🌎RADAR GLOBAL: O novo alvo da China

MACRO

Bolsas internacionais amanhecem levemente negativas (EUA -0,3% e Europa -0,4%) após índices americanos encerrarem a semana em níveis recordes, investidores agora aguardam os resultados das gigantes de tecnologia e a reunião de dois dias do Federal Reserve, começando na terça. Na China (-3,2%), o mercado segue negativo em virtude de novas pressões regulatórias sob empresas de educação e tecnologia. O Bitcoin (+11,8%), retorna aos US$ 38 mil, patamar mais alto das últimas 6 semanas, ao passo que investidores encerram posições vendidas e especula-se a entrada da Amazon em criptomoedas após divulgarem uma oferta de trabalho para especialistas em blockchain.

Coronavírus: 19 participantes das Olimpíadas testaram positivo pra COVID-19 e casos em Tóquio registram nível mais alto em 6 meses. A cidade deve receber mais de 85 mil pessoas e enfrenta o desafio de acelerar sua vacinação. Apenas 17,4% da população está totalmente vacinada e 46,1% receberam uma dose.

EMPRESAS

Temporada de resultados do 1T21 nos EUA – Sexta-feira: American Express e Honeywell. Hoje: Tesla e Lockheed Martin. Amanhã: Apple, Microsoft, Google, AMD, Starbucks e Visa.

Educação, o novo alvo da China: O país, que já busca intensificar a regulação no setor de educação privado desde fevereiro de 2021, agora considera pedir às empresas de educação, que oferecem cursos de monitoria privados, para tornarem-se organizações sem fins lucrativos, de acordo com o Bloomberg. O país afirma que estas medidas visam 1) diminuir a pressão sobre o aprendizado de crianças nas escolas, que continuam estudando via monitoria durante as suas férias de verão; e 2) aumentar a taxa de natalidade, pela redução de custos para as famílias. Caso a medida seja efetivada, o mercado de educação particular para crianças e adolescentes, avaliado em US$ 120bi, pode perder mais de 70% de suas receitas, de acordo com estimativas do Citi.

Após o anúncio, grandes empresas de educação chinesas com ações listadas em bolsa sofreram forte depreciação, juntando-se às empresas de tecnologia que atualmente acumulam perdas superiores a US$ 800bi. As principais companhias afetadas foram a TAL Education e New Oriental Education and Technology, acumulando perdas na semana de -65% e -57%, respectivamente.

Mudança acelerada: A Mercedes-Benz anuncia plano de US$ 47bi para se tornar fabricante 100% elétrico até 2030. Para a transição, a empresa já comprou a produtora inglesa de motores elétricos YASA, a fim de intensificar sua produção de baterias de com maior durabilidade. Além disso, a gigante automotiva planeja abrir 8 fábricas de baterias nos EUA, Europa e China. Seu primeiro carro elétrico será lançado até 2024 e, a partir de 2025, os consumidores terão a opção de comprar uma alternativa totalmente elétrica para cada modelo atual que a empresa fabrica.

Do lado ESG: O governo britânico planeja interromper a venda de automóveis movidos à combustão até 2030 e exige que, a partir de 2035, todos os carros e vans tenham zero emissões, em linha com a meta da Comissão Europeia. A Mercedes se antecipa para a transição elétrica até o final desta decada e foca em três modelos de EVs - um de médio a grande porte, outro de luxo e um terceiro para minivans e veículos comerciais leves.

Reformas em nuvem: Após vendas online explosivas durante a pandemia, a Home Depot (HOME34) expande sua parceria com o Google Cloud (GOGL34) para intensificar sua computação em nuvem a fim de capturar a demanda crescente de serviços do tipo "do-it-yourself" (faça você mesmo) e também de profissionais prestadores de serviço. A empresa, que já utiliza o Google Cloud para hospedagem de seu site, busca melhorar sua experiência online e oferecer, por exemplo, estimativas de custo mais precisas para reformas domésticas. A aceleração destes projetos ocorre em um cenário de aumento das vendas em relação ao ano passado, quando a empresa viu seu site e as vendas de aplicativos móveis subirem +86%, impulsionadas por consumidores domésticos com economias extras, estímulos federais e isolamento social.

Falando em números: Em 2020, a Home Depot registrou seu maior crescimento trimestral de vendas em quase 20 anos, com a receita de maio a julho aumentando 23%, para US$ 38,1 bilhões, em comparação com o mesmo período em 2019. Em 2021, o ritmo continuou, com a reabertura da economia. No 1Q21, a companhia obteve US$ 37,5 bilhões em vendas, um salto de 33% em relação ao 1Q20, já que os lucros quase dobraram para US$ $ 4,15 bilhões. O total de transações de clientes da Home Depot - tanto na loja quanto online - aumentou para 447,2 milhões no trimestre, contra 374,8 milhões um ano antes.

A Home Depot está em nossa carteira Top 10 BDRs.

ANÁLISES

Bull Market não só dos analistas: De acordo com análise da Bespoke, das 64 empresas que reportaram no período entre 13 e 20 de julho, 15,6% aumentaram suas projeções de receita e lucro futuras. O otimismo tem suporte nos fortes resultados das companhias, que no agregado, superam o consenso em +19,4% em receitas e +4,2% em lucros (link). A temporada de resultados americana parece demonstrar que os ganhos no mercado não serão provenientes apenas de empresas ligadas à reabertura econômica. As beneficiadas pela pandemia continuam apresentando forte crescimento, confirmando o estado de “novo normal” do mundo. Uma pesquisa feita pelo Goldman Sachs, também afirma que cerca de 50% das empresas respondentes planejam aumentar investimentos em TI, um crescimento de 30% em relação aos respondentes da pesquisa em dezembro de 2021, sugerindo que a transição digital catalisada pela pandemia não parece desacelerar.

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