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A visão dos investidores sobre a “corrida frenética” da IA com Ruy Alves, da Kinea | Expert Talks

Ruy Alves, responsável pelas estratégias de ações e commodities dos fundos multimercados da Kinea, é o convidado do segundo episódio do Expert Talks

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Como On the Run, música presente no álbum The Dark Side of The Moon, pode ilustrar o momento que a inteligência artificial vive atualmente?

Ruy Alves, portfolio manager na Kinea Investimentos, é o convidado da vez no Expert Talks. Ao longo da conversa, o sócio e responsável pelas estratégias de ações e commodities dentro dos fundos multimercados da Kinea divide suas principais ideias sobre IA – o assunto do momento nos mercados globais –, economia americana, China e muito mais, sempre acompanhado de referências de Pink Floyd.

Assista ao episódio:

Sobre a Kinea

Criada em 2007, a Kinea é hoje uma das principais empresas de investimento da América Latina, agregando fundos de diversas classes de ativos, desde a renda fixa até o mercado de ações e fundos imobiliários.

Em 2020, a Kinea chegou ao posto de uma das maiores gestoras independentes do mercado financeiro de gestão de recursos.

Ela soma atualmente cerca de R$ 141,6 bilhões em ativos sob gestão. Na área em que Alves atua, de multimercados, o gestor conta que a Kinea tem sido um agente do mercado no movimento de internacionalização do portfólio desses fundos.

Dentro da área de fundos líquidos da casa, são 25 geografias cobertas por uma equipe formada por 50 profissionais, conta ele.

A economia americana em 2026

Alves direciona um tópico que deve se manter relevante para 2026: a economia americana.

Segundo ele, existem condições para o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, seguir cortando os juros à frente.

Dividindo a inflação ao consumidor, o CPI, em blocos, Alves avalia que Serviços e Aluguéis estão comportados, enquanto Bens não aparentam estar tão ruins quanto o esperado. Como, teoricamente, não vão ter novas tarifas, há caminho para mais redução da taxa Fed Funds.

O gestor lembra ainda que o Fed terá um novo presidente em maio, e a maioria das apostas é de um nome dovish, ou seja, mais brando no controle da inflação.

A corrida frenética da inteligência artificial

O desenvolvimento da IA e suas implicações para a sociedade foram o tema central da conversa.

Alves usa The Dark Side of The Moon, oitavo álbum de estúdio do Pink Floyd, para explicar como enxerga o cenário atual da indústria, que, na visão dele, tem sido incompreendida pelo mercado.

No mesmo compasso de On the Run, segunda faixa do álbum, a inteligência artificial está em uma corrida frenética, na qual as empresas estão chegando a gastar trilhões de dólares para o desenvolvimento de novas tecnologias, mesmo ainda tendo pouca receita ligada ao tema.

Na visão de Alves, o mercado parece que bateu muito em cima disso.

“Sim, a IA está nessa corrida, nesse frenesi louco. Mas os valuations no mercado não estão refletindo isso, pelo contrário: os valuations viraram contra a OpenAI no momento”, diz o gestor.

Para Alves, uma boa medida para determinar o valor da IA seria o quanto você estaria disposto a pagar para não usar os modelos que as empresas estão desenvolvendo. E o valor seria muito alto.

Alves diz que a IA está seguindo as leis de escala: “A questão é a usabilidade. Para você ter usabilidade da IA para fins corporativos, ela tem que diminuir o número de erros que comete dentro de determinada disciplina.”

Como toda indústria em processo de desenvolvimento, existem muitas perguntas que a IA ainda deve responder conforme o setor vai ganhando maturidade, como:

  • Quanto tempo uma empresa nova no mercado vai durar;
  • Qual é o retorno que a indústria de Cloud pode gerar;
  • Qual é a depreciação dos chips da Nvidia frente aos novos pares do mercado.

“É um momento em que as incertezas estão razoavelmente grandes. É como se fosse a fase da jornada do herói em que o herói é testado. O mercado não vai aceitar livremente, gastar livremente, sem apresentar receita. Agora, quem apresentar receita vai ser recompensado enormemente”, completa o gestor da Kinea.

Para ele, colocando hoje lado a lado quem usa caixa (como o Google) e quem usa alavancagem, quem tem menos vantagem competitiva no mercado é quem está usando mais alavancagem financeira.

Entrando no tópico sobre o papel da IA na construção da nova força de trabalho, Alves destaca que a IA está cobrindo (e cobrirá cada vez mais) grande parte dos chamados entry level jobs. A saída para a força de trabalho humana é dedicar um tempo maior de treinamento para que consiga oferecer maior valor agregado.

Alves vê a China como uma potência interessante. O gestor chama atenção para os investimentos em semicondutores e robótica na China, que têm se provado efetivos, ao passo que o país quer melhorar a condição de vida para a sua população.

Bolsa brasileira não é barata

Segundo Alves, existe uma ideia sobre a Bolsa brasileira que a Kinea tenta desmistificar.

A Bolsa não é barata, afirma o gestor. Ela está com taxa de desconto alta, e são coisas completamente diferentes.

“Para a Bolsa ser barata, tenho que dizer que o prêmio de risco de equities – o que você ganha acima da renda fixa da taxa de desconto da Bolsa – é grande. Esse prêmio é muito pequeno no Brasil, menor que a maioria dos pares”, diz Alves.

Por outro lado, a taxa de desconto é bastante elevada: “7% de juros reais na parte longa da curva, ninguém tem isso no mundo. Faz opticamente a Bolsa parecer barata.”

Na avaliação de Alves, a moeda brasileira está a favor do investidor, enquanto a Bolsa é uma preferência pessoal, com olhar já voltado para as eleições de 2026.

Olhando para a parte curta dos juros, ela independe das eleições. Com a desaceleração recente da economia brasileira e a inflação no caminho para convergir em direção à meta, Alves enxerga condições para o Banco Central cortar os juros, que se encontram em patamar emergencial.

Aprendizados durante a carreira

Como mensagem final da conversa, Alves compartilha alguns ensinamentos, a partir do que vivenciou ao longo dos anos atuando no mercado, para a nova geração de profissionais.

Alves conta que seu maior erro no começo da carreira foi pensar que ele era melhor do que realmente era.

“Dei muita sorte no começo, porque peguei um mercado muito bom, que eram os anos 90. Para equities, era um mercado fantástico. Depois peguei um período difícil. Mas naquilo tudo achava que era mais inteligente do que realmente era. Ainda acreditava que existiam fórmulas no mercado; que, com alguns livros, ou que se copiasse o estilo de alguém, teria sucesso”, conta.

Alves também dá um conselho para quem está começando: “Nunca fique pensando que é jovem demais para começar a pensar seriamente sobre o seu futuro e a sua carreira.”

Em um cenário onde o nível de competição global não irá diminuir e as pessoas estão se profissionalizando cada vez mais, Alves aconselha tomar responsabilidade com a vida o mais rápido possível, buscar um propósito.

“O prêmio de ganhar o jogo da vida é muito melhor.”

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