XP Expert

Tarifas de Trump para o Brasil: o que muda na política, na economia e nos investimentos?

Quais os impactos das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos na política, na economia e nos investimentos? Veja a análise de especialistas

Compartilhar:

  • Compartilhar no Facebook
  • Compartilhar no X
  • Compartilhar no Whatsapp
  • Compartilhar no LinkedIn
  • Compartilhar via E-mail

Na quarta-feira (30), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto que impõe uma tarifa adicional de 40% sobre produtos brasileiros, elevando o imposto para 50% (considerando os 10% anunciados em 2 de abril, durante o “Liberation Day”). O decreto entra em vigor dia 6 de agosto, e diversos itens foram excluídos da lista da taxação extra, dentre eles petróleo, aeronaves e suco de laranja.

Em live especial na manhã de hoje (31), os especialistas da XP Caio Megale, economista-chefe, Raphael Figueredo, estrategista de ações, e Paulo Gama, head de análise política, destrincham os principais pontos de atenção envolvendo a nova tarifa sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos (EUA) e os impactos na política, na economia e nos investimentos. Assista abaixo:

Impacto limitado para a economia

Com a extensa lista de itens excluídos do imposto adicional, o impacto é ainda menor que o previsto para o Brasil, avalia Megale. Ele lembra que o mercado brasileiro exporta somente 18% do seu Produto Interno Bruto (PIB), um volume muito menor em comparação com outros países do continente, como México e Canadá (~40-50%).

Desses 18%, cerca de 10% vão para o território norte-americano, com a maior concentração em commodities (café, carnes, suco de laranja, aço) e manufaturados (principalmente aeronaves).

Segundo Megale, os produtos que ficarão de fora da taxação de 50% respondem por 42% da exportação brasileira aos EUA.

Olhando para frente, com a flexibilização das tarifas e considerando o impacto limitado, o economista acredita que esse tema perderá apelo logo mais, abrindo espaço para outras pautas guiarem os mercados.

Tarifas podem ditar rumo das eleições 2026?

Do ponto de vista político, Gama afirma que, diante da proximidade das eleições presidenciais de 2026, o governo foi hábil em capturar parte das discussões que as tarifas geraram. O posicionamento adotado refletiu em uma melhoria dos níveis de popularidade.

Na visão de Gama, o debate sobre as tarifas seguirá gerando impactos, mas não necessariamente sustenta toda a narrativa do governo.

“O governo ganha respiro, mas precisa ver se essa narrativa se sustenta, se esse tema continua na ordem de discussão política para que continue servindo de escada”, diz o especialista.

Sobre a carta divulgada por Trump, que citou diretamente o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, Gama avalia que existe certa intenção de pressionar por uma mudança de rota na decisão do Supremo Tribunal Federal sobre os eventos de 8 de janeiro. Porém, o especialista enxerga pouco espaço para isso acontecer – e, havendo uma decisão quanto à condenação ou não do ex-presidente, os caminhos que a oposição do atual governo pode adotar no processo eleitoral, como a escolha efetiva dos candidatos, ganham mais concretude.

Investimentos: sinais de que a correção da Bolsa está próxima do fim

Raphael Figueredo classifica o dia do decreto de Trump como “marcante” e reforça a ideia de que a fase de correção que a Bolsa brasileira engatou nas últimas semanas está próxima do fim.

O estrategista de ações da XP destaca que os mercados seguem bastante voláteis, mas os desdobramentos do Liberation Day promoveram um movimento de rotação de capital global para fora dos EUA, trazendo fluxos estrangeiros novamente para o Brasil.

Com a retomada dos investidores estrangeiros ao mercado local e a expectativa de que a taxa de juros brasileira entrará em ciclo de queda nos próximos meses, ainda existem oportunidades para capturar com ativos de risco domésticos, complementa Figueredo.

O especialista reforça que o cenário dos mercados no segundo semestre seguirá instável e incerto, e por isso é importante construir uma carteira diversificada para navegar esse período, priorizando exposição a diferentes classes de ativos.

Onde investir no 2º semestre de 2025? Confira as recomendações dos experts

XPInc CTA

Se você ainda não tem conta na XP Investimentos, abra a sua!

XP Expert

Avaliação

O quão foi útil este conteúdo pra você?


A XP Investimentos CCTVM S/A, inscrita sob o CNPJ: 02.332.886/0001-04, é uma instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.Toda comunicação através de rede mundial de computadores está sujeita a interrupções ou atrasos, podendo impedir ou prejudicar o envio de ordens ou a recepção de informações atualizadas. A XP Investimentos exime-se de responsabilidade por danos sofridos por seus clientes, por força de falha de serviços disponibilizados por terceiros. A XP Investimentos CCTVM S/A é instituição autorizada a funcionar pelo Banco Central do Brasil.


Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com a nossa Política de Cookies (gerencie suas preferências de cookies) e a nossa Política de Privacidade.