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Março segue com fluxo estrangeiro negativo – Fluxo em foco

Quais foram os principais fluxos e participantes da Bolsa brasileira no último mês? Neste relatório, destacamos as principais movimentações do mês.

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O mês de março foi marcado por uma incerteza adicional para os mercados globais, desta vez com o setor bancário global em destaque. Dois bancos americanos – Silicon Valley Bank e Signature Bank – foram fechados pelos reguladores. Na Europa, o Credit Suisse foi adquirido pelo UBS com a intervenção do Banco Central da Suíça. Já nesse início de abril, os mercados avaliam o início da temporada de resultado do 1o tri de 2023 nos EUA e no Brasil.

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No Brasil, a questão chave continuou a ser a política fiscal. Investidores passaram a maior parte de março aguardando o novo arcabouço fiscal, que finalmente foi anunciado.

Com a incerteza política pressionando os ativos domésticos, o Ibovespa teve outro mês negativo em março, caindo -2,9% em reais, mas com um real mais forte em relação ao dólar americano, ficou praticamente de lado em +0,1% em dólares. No ano, até dia 24 de abril, o Ibovespa já acumula queda de -5,3% em reais e -0,9% de dólares enquanto os mercados globais registram uma alta de +7%.

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Fluxo de capital estrangeiro fica negativo pelo segundo mês consecutivo

Com preocupações com a política econômica ainda em níveis elevados, o mês de março seguiu registrando um fluxo negativo de capital estrangeiro para a Bolsa. No mês, houve uma saída líquida de R$ 400 milhões. O início de abril, ao contrário dos dois últimos meses, registrou fluxo positivo. Esse retorno do capital estrangeiro possivelmente explicado pela apresentação da proposta do novo arcabouço fiscal.

O total acumulado de 2023 até agora ainda é positivo em +R$ 15,4 bilhões, porém bem aquém dos +R$ 61,9 bilhões acumulados nos quatro primeiros meses do ano passado.

Fonte: B3, XP Research. Dados até 18/04/2023.

O saldo de capital estrangeiro foi negativo no mês passado por conta de perspectivas cada vez mais deterioradas em relação ao fiscal. E o retorno em abril provavelmente se dá por uma leitura mais construtiva do arcabouço fiscal pelos investidores estrangeiros, já que traz maior visibilidade e reduz um pouco as incertezas apesar de ainda permanecerem várias questões em aberto..

Daqui pra frente, para que o fluxo estrangeiro seja positivo precisamos ver: (i) melhor resolução sobre a trajetória fiscal e política do país; (ii) a continuação da recuperação econômica; (iii) cenário positivo para as commodities e os mercados emergentes.

Fonte: Bloomberg, XP Research. Dados até 18/04/2023.

Investimentos em fundos de ações continuam com fluxo negativo

O investimento em fundos de ações teve um fluxo negativo de R$ 5,6 bilhões em fevereiro, último dado disponível, chegando a R$ 471 bilhões de patrimônio líquido. Já fundos multimercados tiveram um fluxo positivo de 14,2 bilhões chegando a um patrimônio líquido de RS 1,6 trilhões.

Com a taxa Selic agora em 13,75%, os fundos de renda fixa continuam o maior patrimônio. Em fevereiro, ao houve um fluxo negativo de R$ 9,4 bilhões nessa classe de ativos, com patrimônio líquido, mas o patrimônio continua se mantendo em quase R$ 3,0 trilhões.

Fonte: Anbima, XP Asset, XP Research. Dados até fev/2023.
Fonte: Anbima, XP Asset, XP Research. Dados até fev/2023.

Fundos de pensão: Alocação em fundos de renda variável em queda

Quando olhamos apenas para os fundos de pensão, segundo dados mais recentes disponíveis de dezembro de 2022 da Abrapp, o fluxo de alocação em ações diretamente foi de -R$1,3 bilhões em relação à dezembro de 2021. Com isso, eles estão com uma alocação de R$ 86,0 bilhões em ações.

O fluxo para fundos de renda variável também foi negativo em dezembro, quando comparado com o final de 2021, em -R$ 11,1 bilhões, chegando a R$ 64,8 bilhões.

Juntos, investimentos em ações e fundos de renda variável representam 13,7% da carteira desses fundos de pensão, resultando em um total de R$ 151 bilhões. Já para renda fixa, o saldo é de R$ 859 bilhões, representando 78,2% do total.

Fonte: Abrapp, XP Research. Dados até dezembro/22.
Fonte: Abrapp, XP Research. Dados até dezembro/22.

Os dados acima revelam que a participação das instituições no mercado acionário ainda é baixa quando comparado à exposição à renda fixa, ou seja, ainda existe um grande potencial de migração da renda fixa para a variável.

Número de investidores pessoas físicas passa de 6 milhões

Fonte: B3, XP Research. Dados até mar/2023.

Em março, último dado disponível, o número de investidores pessoas físicas (PFs) na Bolsa brasileira (B3) atingiu 6.131.011. Em relação a janeiro, houve um aumento de 27.648 investidores PFs, equivalente a um crescimento mensal de +0,5%. Quanto à posição total desses investidores PFs, houve uma redução do valor total mensal de -1,7%, atingindo R$437,7 bilhões investidos.

Investidores estrangeiros possuem as maiores participações na Bolsa

Os principais investidores da Bolsa brasileira são: 1) investidores estrangeiros (56,6%), 2) instituições (26,7%) e 3) pessoas físicas (13,0%). Juntos, eles representam 96,3% dos participantes do mercado acionário.

Fonte: B3, XP Research. Dados até mar/2023.
Fonte: B3, XP Research. Dados até mar/2023.

Nessa publicação, considera-se apenas o fluxo do mercado à vista.

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