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Dividendos de ações ou de FIIs? Saiba onde investir para viver de renda

No mercado, existem boas oportunidades para quem quer viver de renda passiva. Saiba tudo sobre o investimento em ações e FIIs sob a perspectiva de remuneração em dividendos

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Dividendos de ações ou de FIIs? Saiba onde investir para viver de renda

No mercado de renda variável, é comum querer buscar, além de bons retornos, oportunidades que gerem renda extra. Não à toa, teses direcionadas em renda passiva, como os dividendos, estão entre os investimentos preferidos dos investidores brasileiros. 

Você já deve ter ouvido falar dos dividendos de Petrobras, Vale e grandes bancos. E existe um motivo por trás disso: além de tratar de empresas consolidadas no mercado brasileiro, os anúncios costumam ser amplamente aguardados pela expectativa de que os acionistas serão contemplados com distribuições robustas de parte dos lucros. 

Mas outra modalidade de investimento tem ganhado espaço na carteira dos investidores. Com a ampliação da oferta de produtos na Bolsa de Valores e leis que estimulam retornos ao cotista, os fundos imobiliários (FIIs) viraram uma das principais opções para quem busca viver de renda. 

Eis que surge a dúvida: quando falamos de dividendos, é melhor investir em ações ou FIIs? Nesse material, você vai entender as principais semelhanças e diferenças, além de vantagens e riscos, quando comparamos esses dois tipos de investimento.

Dividendos de ações e FIIs: definição, semelhanças e diferenças

Além de analisar o que as remunerações de ações e FIIs têm em comum, é importante entender no que elas se diferem.

O que são dividendos de ações e FIIs?

Como acontecem com as ações, os fundos imobiliários são obrigados, por lei, a distribuir parte dos lucros obtidos dentro de um período. Trata-se de um dinheiro pago ao cotista (ou acionista, no caso da ação) pela sua participação no fundo, com base nos resultados gerados em determinado período.

Também como no caso das ações, a remuneração é realizada de acordo com a proporção que cada cotista possui em número de cotas dentro do fundo. Por isso, quanto mais cotas o investidor possuir, maior será o valor que receberá em dividendo.

Periodicidade

As distribuições de dividendos de empresas de capital aberto e fundos imobiliários não têm periodicidade definida, mas devem ser realizadas ao menos uma vez:

  • a cada ano, no caso de ações; e
  • a cada semestre, no caso dos FIIs.

No entanto, é comum encontrar no mercado ativos que pagam em diferentes períodos; até mesmo mensalmente, algo mais comum em se tratando dos fundos imobiliários.

Percentual de lucro distribuído

Outra regra estabelecida por lei é o percentual mínimo obrigatório de distribuição.

No caso das ações, a Lei 6.404/76, também conhecida como Lei das S/A, determina que a companhia é livre para decidir os critérios que determinarão o dividendo mínimo obrigatório, desde que sejam regulados.

Esse dividendo mínimo obrigatório é determinado no estatuto da empresa. Em caso de não especificação do percentual, a companhia é obrigada a pagar 50% do lucro líquido anual ajustado.

Se os acionistas decidirem alterar o estatuto, essa parcela mínima obrigatória passa a ser de pelo menos 25% do lucro líquido ajustado.

Para fundos imobiliários, a Lei 9.779/99, que substituiu a de nº 8.668/93, que criou os FIIs, estabelece que o fundo deve distribuir aos cotistas o percentual mínimo de 95% dos lucros auferidos, apurados segundo o regime de caixa, no semestre.

Basicamente, quase tudo o que sobra após a contabilização das receitas com aluguel e venda de imóveis e/ou rendimentos de juros com títulos em renda fixa e o pagamento das obrigações e despesas precisa ser distribuído aos cotistas em rendimentos.

Existem fundos que distribuem mais do que o percentual mínimo obrigatório de 95%; nesses casos, quem decide se haverá distribuição total dos lucros é a administração do fundo.

Tributação

Uma das grandes vantagens de investir em ações pagadoras de dividendos e FIIs, e que explica a alta procura por parte dos investidores, é a isenção do Imposto de Renda. No entanto, algumas propostas em tramitação no Congresso Nacional preveem mudanças relevantes na tributação dos rendimentos.

A principal diferença dos dividendos para os juros sobre capital próprio (JCP), outra forma de bonificação bastante comum usada pelas companhias para dar retorno aos acionistas, é que estes estão suscetíveis a uma tributação de 15% sobre o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) a pessoas físicas.

Os dividendos são isentos ao investidor porque quem paga o imposto é a própria empresa. Por isso, muitas empresas acabam priorizando a distribuição de JCP.

A tributação sobre os dividendos ao investidor volta a ser pauta discutida no Congresso com a reforma do Imposto de Renda. O projeto de lei, além de prever a ampliação da faixa de isenção a pessoas com salário de até R$ 5 mil, propõe uma tributação de 10% sobre lucros e dividendos distribuídos acima de R$ 50 mil mensais, com vigência a partir de 2026.

Em outubro de 2025, a Medida Provisória (MP) nº 1.303/25, que buscava compensar o aumento da alíquota do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) e deixou investidores em alerta, foi derrubada.

A MP previa um imposto de 5% sobre diferentes títulos e valores mobiliários, incluindo FIIs, com validade para cotas emitidas a partir de 2026.

A MP também modificava o imposto em cima dos JCP, que passaria dos atuais 15% para 20%. Também por conta da lei da anualidade, as mudanças começariam a valer somente a partir de 2026.

Com a derrubada da MP no Congresso, a tributação de investimentos volta a ser o que era, ao menos por ora. Para FIIs e Fiagros, os dividendos seguem isentos para cotistas pessoas físicas. No caso das ações, os JCP seguem com retenção na fonte de 15%.

Ação ou FII: qual escolher?

Agora que você entendeu como funciona o pagamento de dividendos por empresas de capital aberto e fundos imobiliários, resta saber qual desses investimentos é o melhor para quem quer viver de renda passiva.

A resposta é que depende. Como vimos, existem características que diferenciam ações e FIIs quando falamos de remunerar o investidor, desde o percentual de distribuição até a frequência com que esses pagamentos são realizados.

Ações costumam ser mais voláteis, mas o potencial de retorno é maior. Já os FIIs, em termos de rendimentos, são mais previsíveis, já que muitas companhias acabam optando por usar parte dos lucros para reinvestir no próprio negócio.

Por outro lado, FIIs são bastante suscetíveis ao panorama macroeconômico doméstico e, em períodos de inflação e juros altos, podem se tornar tão voláteis quanto as ações.

Também vale ficar atento aos impostos aplicados sobre investimentos em ações e FIIs. Se, por um lado, os rendimentos são isentos de tributação (pelo menos por ora), isso não vale para quaisquer ganhos líquidos adquiridos com a venda de papéis.

Para vendas de ações no mercado à vista, a alíquota é de 15%, com exceção para ganhos líquidos mensais por pessoa física inferiores a R$ 20 mil. No caso de operações day trade e mercado de opções, a taxa é de 20%.

Para vendas de cotas de FIIs com lucro, a alíquota também é de 20%, mas, diferentemente das ações, a isenção para ganhos líquidos inferiores a R$ 20 mil não é válida para fundos imobiliários.

Por que reinvestir os dividendos?

Para exponenciar seus retornos, você pode considerar reinvestir seus dividendos. E isso serve tanto para ações quanto FIIs. Trata-se do poder dos juros compostos: quando você reinveste os proventos, o valor reinvestido começa a gerar novos ganhos. Os juros não incidem apenas sobre o valor investido inicialmente, como também no que foi reinvestido ao longo do tempo.

Nosso time de analistas de fundos listados elaborou um relatório especial explicando em detalhes as vantagens do reinvestimento no mercado de FIIs:

Reinvestir proventos: entenda como acelerar o crescimento da sua carteira de fundos imobiliários com renda recorrente

Veja também no episódio do XP da Questão o passo a passo de reinvestir dividendos com o serviço disponível na nossa plataforma:

Conclusão

Como você pode ver, tanto ações quanto FIIs têm suas vantagens, assim como riscos a considerar, com impactos diretos na distribuição dos rendimentos aos investidores.

Para construir um portfólio orientado em boas teses direcionadas a ganhos com renda extra, torna-se imprescindível analisar indicadores importantes para acompanhar a evolução dos rendimentos. E uma métrica essencial para isso é o Dividend Yield (DY).

Pelo Dividend Yield, o investidor consegue saber quais são os melhores ativos do mercado no que diz respeito à distribuição de dividendos. Seu cálculo é feito a partir de um percentual, considerando o valor dos dividendos pagos por ação/cota e o preço unitário da ação/cota antes da distribuição dos dividendos:

Dividend Yield = Dividendos pagos por ação ou cota / preço da ação ou cota × 100

Embora o DY seja uma das principais métricas para comparar os rendimentos dos ativos, não deve ser o único indicador que o investidor deve levar em conta.

Lembre-se de que, antes de mais nada, a distribuição de dividendos só é possível quando há lucro. Por isso, é importante pesquisar os fundamentos das teses, o perfil dos ativos e como anda a posição de caixa da empresa ou do fundo. Entender qual o seu perfil de investimento também, pois permite que você construa uma carteira mais alinhada ao seu nível de tomada de risco.

Tenha em mente que a diversificação de portfólio é uma ótima estratégia para quem busca proteção de patrimônio e perspectiva de retornos maiores, especialmente em momentos de alta volatilidade e incertezas. Considere expandir sua carteira investindo não apenas em ações, mas também em FIIs e outras classes de investimento como forma de potencializar os ganhos.

Aqui na XP, nosso time de Alocação prepara todo mês um relatório com o resumo do panorama macroeconômico global, perspectivas para diversas classes de ativos e recomendações para diferentes perfis de investidor. Acompanhe as edições do Relatório Mensal de Alocação aqui.

Também divulgamos carteiras temáticas com as melhores oportunidades mapeadas para o mês de referência. Acesse nossas sugestões em ações, dividendos, FIIs, renda fixa e ativos globais:

Confira todas as carteiras recomendadas

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