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Petrobras (PETR4): Resultados bons, mas dividendos melhores ainda

A Petrobras reportou seus resultados operacionais referentes ao primeiro trimestre de 2022. Veja nossos comentários sobre sua performance no período.

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Ontem (5) a Petrobras (PETR4) divulgou seus resultados trimestrais, com EBITDA +14% acima da nossa estimativa e +10% acima do consenso. A superação em nossas estimativas se deu em função da margem EBITDA de RTC acima do esperado (13% vs 6% XPe), devido ao efeito positivo do giro de estoque entre os trimestres. O FCL chegou a US$ 7,9 bilhões (9% yield, 36% anualizado), e a companhia também faturou US$ 1,7 bilhão em desinvestimentos. Este foi mais um trimestre com margens saudáveis e geração de caixa robusta. Adicionalmente, os dividendos estão proporcionando aos investidores um bom retorno total das ações, apesar do ruído político que mantém os preços (e índices) das ações reprimidos: junto com os resultados, a companhia anunciou dividendos de R$ 3,72 por ação ou 11,3% de dividend yield. Reforçamos nossa recomendação de Compra no nome.

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Destaques financeiros: A Petrobras reportou um EBITDA Ajustado de US$ 14,4 bilhões (margem de 53%), ficando +14% acima da nossa estimativa e +10% acima do consenso. A superação em nossas estimativas se deu em função da margem EBITDA do RTC acima do esperado (13% vs 6% XPe), devido ao maior efeito positivo do giro de estoque entre os trimestres. O FCL (caixa líquido gerado pelas atividades operacionais – CAPEX) foi de US$ 7,9 bilhões (9% yield, 36% anualizado), e a Petrobras também faturou US$ 1,7 bilhão em desinvestimentos. A dívida bruta foi de US$ 58,5 bilhões (basicamente estável no trimestre), enquanto o caixa e equivalentes encerraram o trimestre em US$ 18,5 bilhões.

Pagamento de dividendos

A situação financeira robusta da Petrobras permitiu que a companhia anunciasse a aprovação de mais uma rodada de distribuição de dividendos, de R$ 3,72/ação (11,3% dividend yield sobre PETR4) equivalente a R$ 30,7 bilhões (US$ 6,1 bilhões na cotação atual). As ações serão negociadas ex-dividendos na B3 e NYSE a partir de 24 de maio. O pagamento será feito em duas parcelas: R$ 1,85 em 20 de junho (a partir de 27 de junho para detentores das ADRs) e R$ 1,85 em 20 de julho (a partir de 27 de julho, para os detentores das ADRs).

E&P:  O preço médio de venda do petróleo foi de US$ 93,7/bbl (+21% T/T e +64% A/A) impulsionando o aumento de +25% T/T nas vendas. O EBITDA Ajustado foi de US$ 14 bilhões (+28% T/T), com margem de 71%. O custo de extração do pré-sal (com arrendamentos) ficou em US$ 5,1/bbl (-3% T/T e +11% A/A), mostrando que o aumento observado no último trimestre foi de fato impulsionado por intervenções e manutenção em poços (custo de inflação ainda não chegou para empresas brasileiras de O&G). Em uma base consolidada, o custo de extração ficou quase estável no trimestre, porque o menor custo de extração no pré-sal foi compensado pelo aumento nos custos dos campos do pós-sal (+7% T/T e +2% T/T). O Capex foi de US$ 1,4 bilhão (-35% T/T, -16% A/A), mas esperamos que esses valores acelerem durante o ano (o plano de negócios da Petrobras anunciou um guidance de US$ 8,8 bilhões para 2022 ou US$ 2,2 bilhões por trimestre).

RTC: Essa divisão foi a principal responsável pela superação da nossa estimativa de EBITDA, com margens melhores do que as previstas. As vendas atingiram US$ 24,7 bilhões (+17% T/T e +77% A/A). O lucro bruto foi de US$ 3,1 bilhões (+38% T/T), principalmente em razão do maior efeito positivo do giro de estoque entre os trimestres. Excluindo esse efeito, o lucro bruto teria sido de US$ 1,1 bilhão.

G&E: Assim como no trimestre anterior, o EBITDA do segmento foi negativo (-US$ 3 bilhões), porém com uma margem levemente melhor (-9% vs -17% no 4T21), devido aos preços médios de venda de gás natural mais altos em razão da alta do Brent e dos novos contratos de venda para o segmento não termoelétrico. Adicionalmente, com a recuperação dos níveis dos reservatórios hidrelétricos, houve redução da demanda de gás natural para geração termelétrica, o que levou a um menor volume de GNL regaseificado e, consequentemente, à redução do custo médio do gás comprado.

Vale a pena investir nas ações da Petrobras?

Embora o EBITDA tenha ficado acima dos nossos números, isso foi principalmente um efeito do giro de estoque. No entanto, este foi mais um trimestre com margens saudáveis e geração de caixa robusta. Os dividendos estão proporcionando aos investidores um bom retorno total sobre as ações, apesar do ruído político que mantém os preços das ações (e múltiplos) reprimidos. Por fim, vemos as ações da Petrobras negociando a 2,3x EV/EBITDA 2022 e reforçamos nossa recomendação de Compra do nome (preço-alvo de R$ 47,80 para as ações PETR3/PETR4).

Revisão dos resultados financeiros
Reportado vs XP
Lifting cost de E&P com leases (US$/boe)
EBITDA de RTC (US$ milhões)
EBITDA de G&E (US$ milhões) e margem (%)
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