Confira os destaques do setor de Alimentos & Bebidas nesta semana
Quais tópicos costumamos abordar? Preços das principais proteínas (boi, suíno e frango vivos, bem como suas respectivas carcaças); exportações brasileiras semanais de commodities selecionadas; preços de milho e soja, além de açúcar e etanol; dados do mercado norte-americano de proteínas; dados de fluxo e performance das ações na semana.
Por que esses dados são importantes? Porque eles podem impactar os preços de ações como ABEV3, BRFS3, MEAL3 e MRFG3. No momento, estamos restritos em JBSS3 e BEEF3 por determinação da nossa área de Compliance. Ou seja, não podemos realizar comentários sobre essas duas empresas por enquanto.
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Sexta-feira, 12 de fevereiro
Performance das Ações
Quinta-feira, 11 de fevereiro
IMC anuncia parceria com Raízen Combustíveis
A IMC anunciou ontem à noite a assinatura de um contrato de parceria comercial com a Raízen Combustíveis para prospecção de novas unidades em rodovias do Sul e Sudeste. A Raízen apresentará proprietários e/ou operadores de postos de combustíveis para que a IMC “lhes proponha a instalação e operação de restaurantes da marca Frango Assado em tais postos, sendo que as condições de tais negócios serão individualmente discutidas entre a IMC e cada potencial interessado.”
Além disso, segundo o comunicado, “a IMC negociará também com a Raízen Combustíveis a adoção da bandeira Shell e contratação junto à Raízen Combustíveis de fornecimento de combustíveis em postos operados pela IMC. Não há qualquer exclusividade por parte da Raízen Combustíveis ou da IMC em razão da celebração do contrato de parceria comercial.” Conforme apurado pelo Valor, a IMC hoje tem 19 postos com as bandeiras BR Petrobras, Ipiranga e Ale, sendo a maioria (16) BR.
O jornal também fala em “abertura de 50 novas unidades do Frango Assado em postos Shell nos próximos cinco anos, ou seja, o dobro das 25 unidades atuais no país”, o que nos parece uma meta bastante agressiva considerando que a empresa não abre uma unidade da rede desde seu IPO em 2011. Vale lembrar que a Shell tem cerca de mil postos em rodovias do país, sendo metade no Sul e no Sudeste.
Enxergamos o anúncio da parceria com bons olhos e ficaremos atentos ao desenrolar dessa aproximação entre IMC e donos de postos, uma vez que o comunicado contempla apenas a proposição da instalação de unidades do Frango Assado, mas não apresenta metas sobre abertura de lojas, nem mais detalhes sobre como funcionaria o rateio de resultados e despesas entre participantes.
Proteínas nos EUA
- Na primeira semana de fevereiro, foram abatidas 653 mil cabeças de gado nos EUA (estável na comparação mensal e +3% A/A). O preço ponderado dos cortes da carcaça (cut-out value) ficou em US$ 235/cwt (+14% M//M e +12% A/A).
- No mesmo período, foram abatidas 2,7 milhões de porcos nos EUA (-6% M/M mas estável na comparação anual). O cut-out value ficou em US$ 83/cwt (+5% M/M e +24% A/A).
- Por fim, na semana também foram abatidas 167 milhões de frangos (+21% M/M e -3% A/A). O preço composto da carcaça de frango ficou em US$ 83/cwt (+1% M/M e -3% A/A).
Quarta-feira, 10 de fevereiro
Açúcar & Etanol
- O etanol fechou a primeira semana de fevereiro em R$ 2,13/litro: +3% vs. janeiro e +1% vs. 2020.
- Já o açúcar fechou o pregão de ontem em US$ 16,44 cents por libra (peso): +6% vs. janeiro e +9% vs. 2020.
Milho & Soja
- O milho fechou terça-feira em R$ 83/saca: +1% vs. janeiro e +64% vs. 2020. Em Chicago, o milho começou a semana en US$ 5,56/bushel (+13% vs. janeiro e +46% vs. 2020), ou seja, aproximadamente R$ 71/saca.
- Já a soja começou a semana em R$ 169/saca: +1% vs. janeiro e +95% vs. 2020. Em Chicago, o preço de fechamento de terça foi US$ 14,02/bushel (+2% vs. janeiro e +50% vs. 2020), ou seja, cerca de R$ 166/saca.
Heineken divulga resultado de 2020 em linha com o esperado
Heineken, a segunda maior cervejaria do mundo, divulgou resultados anuais tão desafiadores quanto o esperado segundo a Reuters, já que as restrições impostas pela pandemia restringiram o consumo global de álcool. Os destaques de 2020 incluem uma redução de 11,9% na receita líquida versus 2019, principalmente devido a uma redução de 8,1% no volume no período, aliada a uma queda de preços de 2,4%. Seu lucro líquido consolidado para o ano atingiu € 1,1 bilhão, -49,4% organicamente. A marca Heineken foi o principal destaque positivo em função de sua resiliência: globalmente, o volume permaneceu praticamente estável (-0,4% A/A).
De acordo com o CEO da Heineken, Dolf van der Brink, “a marca Heineken foi brilhante, com a continuidade de seu desempenho excelente no Brasil”. A marca cresceu dois dígitos em 25 mercados, incluindo o Brasil, onde a Heineken 0.0 (sem álcool) também cresceu significativamente. Além disso, o desempenho da Amstel também merece destaque, registrando crescimento de dois dígitos tanto no Brasil quanto no México e parcialmente compensando quedas registradas na Europa e na África do Sul.
Olhando para frente, a Heineken afirmou que permanece cautelosa com o ritmo dos programas de vacinação em todo o mundo – conforme destacado pela Reuters, Brasil e México, dois dos maiores mercados da empresa, ainda estão enfrentando dificuldades para lidar com a pandemia. Como resultado, a cervejaria disse que espera que a receita, lucro operacional e margem de lucro operacional de 2021 fiquem abaixo dos níveis de 2019. Adicionalmente, a empresa planeja cortar cerca de 8.000 empregos (aproximadamente 9% de sua força de trabalho no final de 2019) em um esforço para restaurar as margens operacionais aos níveis pré-pandemia.
Em nossa opinião, a Heineken continua sendo o concorrente mais importante da AmBev no Brasil e, embora o crescimento de dois dígitos da marca Heineken no país já fosse esperado pelo mercado, o desempenho da Amstel foi uma surpresa positiva, o que poderia indicar que a empresa está reagindo à estratégia de expansão do portfólio da AmBev. Continuamos confiantes na capacidade da AmBev de dispor de suas vantagens competitivas, como seu sistema de distribuição incomparável, juntamente com sua crescente abordagem centrada no cliente, para enfrentar um cenário competitivo tão desafiador e reiteramos nossa recomendação de Compra para ABEV3 com um preço-alvo de R$ 17,15 por ação.
Terça-feira, 9 de fevereiro
USDA: relatório baixista, mas cenário segue desafiador
MILHO – diante do ligeiro aumento na produção mundial e estoques finais mais altos, o relatório do USDA foi baixista para os preços do milho. O mercado esperava um corte na produção dos EUA, mas tanto para a América do Norte quanto para a América do Sul não houve mudança nas projeções. Vale destacar que a China segue aumentando sua importação com o objetivo de compor estoques estratégicos. Nesse sentido, o cenário de oferta e demanda segue ajustado para essa safra, portanto permanecemos altistas para milho.
SOJA – sem mudanças nas projeções de produção, fato esperado pelo mercado, o relatório foi ligeiramente baixista para preços de soja, mas o aumento nas exportações e consequente queda nos estoques finais devem fornecer sustentação ao mercado. O cenário de oferta e demanda segue ajustado e um começo lento na colheita do Brasil poderia aumentar a pressão altista.
PRODUTORES – cenário segue positivo para os produtores de grãos, ou produtores de praticamente todas as commodity agrícolas, mas os principais drivers de alta já foram precificados no mercado. Espera-se volatilidade nos próximos meses, mas acreditamos em bons resultados para 2021.
COMPRADORES – cenário desafiador uma vez que as posições de hedge construídas ao final de 2020 começam a absorver a tendência de alta observada no começo de 2021. Com isso, o mercado espera compressão de margem para a maioria das indústrias, principalmente produtores de frango, enquanto produtores de suínos devem conseguir repassar parte dessa alta para a China.
Exportações Semanais
Conforme dados preliminares da SECEX para as exportações brasileiras:
- Na primeira semana de fevereiro, foram exportadas 24 mil toneladas de carne bovina (-23% versus fevereiro/2020, considerando a média diária) a um preço médio de US$ 4.528 por tonelada (estável versus janeiro/2021 e 2% acima de fevereiro/2020). Em reais, por outro lado, o preço aumentou 27% A/A e 2% M/M, atingindo R$ 24.452 por tonelada.
- Adicionalmente, foram exportadas no período 20 mil tonelada de carne suína (+21% versus fevereiro/2020) a um preço médio de US$ 2.427 por tonelada (+4% M/M mas -2% A/A) ou R$ 13.105 por tonelada (+6% M/M e +22% A/A).
- Por fim, foram exportadas no período 90 mil toneladas de carne de aves (-2% versus fevereiro/2020) a um preço médio de US$ 1.497 por tonelada (-4% A/A mas +4% M/M) ou R$ 8.085 por tonelada (+6% M/M e +19% A/A).
Segunda-feira, 8 de fevereiro
Proteínas no Brasil
- O boi gordo fechou a semana passada em R$ 302/@, um crescimento de 9% versus janeiro e de 56% versus 2020.
- Já a carcaça bovina fechou em R$ 19,80/kg, +7% versus dezembro e +46% versus 2020 (traseiro: +53% versus 2020).
- O suíno vivo (referência: SP) fechou em R$ 6,26/kg, registrando queda de 20% versus janeiro mas +27% versus 2020.
- A carcaça suína (mercado doméstico) fechou em R$ 8,79/kg, -23% versus janeiro mas ainda +23% versus 2020.
- Por fim, o frango congelado (carcaça) fechou a semana em R$ 5,99/kg, -2% versus janeiro mas +26% versus 2020.
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- 11 de Janeiro, Expresso #18 -> https://conteudos.xpi.com.br/acoes/relatorios/expresso-alimentos-bebidas-18/
- 18 de Janeiro, Expresso #19 -> https://conteudos.xpi.com.br/acoes/relatorios/expresso-alimentos-bebidas-19/
- 1 de Fevereiro, Expresso #20 -> https://conteudos.xpi.com.br/acoes/relatorios/expresso-alimentos-bebidas-20/
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