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O que pode impactar o mercado hoje
Futuros de ações dos EUA recuperam-se da queda após mísseis iranianos terem atingido duas bases militares americanas no Iraque ontem à noite, em retaliação pela morte do general Qasem Soleimani. O S&P 500 apagou todas as perdas pela manhã depois de declarações das autoridades dos dois países.
Autoridades americanas informaram a imprensa que não há relatos de vítimas americanas e que as forças armadas haveriam recebido um aviso prévio, permitindo que os soldados tivessem tempo de refugiar-se antes do ataque. Alemanha, Austrália, Nova Zelândia e Noruega, que também têm soldados na região, declararam que não houve fatalidades.
Analistas indicam que o ataque foi uma medida calculada por parte do Irã, que procurava retaliação sem provocar um contra-ataque de grande dimensão. Além disso, o ministro das Relações Exteriores da nação árabe, Mohammad Javad Zarif, disse via Twitter que o país se “defendeu” de uma agressão, mas “não busca a escalada [do conflito] ou guerra”.
Trump se manifestou via Twitter dizendo que “até agora está tudo bem” e informou que faria um discurso hoje de manhã, o que deve determinar se a escalada terá continuidade ou será contida ao ocorrido até aqui. Investidores aguardam próximos desdobramentos, mas o consenso ainda é de que uma escalada no conflito entre EUA-Irã seja improvável.
A preocupação geopolítica tem diminuído o otimismo em relação às negociações comerciais EUA-China, com um acordo que deve ser assinado na próxima semana. O Ibovespa também tem seguido o movimento negativo apesar de ter reduzido as perdas ontem, caindo apenas 0,2% para 116.662 pontos.
Por fim, em momento inoportuno, as ações da Boeing Co. caíram no pré-mercado depois que uma de suas aeronaves 737 caiu após decolar em Teerã, capital do Irã. Avaliações iniciais sugerem que o incidente foi causado por um problema técnico e não tem relação com o conflito.
Tópicos do dia
Empresas
- Iguatemi (IGTA3): Aumento de participação no Iguatemi Porto Alegre e na Torre Corporativa anexa por R$ 123 milhões
- Gol (GOLL4): Prévia forte para o 4T19 e dados operacionais de dezembro
- Bancos: Poupança apresenta menor crescimento desde 2016
- Ambev (ABEV3): Refrigerante deverá ter incentivo menor no Amazonas
- EDP Energias do Brasil (ENBR3): Trecho da linha de Transmissão MA II entra em operação parcial
- Frigoríficos (JBSS3, MRFG3, BRFS3): Incêndios na Austrália afetam gado e ações dos frigoríficos fecham dia em alta
- Frigoríficos (JBSS3, MRFG3, BRFS3): Número de matrizes cresce em dezembro, mas risco da Peste Suína Africana permanece
Renda Fixa
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Empresas
Iguatemi (IGTA3): Aumento de participação no Iguatemi Porto Alegre e na Torre Corporativa anexa por R$ 123 milhões
- A Iguatemi anunciou ontem à noite a aquisição, por R$ 123,0 milhões, de 47% da Maiojama Participações S/A, que por sua vez detém 14% do Shopping Iguatemi Porto Alegre, da Iguatemi Business Tower (torre corporativa anexa ao shopping), e da Administradora Gaúcha, empresa que administra o complexo;
- Com a transação, a participação da Iguatemi nos ativos mencionados aumentou para 42,58% (vs. os 36% anteriores). Estimamos que essa transação tenha sido feita a um múltiplo entre 7,5% e 8% (múltiplo “cap rate”, que mede a razão entre o resultado operacional e o valor da aquisição. O racional é que quanto mais alto, mais “barata” a aquisição foi feita em termos financeiros). Como esse indicador é mais alto que o Cap Rate de negociação da Iguatemi, a aquisição gerou valor em nossa visão;
- Apesar de se tratar de uma transação relativamente pequena (~1,3% do valor de mercado da Iguatemi e uma adição de menos de 5% da área bruta locável própria da empresa), a transação está alinhada com o discurso da empresa de aumentar sua relevância nos ativos atuais e foi feita em um múltiplo atrativo. Além disso, o ativo em questão (Iguatemi Porto Alegre) está entre os mais relevantes em termos de receita de aluguel. Esperamos uma reação marginalmente positiva das ações.
Gol (GOLL4): Prévia forte para o 4T19 e dados operacionais de dezembro
- A Gol reportou há pouco sua prévia para o 4T19, que deverá ser um trimestre forte apesar do Dólar mais forte em relação ao Real. Entre os indicadores publicados, vale destacar que (i) a receita unitária por passageiro deverá apresentar um crescimento saudável de 11% a/a no 4T19, enquanto (ii) os custos unitários deverão ser reduzidos em ~10% a/a (excluindo despesas não recorrentes). Com isso, as margens esperadas no trimestre deverão ser fortes, com margem EBITDA esperada entre 37 e 39% e EBIT (operacional) entre 26% e 27%;
- A Gol também reportou ontem seus dados operacionais de dezembro, com um aumento de 1,1% a/a da demanda consolidada e de 3,1% a/a na oferta, culminando em uma queda de -1,6 p.p na Taxa de Ocupação. Quando comparamos os resultados trimestrais, houve um aumento de 6,1% na oferta consolidada, enquanto a demanda cresceu 5,5%, gerando uma queda na Taxa de Ocupação de -0,4 p.p. Os números ficaram levemente abaixo das nossas estimativas, mas ainda assim representam um crescimento robusto;
- Os aumentos de demanda e oferta reportados foram impulsionados pelo mercado doméstico, que representou cerca de ~89% da demanda reportada pela companhia no mês. A oferta doméstica teve alta de 5,2% em dezembro, enquanto a demanda cresceu 3,1%, com uma Taxa de Ocupação de 83%, queda de -1,7 p.p. Os resultados do mercado internacional tiveram queda de 9,3% na oferta, enquanto a demanda caiu 12%;
- Mantemos recomendação neutra para a Gol, que embora deva continuar se beneficiando de um ambiente saudável de demanda e oferta, possui (i) maior exposição à competição, devido à grande sobreposição de rotas com a concorrência e (ii) apresenta crescimento esperado relativamente inferior à Azul.
Bancos: Poupança apresenta menor crescimento desde 2016
- O Banco Central soltou ontem de tarde um relatório com dados da poupança. Os dados apresentados apontam que a poupança teve o menor crescimento líquido desde 2016;
- Tais dados vêm em um cenário onde a SELIC está baixa, o que afeta o retorno da poupança, e plataformas independentes de investimento ganham participação de mercado, o que explica parcialmente a fuga de investimentos da poupança;
- Nossa visão é negativa para bancos, uma vez que a poupança representa uma linha de captação importante para bancos. Tudo mais constante, menor participação da poupança nas captações bancárias deve acarretar em menores margens financeiras para bancos.
Ambev (ABEV3): Refrigerante deverá ter incentivo menor no Amazonas
- Segundo o Valor Econômico, o incentivo à indústria de refrigerantes na Zona Franca de Manaus deverá ser reduzido;
- Em 2018, por meio de decreto, o governo Temer cortou os créditos tributários de 20% para 4% do IPI. No entanto, em 2019, em meio às negociações da reforma da Previdência, o presidente Bolsonaro elevou esses créditos de 4% para 10% até 31 de dezembro;
- Contrário ao subsídio, o ministro Paulo Guedes convenceu o presidente a não prorrogar o incentivo agora em 2020 – ou seja, voltou-se a praticar os 4% previstos no decreto original.
EDP Energias do Brasil (ENBR3): Trecho da linha de Transmissão MA II entra em operação parcial
- A EDP informou ontem, via comunicado ao mercado, que solicitou ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (“ONS”) o termo de liberação do início de operação comercial de um dos dois trechos da linha de transmissão e da subestação Chapadinha II da EDP Transmissão MA II. A entrada em operação parcial está antecipada em 19 meses em relação ao calendário da Agências Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e em 14 meses à estimativa da companhia no leilão. Segundo a EDP, a antecipação representa uma Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 17 milhões — cerca de 51% do RAP dos dois trechos;
- Com alavancagem de aproximadamente 70% do capex total, através de Contrato de Financiamento com o Banco do Nordeste do Brasil S.A. (“BNB”), o início da operação comercial antecipada faz com que sejam superadas as expectativas de retorno aos acionistas com a obra;
- Vemos a notícia como positiva para a empresa dado que ela consegue elevar os retornos aos acionistas por meio da conclusão antecipada das obras. Mantemos recomendação de compra na EDP com preço-alvo de R$26/ação.
Frigoríficos (JBSS3, MRFG3, BRFS3): Incêndios na Austrália afetam gado e ações dos frigoríficos fecham dia em alta
- Os papeis do setor de alimentos fecharam o dia em alta ontem, seguindo a notícia dos incêndios na Austrália, que já geraram a perda de 100 mil cabeças de gado. Vale lembrar que a Austrália é o terceiro maior exportador de carne bovina do mundo;
- Aparentemente, a maior parte dos incêndios está ocorrendo em florestas nacionais, com baixa concentração de gado. Porém, a seca, que vem desde o ano passado, explica a redução do rebanho australiano na comparação anual – estimada em 15% por institutos locais.
- Embora o preço do gado deva aumentar devido à redução do rebanho, os preços globais de proteína seguem competitivos em meio à redução na oferta global de proteínas gerada pela Peste Suína Africana e devem mais do que compensar o aumento do custo do boi.
Frigoríficos (JBSS3, MRFG3, BRFS3): Número de matrizes cresce em dezembro, mas risco da Peste Suína Africana permanece
- Segundo a Reuters, na China o número de matrizes cresceu 2,2% em dezembro versus novembro, sinalizando uma ligeira melhora na produção em meio à devastação produzida pela Peste Suína Africana;
- Seguindo o aumento no número de matrizes, o estoque de porcos vivos também voltou a crescer em novembro. Além disso, o número de abates cresceu à medida em que os fazendeiros liquidam seus rebanhos para atender a demanda do Ano Novo Lunar no final de janeiro;
- Por outro lado, de acordo com o vice-ministro de agricultura chinês, Yu Kangzhen, apesar do aumento no número de matrizes, o combate à Peste Suína Africana segue sendo um grande desafio: o número de novos focos poderia aumentar dado o crescimento do rebanho e dada a chegada do inverno, que torna a limpeza e desinfecção das áreas atingidas mais difícil.
Renda Fixa
Tudo sobre renda fixa no mês (e o que esperar)
- Publicamos nosso relatório mensal com um panorama de tudo o que aconteceu no mercado de renda fixa no mês de dezembro e o que esperar para este começo de ano;
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