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Tesouro Direto suspendeu negociações; entenda

Entenda o que aconteceu para o Tesouro Direto suspender as negociações.

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A segunda-feira (05) iniciou com volatilidade nos preços e taxas dos títulos públicos, levando a uma suspensão temporária das negociações. Por que isso aconteceu?

O que acontece quando o Tesouro Direto fica suspenso?

A inflação e o rumo das taxas de juros têm ocupado os holofotes do mercado financeiro há algum tempo. Hoje, a desvalorização do real frente ao dólar, aliada à forte queda observada nas bolsas ao redor do mundo, trouxeram seus efeitos também para a Renda Fixa, com os preços dos ativos brasileiros também oscilando fortemente.

Em meio a tudo isso, o Tesouro Direto interrompeu temporariamente as negociações no início desta manhã por cerca de 1h30 minutos, retomando os negócios em torno das 12h00.

Assim como vemos no mercado de renda variável, isso acontece para evitar grandes distorções no preço dos ativos, no caso os títulos públicos, em meio a um momento de extrema volatilidade. Vale mencionar que este fato também ocorreu no início da crise da covid-19 e no pós-eleição, por exemplo.

Como se comportam meus títulos nesse cenário?

Devido à marcação a mercado, os preços dos títulos de renda fixa (prefixados e atrelados ao IPCA) reagem de forma inversa à taxa. Importante frisar que a alta ou a queda só tem efeito prático em caso de resgate antes do vencimento.

Esse efeito é claramente percebido nos títulos públicos, inclusive aqueles negociados no Tesouro Direto. Isso porque esses títulos são marcados a mercado diariamente, refletindo as condições correntes de mercado.

No entanto, quando a variação de juros se dá de forma mais brusca, o Tesouro Direto pode interromper suas negociações. Afinal, perde-se, de certa maneira, a referência justa para as taxas. Isto acaba por proteger os investidores de grandes oscilações, de forma semelhante ao circuit breaker na bolsa. É isso o que ocorreu na manhã de hoje e havia acontecido em momentos anteriores de grande volatilidades.

Nestas ocasiões, todos os títulos prefixados e indexados ao IPCA ficam impedidos de serem negociados. Já o Tesouro Selic continua operando normalmente, por ser uma ferramenta importante de liquidez para o investidor e por não sofrer com essa marcação.

Como saber se já posso comprar e vender novamente?

O Tesouro Direto libera as negociações sempre que as condições de mercado se tornam menos voláteis e quando entende que é seguro para os investidores voltarem a realizar suas aplicações.

Para saber quando o mercado reabre nessas ocasiões, é necessário acompanhar as plataformas de investimento para entender se os títulos estão disponíveis novamente.

Vale lembrar que as negociações de hoje já voltaram ao normal.

O que está trazendo volatilidade para o mercado?

Uma combinação de fatores tem trazido maior oscilação nos mercados. Na semana passada, os dados fracos do mercado de trabalho dos Estados Unidos (criação de 114 mil vagas de emprego em junho, resultado abaixo das expectativas de 175 mil), reforçados pelo aumento da taxa de desemprego de 4,1% para 4,3%, e menor crescimento de salários, acabaram por gerar um temor sobre uma recessão iminente na maior economia do mundo. Assim, vem ganhando força a sinalização do presidente do Fed, Jerome Powell, de que as taxas de juros já podem começar a cair. De fato, os mercados futuros apontam três cortes de 0,25 p.p. até o final do ano.

No Japão, a Bolsa de Valores de Tóquio ativou o mecanismo de “circuit breaker” após uma queda acentuada no índice Nikkei 225, que despencou 12,4%, e no TOPIX, que caiu 7,3% nesta segunda-feira (5). Esse foi um dos maiores declínios diários recentes, levando à suspensão temporária das negociações para estabilizar o mercado e prevenir vendas em pânico. A queda desta segunda-feira também é a maior desde a “black monday” de 1987. O movimento foi impulsionado após o banco central local elevar juros e anunciar redução das compras de ativos, fazendo com que investidores desmontassem posições de carry trade, que consiste na venda de uma moeda com juros baixos pra investir em outra que tenha juros mais elevados (como a moeda brasileira).

Por aqui, o Boletim Focus também de hoje apontou para IPCA, dólar e Selic 2025 em alta. O consenso de mercado para o IPCA do ano corrente subiu de 4,10% para 4,12%. Para 2025, as projeções se aproximam de 4,0% – houve revisão de 3,96% na semana passada para 3,98% nesta semana. Já para a Selic, a mediana projetada pelos especialistas para 2024 segue em 10,50% mas, para 2025, as expectativas aumentaram de 9,50% para 9,75%. Por fim, enquanto o dólar esperado para 2024 seguiu em R$/US$ 5,30, para 2025 subiu para R$/US$ 5,30 (ante R$/US$ 5,25 na semana passada).

Juros e preços

Uma das formas em que a incerteza se traduz é pela curva de juros futuro. Em geral, quando há pouca visibilidade ou pessimismo, a curva de juros “abre”. Ou seja, o mercado passa a entender que haverá aumento de juros no futuro e embute este risco maior pedindo mais prêmio (taxa adicional) para investir nos títulos do governo. Já em um cenário com maior visibilidade, a curva “fecha”, ou seja, as taxas caem.

Entretanto, um fator importante acaba por misturar os efeitos na curva local: o dólar, no caso, a desvalorização cambial. Isso porque uma eventual recessão americana acaba por aumentar a necessidade de cortes de juros nos Estados Unidos, o que também poderia aliviar a pressão na nossa Selic. Por outro lado, o dólar, a moeda mais proeminente do mundo, tende a se fortalecer em momentos de maior incerteza, com os recursos migrando das economias emergentes, como o Brasil, o que acaba por depreciar o real e aumentar as perspectivas de inflação por aqui.

Para ilustrar, é possível ver o efeito que já ocorreu na manhã de hoje (linha em amarelo claro), com os juros esperados próximos à estabilidade, com leve viés de baixa em relação a um dia atrás (linha preta) e à semana anterior (linha amarelo escuro). Na abertura do dia, a curva de juros iniciou em leve queda, inverteu a tendência para pequena abertura e voltou a ceder até o momento, refletindo também a volatilidade vista nos mercados.

O Tesouro Direto continua seguro?

Sim! Como explicamos, a suspensão de negociação ocorre para proteger o investidor. Portanto, não há motivos para se preocupar em relação à segurança desse programa.

Esse cenário apenas reforça a importância da reserva de emergência para os investidores em ativo seguro e líquido, como o Tesouro Selic, que inclusive o Tesouro Nacional entende ser essencial para necessidade de liquidez.

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