Santander (SANB11): Enxuto, Focado, Rentável

Hoje (12), participamos de uma reunião com o CEO do Santander Brasil, Mario Leão. A principal mensagem é que o banco pretende atingir um ROE sustentável acima de 20% nos próximos anos, apoiado por: (i) originação e realocação de capital disciplinadas, com foco em ROEs ex-ante, eficiência de custos e otimização de portfólio; (ii) uma abordagem seletiva de risco no segmento massivo, priorizando a principalidade, a qualidade das garantias e a visibilidade dos fluxos de pagamento; (iii) maior agilidade na execução da política de crédito; e (iv) iniciativas contínuas de eficiência, como redução da presença física, simplificação de produtos e controle mais rigoroso das despesas. No geral, vemos esses esforços como um apoio à expansão do ROE do banco no longo prazo. Mantemos nossa recomendação de compra.

Com foco em um ROE sustentável. Em uma reunião com o CEO do Santander, Mario Leão, o executivo reforçou sua convicção de que o banco está no caminho certo para atingir um ROE sustentável acima de 20% nos próximos anos. O objetivo não é atingir esse número rapidamente, acelerando a carteira, mas sim construir retornos consistentes, mesmo em um ambiente macroeconômico desafiador, por meio de: (i) originação disciplinada com foco em ROEs ex-ante acima de 20%, (ii) realocação de capital para segmentos mais lucrativos, (iii) racionalização da estrutura de custos e (iv) rebalanceamento da carteira.

Estratégia de crédito seletiva. O banco continua cauteloso em sua abordagem de risco, especialmente no segmento massivo. De acordo com Mario, embora o Santander continue operando nesse segmento, a originação de crédito está sendo reavaliada com uma abordagem mais seletiva. O foco está na exposição direcionada, com maior ênfase na principalidade, qualidade das garantias e visibilidade dos fluxos de pagamento dos clientes. Nesse sentido, o banco está priorizando o crescimento nos segmentos de alta renda, renda média e corporativo, que oferecem retornos mais atraentes.

Melhorando a agilidade. Outro ponto importante destacado pelo CEO foi a maior agilidade do banco nas políticas de crédito e modelagem. De acordo com Mario, as mudanças nas políticas internas de crédito que antes levavam meses agora são implementadas em poucos dias, enquanto os ajustes estruturais do modelo podem ser concluídos em poucos meses.

Recuperação do ROE em andamento. De acordo com o executivo, os segmentos de alta renda, atacado e PME já estão operando com ROEs bem acima de 20%. Embora o segmento massivo ainda opere com números negativos, ele está passando por um processo avançado de redução de riscos e deve convergir nos próximos anos. As originações atuais já têm um ROE médio acima de 20%, o que deve levar à convergência nos próximos trimestres.

Eficiência como alavanca escalável. No que diz respeito à eficiência, o banco destacou as seguintes iniciativas: (i) redução da presença física; (ii) simplificação de produtos; e (iii) maior eficiência na estrutura. De acordo com o banco, o objetivo é criar uma plataforma escalável capaz de crescer, mantendo o crescimento nominal das despesas próximo de zero.

Foco estratégico nas PMEs. O segmento de PMEs é um dos principais focos do Santander, com alto potencial de crescimento e ROE bem acima de 20%. O banco vem expandindo suas operações de forma seletiva e granular, com serviços especializados divididos em cinco subsegmentos, uso intensivo de linhas públicas garantidas (FGI e Pronampe) e forte foco em atividades transacionais e aquisições. A força de vendas foi redesenhada: a equipe de vendas foi removida das agências e agora realizam até 5 visitas a clientes por dia por meio de um roteiro digital. De acordo com Mario, apesar da intensa concorrência, essa é agora a carteira mais lucrativa do banco, caracterizada pelo consumo eficiente de capital e forte potencial de vendas cruzadas.

Limpeza do portfólio. O Santander adotou uma abordagem mais rigorosa na gestão de inadimplência, acelerando baixas contábeis em casos com baixas perspectivas de recuperação, particularmente no segmento massivo. De acordo com o CEO, o banco preferiu reconhecer perdas antecipadamente ou liquidar por meio de acordos à vista, como parte de um esforço de redução de riscos com o objetivo de limpar o portfólio mais rapidamente e aumentar a lucratividade no médio prazo.

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