BEEF3 descontinua exportação de gado vivo; POMO4 avança com 1° ônibus híbrido a etanol

Como avaliamos os principais acontecimentos da semana

Pensando em melhor auxiliar os investidores, o Brunch com ESG é um relatório publicado pelo time ESG do Research da XP que busca destacar os principais tópicos da agenda na semana. Considerando que informação é a melhor ferramenta para auxiliar os investidores na tomada de decisão, nosso objetivo é mantê-los atualizados com os acontecimentos mais relevantes no Brasil e no exterior da semana que passou, incluindo: (i) nossa visão sobre as principais notícias ESG; (ii) o desempenho dos principais índices ESG em diferentes países; e (iii) comparação da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial).

#1. Minerva (BEEF3) vai descontinuar a exportação de gado vivo até o final do ano

Na mídia. Minerva vai descontinuar negócio de exportação de gado vivo – Globo, 08 de agosto (link)

Nossa visão. Durante a conferência de resultados do 2T24 da Minerva, realizada no dia 8 de agosto, o Sr. Edison Ticle (CFO) anunciou que a empresa vai interromper as exportações de gado vivo até o final do ano – para detalhes sobre os resultados do 2T, acesse o relatório do time de Agro, Alimentos & Bebidas da XP (link). Embora a decisão tenha sido motivada por razões financeiras – o Sr. Ticle pontuou que o negócio de exportação de gado vivo é altamente volátil e está cada vez mais desalinhado com a estratégia de risco-retorno da empresa -, também consideramos essa medida um passo importante no compromisso ESG da Minerva. Na nossa visão, esse movimento revela: (i) um maior foco na integração dos critérios ESG na estratégia da empresa; e (ii) uma resposta as tendências de regulamentação, como por exemplo, a recente legislação britânica sobre o bem-estar dos animais. De um modo geral, vemos a decisão com bons olhos, e notamos que isso pode se refletir nos ratings ESG da empresa – olhando para as notas ESG do MSCI, por exemplo, a classificação da Minerva é “BB” (numa escala de “AAA a CCC”), superior à classificação da JBS (“CCC”), mas inferior à da Marfrig (“BBB”).

#2. Marcopolo (POMO4) apresenta 1° ônibus híbrido movido a etanol do Brasil

Na mídia. Marcopolo desenvolve primeiro ônibus híbrido a etanol – Valor Econômico, 06 de agosto (link)

Nossa visão. Nesta semana, a Marcopolo expôs o protótipo do primeiro ônibus híbrido movido a etanol do Brasil durante a LatBus, o maior evento de mobilidade urbana da América Latina. Conforme mencionado no relatório do time de Bens de Capital da XP (link), os modelos comerciais, desenvolvidos em parceria com a WEG (WEGE3) e a HORSE², devem ser lançados oficialmente em 2026, inicialmente com foco em programas urbanos e pequenos operadores. Com um sistema regenerativo, o novo micro-ônibus não necessita de infraestrutura de recarga elétrica, oferecendo uma autonomia 80% maior³ e menores preços em relação aos modelos totalmente elétricos. Neste contexto, destacamos positivamente que o novo micro-ônibus foi desenvolvido para quebrar barreiras que dificultam a eletrificação generalizada, incluindo: (i) preços mais elevados (~3x) em relação aos modelos convencionais; (ii) preocupações em relação à autonomia; e (iii) infraestruturas de recarga limitadas. Por fim, ressaltamos a importância do investimento em uma solução híbrida alimentada a etanol para o mercado local, refletindo uma estratégia de descarbonização adaptada ao contexto nacional.

¹ a HORSE é um parceiro global de inovação e produção para necessidades de energia com baixas emissões e combustíveis alternativos;

² de 450 km contra 250 km dos modelos 100% eléctricos.

Índices ESG e suas performances

(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.