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Tesouro Direto mantém tendência de captação positiva – Junho 2024

Os investimentos no Tesouro Direto registraram captação líquida de R$ 2,4 bilhões no mês, o maior volume mensal da série observada, desde 2005. Veja mais aqui.

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No dia 29 de julho, o Tesouro Nacional divulgou os dados do Tesouro Direto referentes a junho de 2024. Os resultados apresentados para o mês seguiram a tendência observada das aplicações nos títulos públicos por pessoas físicas superarem o volume de resgates, atingindo uma captação líquida de R$ 2,4 bilhões no mês, o maior volume mensal da série observada, desde 2005. Com exceção de janeiro de 2023, o Tesouro Direto apresenta captação líquida positiva desde abril de 2021.

Visão geral

No total, o volume de vendas de títulos públicos (aplicações) somou R$ 5,7 bilhões no mês, um aumento de 49% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando arrecadou R$ 3,8 bilhões. Já os resgates (incluindo vencimentos) totalizaram cerca de R$ 3,5 bilhões no mês. Assim, as entradas de investimentos no Tesouro Direto superaram em R$ 2,4 bilhões o volume de saídas em junho de 2024.

Em 2023, os resgates superaram aplicações apenas no mês de janeiro. Com exceção desta data, o volume mensal de aplicações é maior que o de resgates desde abril de 2021, o que se manteve em junho de 2024.

Ao final do mês de junho, o estoque dos investimentos no Tesouro Direto totalizou R$ 143,1 bilhões, o maior volume da série analisada (desde 2004) e uma alta de 21% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando atingiu R$ 113,3 bilhões. Quanto aos títulos em estoque, aqueles atrelados à inflação (híbridos) permanecem com a maior representatividade, com 50,3% do total.

Da mesma forma, no mês de junho de 2024, o principal ativo comprado por investidores foram os títulos indexados à inflação (que incluem Tesouro IPCA+, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais, Tesouro RendA+ e Tesouro Educa+), com cerca de 54% das vendas, seguido dos títulos indexados à Selic, com 36% das aplicações, e prefixados, com 10%.

Em relação ao prazo de emissão, houve preferência por títulos entre 1 e 5 anos, com 47% das vendas no Tesouro Direto no mês, seguidos pela venda de títulos com prazo acima de 10 anos (27%) e com prazo entre 5 e 10 anos, com 5% do total.

Fonte: Tesouro Nacional | Elaboração XP

Desde o início de 2023 até fevereiro de 2024, notamos um maior interesse por títulos de médio e longo prazos, em detrimento de títulos de 1 a 5 anos, como demonstrado na imagem abaixo. No mês de junho de 2024 em específico, houve manutenção da procura por títulos nas faixas vistas no mês anterior: títulos entre 1 a 5 anos.

Fonte: Tesouro Nacional | Elaboração XP

Entendemos que esse movimento possa ter sido intensificado com a reprecificação dos títulos após a mudança do cenário global, com maior aversão ao risco. Com os juros reais acima de 6,0% em todos os vencimentos, o investidor pode encontrar rentabilidade historicamente elevada sem a necessidade de alongar o prazo.

Investidores

Em junho, o número de investidores cadastrados no programa teve acréscimo de 295 mil novos participantes, atingindo 28,9 milhões de clientes (+17,0% nos últimos doze meses). Deste total, a parcela de 2,6 milhões é de investidores ativos (aqueles que possuem investimentos de fato), cerca de 9% da base.

Fonte: Tesouro Nacional | Elaboração XP

Em relação ao perfil dos investidores cadastrados no Tesouro Direto em junho, o destaque segue sendo pessoas entre 26 e 45 anos, que juntas compõe 57,5% do total dos investidores. Entendemos que a quantidade esteja relacionada ao maior poder de renda, juntamente ao conhecimento sobre os títulos existentes.

Além disso, destacamos o crescente volume de jovens cadastrados de até 25 anos, que totalizaram 22% da base total. Acreditamos que este fato esteja relacionado ao lançamento do título Tesouro Educa+, voltado ao financiamento de estudos, além do maior interesse por investimentos através da educação financeira entre os mais novos.

Em termos de gênero, a maioria da base do Tesouro Direto segue composta por homens (73,5%), e apenas 26,5% por mulheres.

Nossa visão

Em nossa visão, consideramos que os títulos públicos em geral seguem atrativos, com boa relação de risco vs. retorno. Destacamos, em geral, os títulos pós-fixados e híbridos.

Os patamares da taxa Selic permanecem elevados, em 10,50%, e segue como boa opção para reservar de emergência e demais objetivos, com baixo risco. Além disso, o cenário atual, com a expectativa da desaceleração do ritmo de cortes da taxa básica de juros, tende a beneficiar este tipo de aplicação.

Para prazos médios a longos, entendemos fazer sentido a alocação em títulos IPCA+, sejam eles públicos ou privados. Afinal, em nossa visão, são os títulos que protegerão os investidores de pressões inflacionárias que possam vir a aparecer ao longo dos próximos anos, principalmente se mantidos até o vencimento. Ademais, apesar de acomodação da inflação de curto prazo, as projeções para os próximos anos têm se elevado, e o patamar de juro real atual oferecido encontra-se elevado, representando boa oportunidade de carrego nas carteiras.

Estimamos que a inflação se mantenha acima do centro da meta do Banco Central nos próximos dois anos. De acordo com o nosso time de economia da XP, os índices de inflação de 2024 e 2025 devem atingir, respectivamente, 4,0% e 4,3%. Desta forma, no momento, privilegiamos a alocação em títulos atrelados à inflação (IPCA+), através de investimentos diretamente nas NTN-Bs, Tesouro Direto (que incluem Tesouro IPCA+, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais) ou crédito privado.

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Fonte

Tesouro Nacional

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