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Ata do Copom: Perseverança, firmeza e serenidade

Em nossa visão, a ata sugere que um ciclo de corte de juros é bastante improvável neste ano.

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O Copom divulgou nesta manhã a ata da reunião de setembro. O documento reforçou o tom duro do comunicado pós-reunião, destacando que o Comitê ainda avalia se manter a taxa Selic no nível atual por “período bastante prolongado (…) será suficiente para a convergência da inflação à meta” (p. 17). Ao manter o viés de alta, o Copom busca evitar, em nossa visão, qualquer discussão de mercado sobre cortes de juros no curto prazo.

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Cenário internacional

A ata argumenta que o ambiente externo “se mantém incerto” (p.5). A autoridade mencionou que, apesar de permanecerem presentes, temas estruturalmente desafiadores – como a introdução de tarifas e a elevação dos gastos fiscais nos países desenvolvidos – têm tido “menor impacto na formação dos preços de mercado do que esperado”. Enquanto isso, movimentos de curto prazo da política monetária dos Estados Unidos – por exemplo, o debate sobre o início do ciclo de cortes de juros pelo banco central e o ritmo de crescimento – têm tido maior impacto sobre a formação de preços.

Segundo a nota, o cenário global ainda incerto “deve preservar uma postura de cautela” adotada pela autoridade.

Por fim, o Comitê enfatiza que a recente apreciação da taxa de câmbio – um dos mecanismos de transmissão da conjuntura externa sobre a dinâmica de inflação no Brasil – foi “possivelmente relacionada em parte ao diferencial de juros, em parte à depreciação da moeda norte-americana frente a diversas moedas”.

Cenário doméstico

Sobre o cenário doméstico, a ata comunicou que “o conjunto dos indicadores de atividade econômica segue apresentando, conforme esperado, certa moderação no crescimento”, mas destacou que o mercado de trabalho “ainda mostra dinamismo” (p.2).

A ata descreve alguma melhora no cenário inflacionário: “uma moderação gradual da atividade em curso, certa diminuição da inflação corrente e alguma redução nas expectativas de inflação” (p. 18). Mas enfatizou que ainda é cedo para comemorar: “tal processo exige perseverança, firmeza e serenidade” (p. 9).

De fato, os indicadores de atividade permanecem mistos, com setores mais sensíveis ao crédito arrefecendo de forma mais clara do que aqueles sensíveis à renda. O Comitê “seguirá monitorando a totalidade dos dados” (p. 6).

Com relação ao balanço de riscos para a inflação, o Comitê destacou que tanto os riscos de alta quanto os de baixa seguem elevados. Entre os riscos de alta, destaca-se: “(i) uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; (ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais positivo; e (iii) uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário maior que o esperado, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.” Por outro lado, os riscos de baixa são: “(i) uma eventual desaceleração da atividade econômica doméstica mais acentuada do que a projetada, tendo impactos sobre o cenário de inflação; (ii) uma desaceleração global mais pronunciada decorrente do choque de comércio e de um cenário de maior incerteza; e (iii) uma redução nos preços das commodities com efeitos desinflacionários” (p.14).

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Nosso cenário

Em nossa visão, a ata sugere que um ciclo de corte de juros é bastante improvável neste ano. Acreditamos que o cenário de melhora inflacionária deve se consolidar à frente, permitindo uma política monetária menos restritiva no ano que vem. Continuamos a projetar um ciclo gradual de corte de juros a partir de janeiro, com a Selic atingindo 12,00% após seis cortes consecutivos de 0,50 p.p..

Um início mais tardio (em março ou depois) parece mais provável do que um mais cedo (dezembro).

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