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Atenções do mercado voltadas para a volatilidade em Wall Street e noticiário fiscal no Brasil

Tudo o que você precisa saber sobre os mercados nacional e internacional, com análises econômicas e políticas sobre fatos que podem impactar seus investimentos.

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IBOVESPA -0,50% | 115.882 Pontos

CÂMBIO 1,13% | 5,41/USD

O que pode impactar o mercado hoje

O Ibovespa registrou queda no pregão de ontem de 0,50%, fechando em 115.882 pontos, em um dia marcado por forte volatilidade e atenções divididas entre a onda de vendas em Wall Street e a busca por ações mais baratas na bolsa brasileira, após fortes correções nos últimos dias. Os principais destaques positivos do índice foram as ações de CIEL3 (+13,3%), AZUL4 (+5,5%) e EZTC3 (+4,0%). Em linha com o exterior, o dólar comercial saltou 1,13% a R$ 5,41.

As taxas futuras de juros fecharam em queda, principalmente nos vértices longos, após indicações de que, em caso de nova rodada de auxílio emergencial, haveria alguma contrapartida para equilibrar o risco fiscal. Houve a divulgação do Relatório Mensal da Dívida de dezembro e do Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2021, que não chegaram a ter impacto relevante sobre a curva, porém demonstrou (no caso do PAF) tom mais cauteloso em relação às emissões para este ano. DI jan/22 fechou em 3,43%; DI jan/25 encerrou em 6,55%; DI jan/27 foi para 7,22%.

Nessa quinta-feira, os mercados globais operam em forte baixa com futuros do S&P caindo 2,5% e Dow Jones estável, ainda com temores de mais vendas em Wall Street. Já no resto do mundo, as bolsas europeias e chinesas caem 0,5% e 1,9%, respectivamente.

No cenário internacional, destacamos a agenda dos 100 primeiros dias de governo de Joe Biden. Nesta quarta-feira (27), o presidente dos Estados Unidos assinou uma série de decretos para combater mudanças climáticas. As ordens declaram a suspensão de novas concessões de exploração de petróleo e em terras federais assim como subsídios para combustíveis fósseis, medidas que o democrata havia prometido em campanha. Já no lado do pacote de estímulos de 1,9 trilhão de dólares, democratas procuram avançar com o projeto na semana que vem apesar de resistência republicana. No Senado, a proposta andaria via reconciliation para evitar o filibuster, o que pode limitar seu escopo.

Além disso, a secretária do Tesouro atrasou a implementação da política que visa banir investimentos americanos em empresas com conexões ao Exército chinês, medida decretada pelo governo Trump. Segundo membros da nova administração, o texto carecia detalhes e não apresentava suficiente material para implementar a mudança regulatória.

Em economia, diante de ceticismo do mercado sobre potenciais novos cortes de juros, a Presidente Christine Lagarde afirmou que as autoridades monetárias estão preparadas para ajustar todas as ferramentas caso necessário – movimento que enfraqueceu o Euro. Já na China, é possível que o país não defina uma meta de PIB para 2021, abandonando a meta pelo segundo ano consecutivo diante de receios com o alto nível de endividamento.

No Brasil, o Tesouro Nacional divulgou ontem o Plano Anual de Financiamento, indicando que a necessidade de financiamento do governo federal alcançou R$1.674,3 bilhões em 2021. Segundo a autoridade, a gestão da dívida no ano terá o objetivo central de alongar seu vencimento, reduzir a parcela atrelada a títulos flutuantes, e garantir a transparência e a redução de custos de transação.

No noticiário político econômico, com ameaça de greve dos caminhoneiros, Bolsonaro acena com redução de impostos para reduzir preço do combustível na bomba. O impacto da redução pode chegar a R$ 5 bilhões no ano, e requer compensações orçamentárias. Segundo o jornal Estadão, governo busca um substituto para o Bem, que protegeu empregos formais em 2020. Uma possibilidade é uma mudança no mecanismo de layoff, outra é a renovação do programa de 2020 (busca-se maneira de compensar o impacto fiscal), e outra é usar dinheiro do FAT, que faria espécie de antecipação do seguro-desemprego.

Já na seara política, destaque para as discussões pós-eleições na Câmara e no Senado, com a pressão dos partidos do centrão – que apoiam os dois candidatos do Planalto, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco – por uma reforma ministerial que amplie sua participação no governo. Ainda não há decisão tomada por parte de Jair Bolsonaro.

Na agenda de indicadores do dia, destaque para a primeira divulgação do PIB do quarto trimestre de 2020 nos EUA, além de indicadores de desemprego e atividade. No Brasil, teremos a divulgação IGP-M, PNAD, Caged, dados de crédito e resultado do Tesouro Nacional.

Finalmente, no lado das commodities, futuros de minério de ferro caem 5,5% na bolsa de Singapura com novas notícias de redução da atividade siderúrgica na China. De acordo com o SteelGuru, o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação chinês está empenhado em reduzir a produção de aço bruto da China em 2021 – após recordes atingidos em 2020 – a fim de atingir as metas de emissão de carbono. Para isso, lançou recentemente uma série de medidas para acelerar a redução da produção, incluindo a proibição de adições de nova capacidade e a reestruturação da indústria siderúrgica para resolver questões de longo prazo em torno da concorrência.

Tópicos do dia

Internacional

  1. Política internacional: Biden assina decretos para combater mudanças climáticas
  2. Petróleo: Redução no estoque dos EUA acima do esperado pelo mercado
    Acesse aqui o relatório internacional

Empresas

  1. Petrobras (PETR4): Governo estuda redução de PIS/Cofins do diesel


Veja todos os detalhes

Internacional

Política internacional: Biden assina decretos para combater mudanças climáticas

  • A agenda dos 100 primeiros dias de governo de Joe Biden é destaque do noticiário internacional. O presidente dos EUA assinou nesta quarta-feira (27) uma série de decretos para combater mudanças climáticas. As ordens declaram a suspensão de novas concessões de exploração de petróleo e em terras federais assim como subsídios para combustíveis fósseis, medidas que o democrata havia prometido em campanha;
  • No lado do pacote de estímulos de USD 1,9 trilhões, democratas procuram avançar com o projeto na semana que vem apesar de resistência republicana. No Senado, a proposta andaria via reconciliation para evitar o filibuster, o que pode limitar seu escopo. Para entender melhor os termos e outros conceitos-chave veja nosso guia para o Senado americano clicando aqui;
  • A secretária do Tesouro atrasou a implementação da política que visa banir investimentos americanos em empresas com conexões ao Exército chinês, medida decretada pelo governo Trump. Segundo membros da nova administração, o texto carecia detalhes e não apresentava suficiente material para implementar a mudança regulatória;
  • Diante da falta de apoio entre republicanos a condenação de Donald Trump, senadores avaliam censurar o ex-presidente.

Petróleo: Redução no estoque dos EUA acima do esperado pelo mercado

  • Ontem a Agência de Informação de Energia dos EUA (EIA) divulgou, em seu relatório oficial de fornecimento, uma redução no estoque de -9,910 milhões de barris contra expectativa de +0,430 milhões de barris, o que foi visto como positivo por indicar uma menor oferta em relação à demanda. Apesar disso, ontem a commodity encerrou o pregão em leve queda de -0,18% em US$55,81/barril;
  • Por outro lado, os estoques de gasolina nos EUA cresceram +2,470 milhões de barris, acima das expectativas de mercado de um aumento de +1,764 milhões de barris;
  • Nessa manhã de quinta-feira, o petróleo tipo Brent opera em território ligeiramente negativo, em queda de +0,04% em US$55,79/barril (Brent).

Empresas

Petrobras (PETR4): Governo estuda redução de PIS/Cofins do diesel

  • De acordo com o Valor Econômico, ontem o presidente Jair Bolsonaro disse que está disposto a reduzir impostos federais para baratear o preço do diesel e espera que os governos estaduais reduzam as alíquotas de ICMS com o mesmo objetivo. A redução de PIS/Cofins sobre o diesel visa atenuar o efeito do aumento no preço do combustível sobre o bolso dos caminhoneiros;
  • A fala veio após a Petrobras anunciar um reajuste de 4,4% no preço do diesel. O preço médio do litro do combustível teve alta de R$ 0,09;
  • Segundo o mesmo jornal, a sinalização foi bem recebida por representantes de caminhoneiros e transportadores rodoviários. Lideranças dos motoristas disseram que a postura é uma demonstração de que a interlocução entre a categoria e o governo está fluindo;
  • Por um lado, vemos como positivo o fato das discussões acerca dos preços de diesel não estarem focadas no elo da refinaria e, portanto, da política de preços da Petrobras. Por outro lado, enquanto não for possível encontrar uma solução que agrade a categoria dos caminhoneiros, recomendamos cautela e atenção para a política de preços de combustíveis da Petrobras.
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