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Panorama Mensal de Fundos – Janeiro de 2021

Confira o relatório mensal da equipe de fundos da XP

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O ano de 2020 terminou com muito otimismo nos mercados, repetindo a dose de novembro.

No cenário externo, mesmo com a volta do lockdown em diversos países, principalmente na Europa, o início da vacinação contra a Covid-19 foi o principal motivo da forte alta dos ativos de risco pelo mundo. Além disso, os bancos centrais continuaram provendo liquidez abundante com estímulos monetários e fiscais. Como ilustração, no fim do mês foi aprovado nos EUA um grande pacote de alívio para a pandemia de mais de 2 trilhões de dólares.

No Brasil, apesar de não haver ainda um plano efetivo de vacinação, os ativos de risco foram influenciados pelo otimismo externo e fecharam em fortes altas também. O Ibovespa encerrou o mês com alta de 9,30%, o IMA-B (títulos públicos atrelados à inflação) subiu 4,85% e o dólar teve queda de 2,53% contra o real, atingindo R$ 5,20. O IHFA, índice de Multimercados da Anbima, subiu  2,71%.

Do lado da captação, após um mês negativo, os fundos tiveram fluxo positivo acima dos R$ 10 bilhões em dezembro. A única classe de fundos que ficou no negativo foi a de multimercados, com resgate líquido de R$ 2,1 bilhões. O agregado de 2020 para a indústria foi positivo, com captação de quase R$ 160 bilhões. Os destaque foram os fundos multimercados (R$ 97,5 bi) e de ações (R$ 69,3 bi).

Classes de ativos em 2020

No gráfico abaixo reunimos os retornos de algumas das principais classes de ativos que acompanhamos. Plotamos o pior momento do ano, no auge da crise, depois o retorno acumulado no fechamento de 2020 e, por fim, o retorno acumulado entre o pior momento do ano e 31/12. O Ibovespa, por exemplo, apesar de ter fechado com módicos 2,9% de alta, subiu 87,2% entre 23/03 (sua mínima) e 31/12.

Fundos de Crédito

Seguindo o bom humor dos ativos de risco, os títulos de crédito privado apresentaram mais um bom mês. O índice Idex-CDI teve alta de 0,43% no mês contra 0,16% do CDI no mesmo período. Durante o ano, esse índice chegou a cair 8,5% e, desde suas mínimas, subiu 15%, encerrando 2020 com alta de 5,20%.

Os carregos das debêntures oscilaram pouco durante o mês, mas continuam em patamares bastante atrativos (se considerarmos o nível atual dos juros): CDI+2% a.a., na média (segundo o IDEX-CDI).

Segundos os principais gestores de fundos de crédito, essa estabilidade de “spreads” (retorno acima do CDI) mostra um mercado secundário de crédito mais normalizado. Além disso, as emissões primárias voltaram com força e o mercado tem ficado com boa parte delas – oposto do que vimos em momentos de stress, com os bancos tendo que encarteirar a maior parte dessas emissões. Espera-se um 2021 positivo para os papéis de renda fixa, mas com gestores atentos ao impacto do fim do auxílio emergencial na qualidade de crédito das empresas.

Fundos Multimercados

A indústria dos multimercados teve mais um mês de altas generalizadas para os diferentes grupos de estratégias, seguindo a tendência positiva de novembro. Com exceção dos multimercados internacionais não hedgeados (com exposição ao dólar), que sofreram com a queda da moeda americana, o retorno médio das estratégias foi forte e ficou entre 1,3% e 2,1%.

O índice IHFA teve alta mensal de 2,71%, fechando o ano de 2020 com valorização de 5,51%. Foi um período extremamente volátil para o índice – assim como para a indústria como um todo – em que a maior queda mensal do histórico da série (mar/20: -6,24%) foi seguida de 4 das 10 maiores altas mensais da série (abr/20: 2,90%; jul/20: 2,68%; nov/20: 2,99%; e dez/20: 2,71%).

Na média, os fundos quantitativos / sistemáticos tiveram os maiores retornos em dezembro, assim como no ano de 2020 (excluindo os multimercados internacionais com exposição ao dólar, que foram puxados pela alta da moeda). Embora pouco numerosos no Brasil, foram os produtos que, no geral, conseguiram navegar muito bem durante a crise e o ambiente de altíssima volatilidade.

Os fundos de estratégia macro – os mais representativos e numerosos no universo dos multimercados – fecham o mês de dezembro e o ano de 2020 somente atrás dos fundos quantitativos / sistemáticos que acompanhamos. Foram também os fundos que apresentaram maior dispersão de retornos, o que sugere um posicionamento menos consensual entre os gestores dessa categoria.

A utilização de risco entre os portfólios dos fundos macro variou bastante ao longo do ano, conforme a identificação de assimetrias por parte dos gestores, em meio a um ambiente macroeconômico tão incerto. Às vésperas de cada reunião do Copom em 2020, desde março, a equipe de fundos da XP fez um levantamento do nível de risco médio dos fundos macro da plataforma.

O mês de março foi o período de auge da incerteza, em que os fundos tiveram uma redução relevante do nível de risco, e esse patamar foi normalizado nos meses seguintes até setembro. Após o trimestre de agosto a outubro – turbulento para a maioria dos multimercados – houve uma leve redução da utilização de risco, que foi seguida, em dezembro, pela elevação ao maior patamar desde março, impulsionado principalmente por fatores de otimismo ligados ao ambiente global favorável.

Por fim, em relação às expectativas quanto à política monetária no Brasil, as projeções dos gestores apontaram, de forma crescente, para um cenário de condições monetárias menos frouxas, isto é, cenário em que o Banco Central deve iniciar o ciclo de elevação da taxa básica de juros em um período anterior ao antecipado. Em dezembro, a maior parte dos gestores esperava o início do ciclo já no terceiro trimestre de 2020, enquanto, em setembro, predominava a expectativa para o primeiro trimestre de 2021 ou depois.

Fundos de Ações

Seguindo a tendência dos principais índices acionários globais, o Ibovespa fechou com forte alta pelo segundo mês consecutivo, zerou as perdas e encerrou o ano com uma alta de 2,92%.

A alta do Ibovespa no mês foi puxada principalmente pelos bancos e pelas empresas de commodities, setores com grande peso no índice e pouco presentes na carteira da maioria dos fundos de ações.

Com isso, na média, os fundos ativos tiveram ótimos retornos, mas abaixo do Ibovespa no mês. Os fundos de estratégia long biased (um pouco menos arrojados) subiram 6,5% e os de estratégia long only, 7,5%.

Os gestores de fundos de ações seguem confiantes para o ano de 2021 devido, principalmente, à evolução da vacinação e a um cenário de juros baixos por um horizonte de tempo prolongado. Além disso, uma possível volta da agenda de reformas no Brasil, caso realmente avance, pode atrair mais investimentos para o país.

O principal risco que continua no radar é a situação fiscal no Brasil, mais especificamente um possível rompimento do teto de gastos.

Fundos Internacionais

Os fundos internacionais se beneficiaram, em geral, das fortes altas observadas nas principais classes de ativos no exterior. O índice de ações globais MSCI ACWI, que contempla mais de 60 países, fechou dezembro com alta de 4,53%. No ano de 2020, após chegar a cair mais de 30% em março, o MSCI ACWI fechou com alta de 14,33%. Desde a mínima em março, a alta foi de 68,3%.

O mercado de renda fixa internacional foi outro que também terminou o ano com ótimos retornos. Os títulos privados de empresas americanas com menor risco (investment grade) tiveram alta de 0,27% no mês. enquanto as mais arriscadas (high yield) subiram 1,76% no período. No ano, os papéis investment grade subiram 10% e os high yield, 6,78%.

Todas as classes de fundos fecharam o ano com folga para o CDI ou mesmo para o Ibovespa, com destaque para  aqueles com exposição ao dólar, que foram puxados pela alta da moeda americana.

Fundos Alternativos

Num ano marcado por um cenário de taxas de juros nas mínimas históricas no Brasil, a classe de fundos Alternativos e Ilíquidos, que sempre foi mais restrita aos investidores institucionais, devido ao perfil de investimento de longo prazo, baixa liquidez e valores muito altos de aplicação mínima, conseguiu ganhar tração junto ao investidor pessoa física também. Muito disso se deveu aos esforços da XP, que vem trabalhando para ampliar o acesso a esses tipos de fundos desde 2018. Investimentos mínimos que antes giravam entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões foram baixados para a casa de R$ 50 mil a R$ 150 mil em algumas ofertas – facilitando muito o acesso de investidores com tickets menores.

Em 2020 foram concluídas 7 ofertas de fundos alternativos fechados e lançados 2 fundos alternativos líquidos. Ao todo, foram captados mais de R$3 bilhões com cerca de 10 mil investidores. Abaixo segue a lista dos fundos apresentados na plataforma da XP em 2020.

No mês de dezembro, o destaque foi a reavaliação dos investimentos na carteira do fundo Crescera Growth Capital Brasil IV (CGC IV), que teve um impacto positivo na cota do fundo master de 12%. O CGC IV é um fundo de 2017 que continua em período de investimento. O fundo tem investimentos nos setores de saúde, varejo, tecnologia e serviços funerários. Até o final de 2020 o CGC IV contava com 5 teses de investimentos e mais de 10 empresas investidas.

Por fim, o fundo XP Private Equity I (XP PE I) anunciou o quarto investimento do portfólio. O fundo comprou uma participação minoritária na Pottencial Seguradora, empresa líder na modalidade de seguro garantia e uma das principais seguradoras no mercado de fiança locatícia. O XP PE I investirá cerca de R$275 milhões para suportar a expansão da companhia para novas modalidades de seguro e a acelerar sua estratégia tecnológica.

Fundos Imobiliários

No universo dos fundos imobiliários, o índice XPFI, índice geral de fundos imobiliários da XP, apresentou alta de 2,37%, enquanto o XPFT, índice de fundos imobiliários de tijolos da XP, subiu 2,52% e o XPFP, índice de fundos imobiliários de papel da XP, apresentou alta de 2,64%. O IFIX subiu 2,19% no período.

No agregado do ano, no entanto, essa foi uma das únicas classes de ativo que fechou no negativo. O XPFI encerrou o período com queda de 10,1% e o IFIX com queda de 10,2%. Os fundos de crédito (fundos de CRIs) e fundos de fundos foram os que sofreram menos, encerrando o período com retorno médio de -4,6%.

Fazendo uma retrospectiva do cenário dos fundos imobiliários, iniciamos o ano com a correção de preços dos FIIs após uma alta bastante acentuada em dezembro/19 (+10,6%). Assim, os meses de janeiro e fevereiro apresentaram performance de -3,80% e -3,70%, respectivamente. Ainda, para completar, em março, o cenário mundial foi impactado por um forte movimento de aversão ao risco perante o aumento do número de casos de coronavírus, que acarretou em forte venda e queda nos mercados de ativos de renda variável.

No entanto, foi um ano com vários acontecimentos importantes e marcos significativos para a indústria. Saímos de 700 mil investidores em 2019 e ultrapassamos em agosto de 2020 a marca de 1 milhão de investidores, aumento expressivo devido à conjuntura macroeconômica. O aumento de investidores implica em maior liquidez no mercado que, por sua vez, atrai mais investidores e assim se torna cada vez mais um mercado maduro.

Além disso, no ano de 2020, os aluguéis das cotas de FIIs também se tornaram possíveis, e chamam cada vez mais a atenção dos investidores institucionais. Tivemos também o lançamento do primeiro ETF do segmento, pela XP, negociado pelo ticker XFIX11. O produto replica o desempenho do IFIX, índice que acompanha a trajetória dos principais FIIs negociados na B3. Por fim, vimos vários novos fundos imobiliários sendo estruturados, um aumento expressivo do número de IPOs e também ofertas subsequentes (follow-ons), ou seja, novas emissões de fundos já existentes, que visaram aumento de seus portfólios.

Para saber mais leia o Panorama Mensal de FIIs e FIPs-IE.

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