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Economia em destaque: Seu resumo semanal do cenário econômico internacional e doméstico

Coronavírus, disputa eleitoral americana e dados de arrecadação e inflação no Brasil marcam a semana.

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Cenário Internacional

O cenário internacional da semana que se encerra segue mais uma vez dominado por três principais assuntos: a segunda onda de contágio do Covid-19 na Europa, as eleições norte-americanas, e o impasse sobre um novo pacote de estímulos nos EUA.

No cenário eleitoral, o destaque ficou para o debate entre os candidatos Joe Biden e Donald Trump. No último encontro entre os presidenciáveis, Trump assumiu um tom mais moderado e calmo, enquanto Biden revelou-se mais “carismático” do que o de costume. O principal destaque em favor de Trump foi o posicionamento de Biden sobre a indústria de petróleo e gás, que destacou sua posição favorável a uma transição total para a produção energética de baixo carbono. Porém, apesar de melhor desempenho do presidente dos EUA, não foram apresentadas novas narrativas com potencial de mudar a direção da disputa, mesmo com algum ganho que possa gerar para Trump.

Enquanto isso, segue a incerteza acerca de um acordo entre democratas e republicanos sobre um novo pacote de estímulos. Após idas e vindas entre a líder da Câmara, Nancy Pelosi, e o Secretário do Tesouro Steven Mnuchin, ambos os lados seguem sem acordar um valor e formato para a potencial nova rodada de estímulos fiscais. Diante da proximidade das eleições em 3 de novembro, reduz-se a probabilidade de uma aprovação antes do anúncio do novo presidente.

Já na seara da segunda de contágio pelo Covid-19, mais medidas de isolamento e distanciamento social foram anunciadas ao longo da semana em países do continente europeu, como Bélgica e Suiça. A cautela deve seguir  alta principalmente ao longo das próximas duas semanas, que serão cruciais para identificar se a alta observada no número de infectados nas últimas semanas levará de fato a um número menor de hospitalizações e mortes, quando comparado com a primeira onda de contaminações.

O aumento da incerteza acerca de uma nova onda de isolamento social já passa a refletir em indicadores econômicos da Zona do Euro.Os Índices dos Gerentes de Compras da indústria e do setor de serviços para outubro indicaram que a recuperação da região segue desigual entre países e setores. Enquanto a indústria acelerou sua expansão, puxada pela Alemanha, o setor de serviços seguiu contraindo, com o PMI composto da região recuando para 49,4 em outubro, frente 50,4 em setembro.

Diante disso, crescem as expectativas para o anúncio de novas medidas de estímulo por parte da autoridade monetária do bloco (o Banco Central Europeu), que terá sua próxima reunião no dia 29. De maneira similar, aumenta também a pressão para que o bloco acelere a implementação do pacote fiscal acertado pelos países-membro.

Também foram destaque as negociações acerca do Brexit.Ainda sem acordo comercial, o Reino Unido caminha para sair do Mercado Comum Europeu sem um novo acordo, o que eleva as incertezas na região. Segundo Bruxelas, a “bola está no campo dos Britânicos” por ora, e esperam um acordo até meados de novembro.

Finalmente, conhecemos também o resultado do PIB Chinês do terceiro trimestre. O resultado apresentou uma alta de 4,9% na comparação anual, que, apesar de abaixo das expectativas de mercado (em 5,3%), indicou também dados positivos para o mês de setembro, especialmente na produção industrial e vendas no varejo. A recuperação segue condizente com o crescimento acima de 2% no ano, que deve confirmar o gigante asiático como o único país com relevância global a apresentar crescimento em 2020.

Enquanto isso, no Brasil

Na seara dos indicadores econômicos, as principais divulgações dessa semana foram os dados de arrecadação de setembro e do IPCA-15 de outubro.

Do lado da arrecadação, dados da Receita Federal indicaram a continuação da recuperação gradual da arrecadação federal no terceiro trimestre. A alta de 1,97% (ano/ano), entretanto, ainda retrata a recuperação heterogênea entre os setores da economia, e a o aumento de quase 40% do uso de compensações tributárias no mês por parte de empresas, o que reduz a arrecadação bruta e sinaliza um potencial enfraquecimento da retomada da arrecadação à frente.

Já o IPCA-15 de outubro apresentou a maior alta pro mês desde 1995, atingindo 3,52% no acumulado em 12 meses. À luz do real desvalorizado e das anomalias geradas pela pandemia (estímulos fiscais elevados, forte alta no preço das commodities, preços de passagens aéreas pressionados pela reabertura da economia etc.), os preços dos alimentos consumidos dentro e fora do domicílio continuam pressionando as medidas de inflação.

Mesmo com o resultado em linha com as nossas expectativas, revisamos nossa expectativa para o IPCA de 2020 de 3,1 para 3,25%. Não obstante, considerando que tais pressões estão sendo causadas fundamentalmente por movimentos muito peculiares da pandemia (que devem se dissipar ao longo de 2021 e 2022), e diante da ociosidade bastante elevada que esperamos para os próximos anos (projetamos taxa de desemprego de 15,5% em 2020 e 14,5% em 2021), a tendência subjacente de inflação deve seguir baixa.

Já no cenário político-econômico, os corredores de Brasília continuam um pouco menos agitados do que o de costume, com a proximidade das eleições municipais e os parlamentares focados em seus redutos eleitorais.  Mas as discussões sobre a questão fiscal continuam, com destaque para a discussão sobre o uso de recursos já existentes no orçamento de 2021 para um novo programa de transferência de renda, desta vez menos ambicioso, que aumentaria de 13,4 milhões para 17 milhões os beneficiários.

Ainda na seara fiscal, o Tesouro Nacionalrealizou dois leilões ao longo da semana, tanto de papeis pré-fixados como pós-fixados. Os prêmios em relação à curva de DI futuro voltaram a recuar, refletindo certo arrefecimento do stress no mercado de renda fixa. Contribuíram para a melhora a relativa redução da instabilidade no cenário político, e o recente anúncio conjunto por parte do Banco Central e do Tesouro Nacional, reduzindo o prazo de títulos pós fixados (LFTs) e o limite para operações compromissadas.   

Foi destaque também o projeto de lei que propõe autonomia ao Banco Central. A proposta de incluir o fomento ao pleno emprego e a suavização das flutuações do nível de atividade econômica no mandato do Banco Central tem divido senadores. A votação da proposta, que estava prevista para essa semana, foi adiada para o dia 3 de novembro, o que está sendo visto nos bastidores como uma estratégia para recriar o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), hoje vinculado ao Ministério da Economia. Também no dia 3 de novembro está prevista a votação do projeto que possibilita ao Banco Central substituir operações compromissadas pelo depósito voluntário remunerado.

O que esperar?

A reunião do Copom, a nota de crédito do Banco Central e a divulgação de dados referentes ao mercado de trabalho brasileiro (PNAD e Caged) serão os principais destaques da agenda econômica nacional da próxima semana. A nossa expectativa é de que os dados de crédito e do Caged (mercado de trabalho formal) continuem apresentando melhora gradual, enquanto a PNAD deve continuar apontando para um movimento de alta da taxa de desemprego. Com relação à reunião do Copom, a nossa expectativa é de que a Selic seja mantida em 2,00% ao ano. No cenário internacional, as decisões de política monetária e a divulgação de dados de crédito e de desemprego também serão as principais divulgações.

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