O mês de abril foi marcado pelo movimento de valorização generalizada dos ativos de risco ao redor do mundo, em que a economia americana segue sólida recuperação e apresenta campanha de vacinação acelerada.
No mercado de ações globais, as bolsas tiveram mais um mês positivo, com destaque para o índice de ações americanas (S&P 500), que teve alta mensal de 5,24% (em dólar), atingindo nova máxima histórica ao longo do mês. Também tiveram altas expressivas o índice de ações globais (MSCI ACWI), com alta de 4,24% em dólar, e o índice de ações europeias (MSCI Europe), com ganho de 4,10% em dólar.
No Brasil, houve avanços positivos no pano de fundo macroeconômico, não só devido ao ambiente externo favorável, mas também por redução marginal dos riscos fiscais no país, após aprovação de proposta orçamentária para 2021, além de pequeno avanço na situação da pandemia no país. No mês, a bolsa brasileira fechou no positivo, com alta de 1,94% para o Ibovespa, assim como os títulos públicos prefixados e atrelados à inflação, com altas de 0,84% e 0,65% para os índices IRF-M e IMA-B, respectivamente. Nesse ambiente, o dólar teve queda de -5,16% contra o real.
Principais indicadores
Fundos de Crédito
No mês, o Idex-CDI (índice de debêntures atreladas ao CDI) subiu 0,49%, e o IDA-IPCA Infraestrutura (índice de debêntures incentivadas), teve alta de 1,44%.
O carrego médio das debêntures (retorno esperado com os juros) se manteve em patamares de estabilidade, com um prêmio de crédito médio em torno de CDI + 1,90%.
No mês de abril, o mercado de crédito brasileiro contou com duas situações favoráveis: a aprovação do orçamento de 2021, ainda que com emendas e com gastos fora do orçamento, o que trouxe estabilidade ao mercado de renda fixa no que diz respeito ao risco fiscal brasileiro.
Somado a isso, o volume de emissões de crédito aumentou no último mês, fato positivo, dado que uma oferta de novos títulos ajuda a não pressionar o preços de ativos de crédito no mercado secundário.
A captação líquida do segmento de Renda Fixa no Brasil segue positiva, com captação de R$ 4,4 bilhões no mês de abril, que totalizam R$ 64 bilhões no ano.
Os segmentos mais impactados positivamente dentro dos fundos de crédito foram os fundos de Crédito High Yield, enquanto os mais impactados negativamente foram os Renda Fixa Internacional Não Hedgeado, em virtude da desvalorização cambial do mês de abril.
Confira abaixo a rentabilidade dos segmentos:
Fundos Multimercados
O mês de abril foi positivo para a classe dos multimercados, em linha com a valorização generalizada dos ativos de risco no Brasil e no mundo. O IHFA – índice de multimercados da Anbima – teve a terceira alta mensal consecutiva, fechando o mês com retorno de 1,28%.
Entre os multimercados monitorados pela equipe de fundos da XP, o destaque ficou por conta dos fundos de estratégia internacional com hedge e long short, com retornos mensais médios de 2,03% e 1,14% respectivamente. O desempenho foi positivo para os diferentes grupos de estratégia, com exceção dos internacionais sem hedge, devido à desvalorização do dólar contra o real no mês.
Para os fundos de estratégia macro – a classe mais representativa entre os multimercados – o posicionamento geral dos produtos segue com apostas a favor da bolsa brasileira. Segundo levantamento feito pela equipe de fundos da XP com gestores da plataforma às vésperas da última reunião do Copom, cerca de 87% dos gestores apresentavam posições direcionais compradas na bolsa brasileira, enquanto mais da metade (57%) não possuía posições no mercado de juros (confira o levantamento na íntegra aqui).
Fundos de Ações
Os fundos de renda variável, em geral, tiveram um mês de altas expressivas, acima da valorização do Ibovespa. Na média, os fundos de estratégia long only, long biased e internacionais com hedge monitorados pela equipe de fundos da XP tiveram alta de 3,73%, 4,13% e 3,15%, respectivamente, contra 1,94% do Ibovespa.
No mês, vale destacar que a equipe de Análise da XP revisou a projeção do preço-alvo do Ibovespa para o fim de 2021 de 135 mil pontos para 145 mil pontos. A revisão é baseada sobretudo no forte aumento das expectativas de lucro das empresas do Ibovespa, assim como leve acomodação recente nas taxas de juros reais de longo prazo no Brasil.
Segundo levantamento feito pela equipe de fundos da XP no início de abril, as perspectivas dos gestores para a bolsa brasileira seguem otimistas, o que reflete em alocações historicamente elevadas entre os portfólios, com predominância de alocações em ações acima de 90% (confira levantamento na íntegra aqui).
Fundos Internacionais
O mês também foi positivo para os mercados internacionais, com manutenção dos pacotes de estímulos fiscais e crescentes campanhas de vacinação em diversos países. Quando analisamos os Estados Unidos, vemos que a economia norte-americana vem se recuperando intensamente, com estímulos anunciados em março de 2021, somados à manutenção da taxa de juros americana em abril. Além disso, a retomada da economia norte-americana em conjunto com uma liquidez abundante tem sido tema de diversas discussões de gestores de fundos de investimento.
O processo de retomada acelerada pode causar inflação, e fazer com que as autoridades monetárias retomem eventualmente, o processo de retomada das taxas de juros, mesmo que, no curto prazo, sinalizem que a economia ainda precisa ser estimulada. Estes dois grandes temas foram foco do mês de abril, com desvalorização da moeda em -5,16% e performance positiva dos ativos de risco.
Com a sinalização de que as taxas de juros permanecerão em patamares baixos, o cenário é de inflação de ativos de risco de maneira generalizada, com alta na renda variável, commodities, entre outros. O S&P teve rentabilidade de 5,24% no mês.
No que diz respeito ao comportamento do segmento de renda fixa, tivemos retorno negativo para o índice S&P 500 Investment Grade Corporate Bond Index, com retorno de 1,20% e S&P U.S. High Yield Corporate Bond Index, de 1,17%.
Segue abaixo a rentabilidade dos fundos internacionais por estratégia:
Fundos Alternativos
De acordo com dados divulgados no mês de abril em parceria da KPMG e ABVCAP, a captação em fundos de private equity/venture capital referente ao primeiro trimestre de 2021 foi de R$ 1,3 bilhões, majoritariamente investidos em fundos de private equity.
No ano de 2021, tanto os investimentos nos fundos como os desinvestimentos também cresceram; o volume de investimentos nos fundos cresceu R$ 5 bilhões, enquanto os desinvestimentos cresceram R$ 5,10 bilhões.
No mês de abril, foi realizado call de atualização do fundo EB Fibra FIP Multiestrategia, gerido pela EB Capital. A gestora compartilhou dados sobre uma das suas investidas, chamada Sumicity. A empresa é provedora de internet no Brasil e foi eleita o melhor fornecedor de banda larga do Rio de Janeiro.
Além de ter feto a aquisição da Sumicity no ano de 2018, a EB Fibra pretende adquirir mais 7 provedores e finalizar o ano de 2021 com mais de R$ 1 milhão de assinante
Fundos Imobiliários
No mês de abril vimos uma melhora gradativa da flexibilização das restrições em relação à circulação de pessoas e funcionamento das atividades de comércio e serviços. Com isso, esperamos que nos próximos meses haja uma gradativa melhora na economia e sucessiva recuperação do varejo. De acordo com o último relatório Focus do Banco Central, os economistas apresentam projeções levemente mais positivas quanto ao PIB em 2021 (3,09%) e 2022 (2,34%).
O destaque econômico do mês permanece sendo a inflação, onde fomos surpreendidos pelo resultado do IPCA-15 de abril ter registrado alta de 0,60% enquanto a expectativa era ligeiramente acima, 0,66% no consenso de mercado, acumulando 6,17% nos últimos 12 meses. O IGP-M também apresentou arrefecimento, com alta de 1,51% em abril contra 2,94% em março, acumulando 32,02% em 12 meses.
No mês, o boletim de fundos imobiliários da B3 confirmou aumento no número de investidores pessoa física em fundos imobiliários, alcançando 1,3 milhão de investidores em março/2021, demonstrando que esses ativos se mantêm atrativos.
Sobre os fundos imobiliários, o IFIX apresentou performance positiva de 0,51% em março, após queda de -1,38% em março. O índice XPFI, índice geral de fundos imobiliários da XP, apresentou a performance positiva de 0,55%, enquanto o XPFT, índice de fundos imobiliários de tijolos da XP, apresentou alta de 0,28% e o XPFP, índice de fundos imobiliários de papel da XP, também apresentou performance positiva de 1,17%.
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