MACRO
Bolsas internacionais amanhecem sem direção definida, oscilando entre positivo e negativo (EUA -0,2% e Europa -0,2%), enquanto investidores continuam focados na temporada de resultados americana e nas perspectivas econômicas globais. O maior apetite por risco nos mercados tem suporte nos balanços mais resilientes que o esperado até o momento, sugerindo que uma recessão talvez não esteja tão próxima. A temporada de resultados segue hoje com ASML, Tesla e United Airlines. Na Europa, o fornecimento de gás natural através do Nord Stream deverá ser retomado nesta quinta-feira, mas ainda com capacidade reduzida. Na China, o índice de Hang Seng (+1,1%) encerra em alta, acompanhando os pares globais. O primeiro-ministro, Li Keqiang afirmou que o país focará no fortalecimento do mercado de trabalho e estabilidade de preços, mesmo que isso implique em uma menor taxa de crescimento. Além disso, o país optou por manter as taxas de juros imobiliárias de 1 e 5 anos constantes, a decisão foi em linha com o consenso da Bloomberg.
Confira as expectativas para os resultados das empresas dos Estados Unidos nessa temporada
Aberta a temporada de resultados do 2º trimestre
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EMPRESAS
Netflix sobe depois de reportar queda de assinantes menor que o esperado e sinalizar expectativa de crescimento: A Netflix (NASDAQ: NFLX, BDR: NFLX34) reportou uma receita de US$ 7,97 bilhões vs. US$ 8,04 bilhões projetado pelos analistas, o LPA foi de US$ 3,73 vs. US$ 2,98 esperados pelo mercado, uma surpresa positiva de 25,2%. As ações reagiram positivamente, principalmente depois da notícia que o streaming perdeu menos assinantes do que o previsto durante o segundo trimestre. A Netflix havia alertado aos investidores que esperava perder cerca de 2 milhões de assinantes no último trimestre, mas perdeu apenas cerca de 970.000 durante o período. A empresa também informou que está nos planos lançar, no início de 2023, seu plano de baixo custo, que será sustentado por anúncios. Isso depois da Netflix ter escolhido a Microsoft para ser sua parceira na oferta suportada por anúncios. “Provavelmente começaremos em alguns mercados onde os gastos com publicidade são significativos”, explicou a Netflix.
Olhando para frente, a empresa espera que as adições líquidas atinjam 1 milhão no terceiro trimestre, revertendo parte das perdas observadas durante o primeiro semestre do ano. Analistas previam que a Netflix guiaria um crescimento de cerca de 1,8 milhão. A companhia também informou que está nos estágios iniciais de seu plano de compartilhamento pago. Este é um esforço mencionado no último trimestre que cobraria alguns membros por compartilhar sua assinatura com familiares ou amigos que moram fora de casa.
Johnson & Johnson diminui previsões de lucros e receita por conta da força do dólar: A Johnson & Johnson (NYSE: JNJ, BDR: JNJB34) reportou uma receita de US$ 24 bilhões vs. US$ 24 bilhões projetados pelo mercado, o LPA foi de US$ 2,59 vs. US$ 2,55 esperados pelos analistas. A unidade farmacêutica foi o destaque, uma vez que as vendas de medicamentos subiram 6,7%, para US$ 13,3 bilhões, impulsionadas por terapias contra o câncer e imunologia e pela vacina Covid. A receita das vacinas gerou US$ 544 milhões, mais que o dobro da estimativa média dos analistas, com a grande maioria da receita vinda de fora dos EUA. A unidade de dispositivos enfrentou problemas na China, disse o diretor financeiro da J&J, Joseph Wolk, onde um surto de Covid levou a uma redução de 25% a 30% nos procedimentos antes da pandemia. Ainda assim, disse ele, os números de cirurgias na China melhoraram em junho, e o segundo semestre parece mais forte.
A J&J também está avançando na cisão de sua unidade de saúde do consumidor, que ainda é esperada para o próximo ano. As vendas da divisão caíram 1,3%, para US$ 3,8 bilhões, ainda superando por pouco a visão média. Por fim, olhando para o futuro, a empresa disse que espera um lucro ajustado para o ano de US$ 10 a US$ 10,10 por ação, abaixo da previsão anterior de US$ 10,15 a US$ 10,35 por ação. As vendas para o ano foram previstas em US$ 93,3 bilhões a US$ 94,3 bilhões, contra expectativas anteriores de US$ 94,8 bilhões a US$ 95,8 bilhões, segundo corte de previsão da J&J este ano devido ao cenário macroeconômico, uma vez que um dólar mais forte deve impactar as vendas internacionais.
Indo agora para o setor de defesa...A Lockheed Martin (NYSE: LTM, BDR: LMTB34), empresa fabricante de produtos aeroespaciais, divulgou seus resultados com uma receita de US$ 15,4i vs. US$ 16,0 esperados, o LPA foi de US$ 6,32 vs. US$ 6,40 projetados pelo mercado. As vendas trimestrais da maior unidade da Lockheed, Aeronautics, que fabrica o F-35, caíram 12%, para US$ 5,8 bilhões. O diretor financeiro Jay Malave disse que as vendas foram prejudicadas pelo fim de alguns financiamentos federais, enquanto os problemas da cadeia de suprimentos atingiram amplamente a unidade aeronáutica. A Lockheed recentemente mudou algumas obrigações de pensão, comprando contratos de anuidade de uma seguradora. A taxa foi de aproximadamente US$ 4,50 por ação. A cobrança é realmente uma coisa boa e, essencialmente, representa uma forma de pagamento da dívida que torna o balanço menos arriscado. Contudo, a Lockheed agora espera que as vendas de 2022 sejam de cerca de US$ 65,3 bilhões, abaixo da orientação anterior dada em abril que previa US$ 66 bilhões em vendas.
Regulador chinês multará Didi em mais de US$ 1 bilhão por violações de segurança de dados: As autoridades chinesas estão se preparando para impor uma multa de mais de US$ 1 bilhão à empresa de carona Didi, encerrando a investigação que perdura por um ano sobre as práticas de segurança cibernética da empresa, segundo o Wall Street Journal. Tal multa representaria cerca de 4% das vendas totais de US$ 27,3 bilhões da Didi no ano passado. Depois que a penalidade for divulgada, o governo deve aliviar a restrição que proíbe a Didi de adicionar novos usuários à sua plataforma e permitir que o aplicativo da empresa de carona seja restaurado nas lojas de aplicativos domésticas. A multa também pode abrir caminho para Didi iniciar uma nova listagem de ações em Hong Kong. A conclusão da investigação reforça os sinais de que Pequim pode estar se movendo para aliviar a repressão as empresas de tecnologia locais que viram punições pesadas, como a Alibaba (NYSE: BABA, BDR: BABA34) e Tencent.
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ANÁLISE
Custos mais altos de bateria podem atrasar o ponto de inflexão para EVs: O gráfico acima, da BloombergNEF, mostra que os preços das baterias vêm caindo à medida que as vendas crescentes de veículos elétricos permitem economias de escala e inovações químicas melhoram a densidade de energia, atualmente esse valor está em US$ 135 por quilowatt-hora, cerca de 2% acima do ano anterior. Os preços estão se aproximando cada vez mais da marca de US$ 100 por quilowatt-hora, na qual se espera que os veículos elétricos (EVs) atinjam a paridade com os veículos com motor de combustão interna, com base no custo inicial. No entanto, pode haver um obstáculo este ano. Em meio ao aumento dos custos de matérias-primas e componentes, os preços das baterias podem aumentar pela primeira vez desde 2010. Se as pressões inflacionárias persistirem, isso pode atrasar em dois anos o ponto em que os EVs atingiriam o valor de US$ 100 por quilowatt-hora, até 2026. À medida que os custos aumentam e os desafios da cadeia de suprimentos continuam, isso se traduz em veículos elétricos mais caros, uma vez que as montadoras acabam sendo impactadas por esse aumento de custos. Entre outros, Tesla (NASDAQ: TSLA, BDR: TSLA34), Rivian (NASDAQ: RIVN) e GM (NYSE: GM, BDR: GMCO34) aumentaram os preços de seus modelos este ano.
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