do governo, com “gatilhos” e penalidades adicionais caso as metas de resultado primário propostas não sejam alcançadas.

Entendemos que os parâmetros adotados confirmam o viés expansionista da política fiscal adiante. Os deputados aprovaram, por 367 a 102 votos, o regime de urgência ao projeto. Com isso, a votação de mérito começará na próxima semana. O placar expressivo sugere que o texto será aprovado sem dificuldades.

Resultados de março confirmam atividade forte no 1º trimestre

Os resultados do setor de serviços superaram as expectativas em março, impulsionados pelas atividades de transporte rodoviário e armazenagem. Houve crescimento real de 0,9% nas receitas do setor terciário em comparação a fevereiro, com 3 das 5 atividades pesquisadas avançando na margem.

As vendas no comércio varejista, por sua vez, cresceram 3,6% em março ante fevereiro, o quarto avanço mensal consecutivo. O resultado também surpreendeu positivamente os analistas de mercado. O resultado sugere que o consumo das famílias segue resiliente, em meio ao cenário de crédito mais caro e alto endividamento. O aumento da renda real disponível – recuperação do mercado de trabalho e impulsos fiscais – tem influência relevante sobre essa dinâmica recente.  

O Monitor XP para o PIB (estimativa de alta frequência) indica crescimento de 1,3% no 1º trimestre de 2023 ante o 4º trimestre de 2022, com ajuste sazonal. Projetamos alta de 1,4% para o PIB este ano.     

Petrobrás corta preço da gasolina e anuncia nova política de preços

A Petrobrás anunciou que deixará de praticar a política de paridade de preços internacionais. Além disso, houve anúncio de reduções nos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha. No total, essas medidas têm impacto baixista de 0,39pp sobre o IPCA de 2023.

O corte nos preços da gasolina foi respaldado pela queda da cotação internacional do petróleo combinada à recente apreciação da taxa de câmbio. A nosso ver, este movimento não tem relação com a sinalização de mudança na política de preços da companhia.

Ministro Haddad defende aperfeiçoamento do regime de metas para a inflação

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevista à CNN que seria desejável um aperfeiçoamento no regime de metas de inflação, o que pode acontecer já na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) de junho. Mais especificamente, Haddad defende a mudança de uma meta de ano calendário para uma meta contínua ao longo do tempo, como existe em muitos outros países, possivelmente estendendo o horizonte de convergência em caso de desvio da inflação em relação à meta. No lado fiscal, o Ministro reforçou a meta de reduzir 30% dos atuais benefícios fiscais para financiar o aumento das despesas públicas.

O que esperar da semana que vem

Na agenda internacional, destaque para dados econômicos nos EUA, como a medida de núcleo do deflator das despesas de consumo pessoal – indicador de inflação preferido do Federal Reserve – referente a abril. O mercado também avaliará a ata da última reunião do comitê de política monetária do banco central americano. Além disso, diversos índices de sentimento econômico serão publicados: índices de gerentes de compras - PMI, na sigla em inglês - nos EUA e zona do euro (prévia de maio); índices de clima de negócios (maio) e confiança do consumidor (junho) na Alemanha.

No Brasil, por sua vez, protagonismo para o IPCA-15 (prévia mensal) de maio. Ademais, os agentes de mercado acompanharão as estatísticas do mercado de crédito, as contas externas (balanço de pagamentos) e a arrecadação tributária federal referentes a abril. No campo político, atenções voltadas à votação do projeto do novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados, que deve ocorrer na quarta-feira. 

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