IBOVESPA -0,11% | 103.996 Pontos
CÂMBIO 0,6% | 3,94/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Iniciamos a semana após uma alta de 1,29% do Ibovespa na semana anterior, impulsionada pela aprovação da reforma da Previdência na Câmara com economia de R$933 bilhões, acima do esperado pelo mercado. O texto agora passa ao Senado, onde será avaliado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa e seguido por duas votações em plenário.
O senador Tasso Jereissati prometeu entregar o relatório da reforma da previdência na CCJ em até três semanas, permitindo a votação na comissão nos primeiros dias de setembro. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, acredita que a reforma pode ser aprovada entre 45 e 65 dias.
Notícias apontam que a reforma já tem os votos necessários para ser aprovada na segunda casa legislativa, com pesquisa do jornal O Estado de São Paulo apontando para 53 votos favoráveis ante os 49 necessários. Para consolidar o apoio à proposta, o governo deve reforçar o diálogo com congressistas nos próximos dias.
No campo internacional, as eleições primárias na Argentina são o grande destaque de hoje, com derrota do atual presidente Mauricio Macri por 15 pontos percentuais, muito atrás das expectativas do mercado, que era de uma diferença de 9 pontos percentuais. Fernández obteve 47,36% dos votos, enquanto Macri conseguiu 32,23%. Com estes números, Fernandez, cuja vice é a ex-presidente Cristina Kirchner, teria vencido na primeira rodada.
Com isso, não vemos nenhum caminho possível para que Macri possa reverter esse cenário até outubro, o que indica uma vitória de Fernandez e Kirchner.
Esperamos reação negativa nos mercados da região, com o CDS (risco-país) esperado para ir para além de 1.500 (ante 900 na sexta-feira), o peso argentino esperado de ir para pelo menos 55, contra 46 na sexta-feira e ações listadas nos EUA operando com 30% de queda no pré-mercado.
Na Ásia, destacamos os protestos em Hong Kong que levaram ao cancelamento de mais de 100 voos, após uma noite de confrontos entre a polícia e manifestantes. O conflito sinaliza a continuidade das tensões entre o governo local e a população.
Os mercados Asiáticos operam em alta, enquanto Europa e futuros dos Estados Unidos operam estáveis. Do lado das commodities, os preços de petróleo operam em leve queda de 0,5%, em US$58,1/barril, enquanto o minério segue recuando, com queda de 3,2% e atingindo o patamar dos US$90/t.
Indo para as empresas, publicamos hoje nossas estimativas e preços-alvo revisados para Bradesco, Itaú e Santander, incorporando premissas operacionais e de custo de capital atualizadas. O viés é positivo apesar do 1S19 aquém do esperado e o Bradesco segue como nossa preferência.
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Brasil
- Política Brasil: Proposta do governo de dar fim ao monopólio de benefícios pode abrir mercado na ordem de R$ 130 bilhões por ano
- Governo pretende separar a gestão da aposentadoria de outros seguros trabalhistas
Internacional
- Argentina voltando ao passado: Macri sofre forte derrota
Empresas
- Atualização Bancos: Viés ainda positivo; Bradesco segue como favorito
- Petrobras (PETR4): Venda de campos em produção na Bacia Potiguar e início da oferta de ativos na Bacia de Campos
- Suzano (SUZB3): Preocupação com demanda continua pressionando às ações
- Ambev (ABEV3): Empresa afirma que pagamentos à consultoria de Palocci ficaram em linha com mercado
- Varejo Alimentar: Mais detalhes sobre a reestruturação do Walmart Brasil
Veja todos os detalhes
Brasil
Política Brasil: Proposta do governo de dar fim ao monopólio de benefícios pode abrir mercado na ordem de R$ 130 bilhões por ano
- Proposta do governo de dar fim ao monopólio de benefícios, como auxílio-doença, maternidade e acidente de trabalho, pode abrir mercado na ordem de R$ 130 bilhões por ano. A ideia é retirar apenas essa parte do monopólio do INSS e está na reforma da Previdência que tramita agora no Senado. Será necessário ainda um projeto de lei para regulamentar esses serviços privados;
- Em entrevista, o relator da reforma da Previdência no Senado, Tasso Jereissati diz que há coisas “horrorosas” na relação de Bolsonaro com o Congresso e que o ideal era ele ficar “mais calado” para um melhor andamento do projeto na casa. Ele defende adiamento de medidas polêmicas, como a reforma tributária;
- Governo se defende de riscos para o balanço fiscal como a regra de obrigar estados e municípios a pagarem R$ 113,5 bilhões em precatórios até 2024 e determina que a União abra linha de crédito para isso. Com a crise na maioria dos estados, o governo quer adiar esse pagamento, mas o Supremo já determinou a abertura do crédito em alguns casos;
- Destaque para a entrevista do relator das contas do governo no TCU, ministro Bruno Dantas. Ele chama atenção para a falta de planejamento de cortes de gastos, possibilidade de o governo infringir a lei e para o risco de paralização de serviços, o que pode ter consequências políticas.
Governo pretende separar a gestão da aposentadoria de outros seguros trabalhistas
- De acordo com O Globo, o governo pretende acabar com o monopólio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na gestão de benefícios como auxílio-doença, de acidente de trabalho e salário maternidade, que representam gasto anual de R$130 bilhões;
- Segundo o projeto de lei que o governo enviará ao Congresso, o pagamento de aposentadorias e de parte das pensões continuará sendo exclusividade do INSS, mas as empresas poderão optar por recorrer ao setor privado no caso de outros benefícios;
- A possibilidade de competição neste mercado foi criada pela reforma da Previdência e já é uma realidade em outros países, que separam a gestão de aposentadorias dos demais seguros trabalhistas. A objetivo da proposta é que o aumento da concorrência incentive as empresas a investirem mais na prevenção de acidentes.
Internacional
Argentina voltando ao passado: Macri sofre forte derrota
- O presidente da Argentina, Mauricio Macri, perdeu as eleições primárias por 15 pontos percentuais, muito atrás das expectativas do mercado, que era de uma diferença de 9 ppts. Com estes números, Fernandez teria vencido na primeira rodada de ambas as condições: (1) acima de 45% e (2) 10ppts de diferença acima de 40%;
- Nós não vemos nenhum caminho possível hoje para que o Macri possa reverter este cenário até outubro, o que indica uma vitória de Fernandez e Kirchner;
- Investidores se preparam para uma forte correção hoje, com o CDS esperado para ir além de 1.500 (vs 900 na sexta-feira), títulos já abrindo 2,5 pontos percentuais e o peso argentino esperado de ir para pelo menos 55, contra 46 na sexta-feira. As ações listadas nos EUA já operam com 30% de queda no pre-mercado.
Empresas
Atualização Bancos: Viés ainda positivo; Bradesco segue como favorito
- Apresentamos hoje nossos preços-alvo de doze meses revisados para BBDC4 (R$45,00), ITUB4 (R$40,00) e SANB11 (R$51,00) incorporando em nossos modelos: (1) Resultados do 2T19 e premissas operacionais revisadas; (2) Inputs atualizados de custo de capital, ou seja, menor risco Brasil (CDS) e juros americanos e (3) Premissas macro atualizadas, alinhadas à nossa equipe de economia;
- O Bradesco continua como nossa preferência após os resultados do 2T19, uma vez que oferece maior exposição ao esperado (embora atrasado) ciclo benigno de crédito e melhor relação risco-retorno nos múltiplos atuais;
- Apesar de reconhecer as ameaças relacionadas especialmente a menores spreads e competição em serviços, vemos os bancos com escala e vantagens competitivas para evitar maiores perdas de participação e se beneficiar do cenário de maior crescimento econômico. Para acessar o relatório completo clique aqui.
Petrobras (PETR4): Venda de campos em produção na Bacia Potiguar e início da oferta de ativos na Bacia de Campos
- A Petrobras publicou na sexta-feira um fato relevante informando a assinatura de contrato de venda de toda a sua participação em um conjunto de 7 campos de produção terrestres e marítimos, o Polo Macau, na Bacia Potiguar, no Rio Grande do Norte;
- O valor da operação é de R$ 191,1 milhões, que serão pagas em duas parcelas, sendo 48 milhões de dólares com a assinatura do contrato e 143,1 milhões de dólares no fechamento da transação, sujeita a condicionantes, aprovações regulatórias;
- Além disso, a Petrobras também informou o início do processo de venda de suas participações em 11 campos de produção em águas rasas na Bacia de Campos, denominados Polo Garoupa, incluindo as instalações de produção e de escoamento até Barra do Furado. A Petrobras detém 100% de participação desses campos, cuja produção média dos últimos 12 meses foi de cerca de 19,6 mil barris/dia;
- As operações estão em linha com a política de desinvestimentos da Petrobras. Mantemos nossa recomendação de compra na Petrobras e e preços-alvo de 12 meses de R$ 36 / R$ 35 / US$ 18,5 / US$ 18 para PETR4 / PETR3 / PBR_A / PBR.
Suzano (SUZB3): Preocupação com demanda continua pressionando as ações
- Em sua teleconferência de resultados do segundo trimestre, a Suzano disse vai reduzir os embarques para a China nos próximos três ou quatro meses. Segundo o diretor comercial celulose da companhia, Carlos Aníbal, essa iniciativa, combinada à melhora das vendas frente ao primeiro semestre, deve contribuir para a redução do volume de fibra de eucalipto estocado naquela região;
- Além disso, a demanda de celulose vem melhorando na China desde março e, em julho, as vendas da fibra ficaram dentro do esperado, mas com pressão sobre os preços. Diante disso, no curto prazo, a expectativa da Suzano é de melhora do mercado, que sentiu a desaceleração da atividade econômica global;
- Porém, investidores continuam preocupados com a demanda de celulose, principalmente devido às incerteza geopolíticas, o que adiciona pressão às ações. Nós continuamos cautelosos no curto prazo, mas esperamos melhora dos preços de celulose no médio-longo prazo e por isso mantemos nossa recomendação de Compra para a Suzano.
Ambev (ABEV3): Empresa afirma que pagamentos à consultoria de Palocci ficaram em linha com mercado
- Em notícia publicada na quinta-feira, o jornal “O Estado de S. Paulo” informou que Palocci relatou em seu acordo de delação premiada à Polícia Federal “pagamentos indevidos” da Ambev aos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e a ele própio para impedir aumento de imposto para bebidas alcoólicas. A reportagem cita que a Ambev contratou os serviços da Projeto Consultoria Empresarial e Financeira por um período de três anos, para prestação de serviços de consultoria, com os pagamentos somando R$1,21 milhões;
- Em resposta, a Ambev informou que a contratação da Projeto Consultoria Empresarial e Financeira, do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, foi realizada para prestação de serviços de consultoria e que pagou a companhia honorários “em linha com o mercado”;
- A Ambev informou ainda que a reportagem é “supostamente baseada no vazamento de informações de um procedimento judicial confidencial, ao qual a companhia não teve acesso” e reiterou o compromisso de conduzir os negócios de maneira legal e ética. Na nossa visão, o tema pode adicionar incertezas no curto prazo e pressionar o papel, que teve performance positiva expressiva no último mês (+12,5%). Mantemos Neutro.
Varejo Alimentar: Mais detalhes sobre a reestruturação do Walmart Brasil
- Em entrevista ao Valor Econômico, Luiz Fazzio (presidente do Walmart Brasil) forneceu mais detalhes sobre a reestruturação da operação. Uma das iniciativas envolve a mudança do nome para Grupo Big, encerrando o uso da marca Walmart bem como o pagamento de royalties de 0,7% das vendas ao grupo americano. Além disso, a estratégia é recuperar a rentabilidade por redução de custos, e não aumento de preços, envolvendo renegociações com a indústria e revisões das iniciativas comerciais. A meta do grupo é atingir o breakeven no começo de 2021 e terminar este ano com EBITDA levemente positivo;
- Com relação ao portfolio de lojas e marcas: (1) até junho de 2020, 100 lojas do hipermercado Walmart (no Sul e Sudeste) e do Hiper Bompreço (no Nordeste) passarão a se chamar Big e Big Bompreço, respectivamente, enquanto 27 deles serão convertidos para o formato atacarejo; (2) maior exposição às marcas Maxxi (47 lojas de atacarejo) e Sam’s Club (27 lojas) por meio das conversões e abertura de novos pontos, com potencial de atingirem 150-200 lojas e 60 lojas em cinco anos, respectivamente; e (3) a partir do segundo semestre de 2020, os supermercados passarão a se chamar Super Bompreço (no Nordeste) e Nacional (nos demais estados);
- O Walmart é o terceiro maior varejista de alimentos no Brasil, atrás do Carrefour e do Grupo Pão Açúcar. Ainda que a reestruturação sob o comando da Advent signifique uma concorrência melhor estruturada, é importante ter em mente que a operação do Walmart vem sofrendo ao longo dos últimos anos e o processo de recuperação deve ser longo, com foco na melhora da rentabilidade e não maior agressividade em preços. Temos recomendação de Compra para o GPA (preço-alvo de R$124/ação) e de Neutro para o Carrefour Brasil (preço-alvo de R$25/ação).
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