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🌎 CONEXÃO GLOBAL: Por que as ações de tecnologia estão caindo?

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No início dessa semana, os índices de ações americanos registraram fortes quedas, com destaque para as empresas de tecnologia, pressionadas por preocupações com a subida da inflação nos EUA. No acumulado desse mês de maio, enquanto o S&P 500 viu uma leve queda de -0,7%*, o índice Nasdaq 100, com maior concentração de empresas de tecnologia, registrou uma queda mais expressiva de -3,7%*.

*Entre 31/3/2021 e 11/5/2021

O retorno dos temores de inflação

Uma das principais razões por trás do desempenho inferior das ações de tecnologia é a volta dos temores de inflação, refletidos nas taxas de juros dos Treasuries de 10 anos.

O fantasma da inflação, principalmente nos EUA, tem trazido preocupações desde o início de 2021 por conta dos seguintes fatores: 1) a passagem de pacotes de estímulos trilionários, e 2) a disparada dos preços das commodities, principalmente os metais e produtos agrícolas, resultado da forte demanda por materiais à medida que a economia global se normaliza, e de gargalos de oferta.

O último dado de abril do CPI (índice de inflação ao consumidor) confirmou que os preços nos EUA estão subindo. O índice cheio (headline, em inglês) subiu 4,2%, acima das expectativas de 3,6%, registrando a maior alta desde 2008. Enquanto isso, a inflação núcleo (também chamada de core) veio em 3,0%, quando o mercado esperava uma subida de 2,3%. Parte dessa alta pode ser atribuída à base de comparação mais fraca no ano passado, e o Federal Reserve, banco central americano, tem reiterado ao longo dos últimos meses que eles veem a subida de inflação como temporária.

Dessa forma, depois de uma pausa no mês de abril, a taxa de juros dos Treasuries de 10 anos voltou a subir, levando à queda dos preços de ações das empresas de tecnologia.

Pra entender a relação entre as Treasuries americanas e as ações de tecnologia, veja essa publicação: O que você tem que saber sobre o Tesouro americano de 10 anos

Como resultado, o Índice Nasdaq registrou uma queda expressiva nesse ano

O índice Nasdaq 100 é majoritariamente composto por ações de tecnologia, que representam 55% do índice. Em comparação, apenas 28% do S&P 500 são de empresas do setor. Por conta desta diferença, o Nasdaq registrou uma queda maior até agora em 2021.

Apesar da volatilidade recente, é importante lembrar que as ações das Big Techs, como as FAAMGs (Facebook, Apple, Amazon, Microsoft, Google), acumulam um desempenho superior ao S&P 500 desde o ano passado, conforme mostramos em um Gráfico da Semana recente. Além disso, nessa temporada de resultados do primeiro trimestre de 2021, essas empresas foram o grande destaque com divulgações de lucros e receitas muito positivas, dando continuidade ao movimento global de migração para um mundo cada vez mais digital.

Big Techs são mais resilientes do que as pequenas empresas de tecnologia

Enquanto a volatilidade das ações de grandes empresas de tecnologia tem aumentado por conta das oscilações das Treasuries de 10 anos, as perdas de ações de companhias pequenas foram ainda mais expressivas.

No gráfico abaixo, o índice NYFANG, que representa as ações de 10 grandes empresas de alto crescimento incluindo Amazon, Apple, Tesla e até Twitter, subiu +1,2% no acumulado do ano. Enquanto isso, o IPO ETF, que replica o desempenho de ações que estrearam há pouco tempo na Bolsa americana e são empresas menores como Coinbase, Pinterest e Zoom, caiu -12,1% durante o mesmo período.

Olhando para frente, à medida que a vacinação contra a Covid-19 avança e a economia global caminha para a normalização, as taxas de juros de longo prazo devem continuar a oscilar. Como resultado, as ações de tecnologia devem continuar com preços mais voláteis ao longo dos próximos meses. Porém, acreditamos que essas grandes empresas que fazem parte dos principais índices de ações americanas devem se manter resilientes nesse ambiente e continuar como líderes de inovações tecnológicas no longo prazo.

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