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Selic em 13,25%, rebaixamento do rating soberano dos EUA, payroll abaixo do esperado e temporada de resultados: Ibovespa cai 0,6% em semana movimentada

Não conseguiu acompanhar de perto o mercado durante a semana? Resumimos para você os principais destaques!

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Ibovespa: -0,6% | 119.508 pontos

Em mais uma semana negativa para ativos brasileiros, o Ibovespa encerrou em queda de -0,6% aos 119.508 pontos. No mais, apesar de acumular desempenho levemente positivo (+0,8%), a Petrobras (PETR4) caiu -3,0% na sexta-feira, após falas do presidente Jean Paul Prates a respeito da política de preços da estatal, além de resultados do 2º tri que decepcionaram os investidores. Como destaque da semana, os frigoríficos subiram (BRFS3 +19,7%, MRFG3 +17,9% e JBSS3 +9,9%) em meio a expectativas mais positivas para os resultados que serão reportados nas próximas semanas. Em contrapartida, Via (VIIA3) se destaca como a maior queda (-11,8%), frente a expectativas de um resultado mais uma vez fraco, assim como o Bradesco (BBDC4), caindo -5,3% na semana, após a divulgação de resultados ruins no 2T23, com uma revisão para baixo do seu guidance para o resto do ano.

O principal evento no Brasil foi a decisão do Copom de cortar a taxa Selic em 0,50 p.p. para 13,25%. Foi uma decisão dividida, com 4 dos 9 diretores votando a favor de um corte de 0,25 p.p., que era o que parte do mercado esperava. No comunicado, o Comitê destacou os efeitos defasados ​​da política monetária e a recente melhora nas expectativas de inflação, e acrescentou que considera o ritmo de 0,50 p.p. como “adequado” para as próximas reuniões. Nesse sentido, o time Macro XP projeta um cenário de cortes de 0,50 p.p. em cada uma das 3 últimas reuniões de 2023, com a taxa Selic chegando a 11,75% no final do ano. A decisão chegou a animar o mercado local, mas a alta não se sustentou pressionada por resultados da Petrobras (PETR4) e Bradesco (BBDC4) além do cenário internacional.

Lá fora, os principais índices americanos tiveram a pior semana desde março, marcado pelo rebaixamento do crédito soberano Fitch e dados do payroll. Os mercados americanos repercutiram o anúncio da agência Fitch que rebaixou a nota da dívida soberada de longo prazo dos EUA de AAA pra AA+, levando as taxas das Treasuries a subirem aos maiores níveis no ano e, consequentemente, pressionando o mercado de ações. Na sexta-feira, o relatório de empregos mensal mostrou a criação de 187 mil vagas em julho, abaixo dos 200 mil esperados, enquanto a taxa de desemprego caiu levemente para 3,5%. A desaceleração do mercado de trabalho levou a expectativas de uma pausa no ciclo de alta nos juros, que deu um alívio nas taxas das Treasuries, mas que ainda terminaram a semana nos maiores níveis dos últimos meses. O índice de volatildade (VIX) voltou a subir acima dos 17 pontos.  

Adicionalmente, o mercado americano repercutiu os resultados do 2º trimestre que já se aproxima do final. O destaque positivo foi a Amazon, que bateu expectativas de lucro e receita, além de dar um guidance acima do esperado. Na outra ponta, a Apple reportou resultados mistos, marcando o terceiro trimestre consecutivo de queda na receita. Com queda forte da ação, a maior empresa do S&P 500 perdeu o valor de mercado de US$ 3 trilhões.

No resto do mundo, as bolsas na Europa também tiveram uma semana negativa pressionadas pelos dados dos EUA. O destaque da região foi a decisão do Banco Central da Inglaterra em subir as taxas de depósito em 0,25 p.p. para 5,25%. Já na Ásia, o índice chinês CSI 300 foi o único positivo dentre as principais bolsas globais, impulsionado por notícias de mais estímulos para fortalecer a economia chinesa.


Temporada de balanços

Calendário de resultados da próxima semana


Mercados

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados até 04/08/2023.


Câmbio e juros

O Dólar fechou asemana em alta de 3,03% em relação ao Real, em R$ 4,88/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/37 fechou -6 bps na semana, atingindo 11,08%.

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados até 04/08/2023.


Fluxo de estrangeiros na Bolsa brasileira

Nessa semana, o saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa foi negativo em cerca de R$ 440 milhões; para investidores institucionais o saldo foi negativo em cerca de R$ 190 milhões e investidores Pessoa Física foi positivo em R$ 480 milhões.

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados de fluxo até 04/08/2023.


O que esperar para semana que vem?

No Brasil, a agenda econômica será agitada. Na terça-feira, teremos a divulgação da ata do Copom, após decisão de corte de 0,50p.p. na taxa Selic para 13,25%. Na sexta-feira, conheceremos o IPCA de julho, para o qual a XP projeta leve alta de 0,01% m/m, condizente com expansão interanual de 3,87%. O mercado aguarda alguma decisão da Petrobras sobre reajustes em combustíveis, que hoje operam cerca de 30% abaixo da paridade internacional; em nossas contas, uma alta de 1% na gasolina implica impacto de 0,03p.p. na projeção de IPCA. Além disso, teremos a divulgação pelo IBGE da Pesquisa Mensal do Comércio na quarta-feira e da Pesquisa Mensal de Serviços na quinta-feira.

Na seara internacional, estará no centro das atenções a divulgação do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos (CPI, sigla em inglês) relativo a julho, na quinta-feira. Na sexta-feira, a inflação ao produtor (PPI) também do mês passado será divulgada. Na China, serão divulgadas as leituras da balança comercial (terça-feira) e a inflação ao consumidor e produtor (quarta-feira), ambos referentes a julho. No Reino Unido, destaque para a leitura do PIB do segundo trimestre na sexta-feira.

Fonte: Bloomberg, Research XP.

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