Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de terça-feira em território misto, com o IBOV andando de lado (+0,07%), enquanto o ISE registrou leve alta de +0,47%.
• No Brasil, (i) a B3 comunicou que irá retirar a Braskem de seu Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) dado o agravamento da crise em Maceió, onde bairros sofrem com abalos sísmicos e estão em estado de alerta sobre possível colapso da mina de sal-gema da petroquímica; e (ii) a Mombak, a startup especializada em créditos de carbono a partir do reflorestamento de áreas degradadas na Amazônia, fechou um contrato com a Microsoft, negociando créditos de 1,5 milhão de toneladas de carbono a serem entregues até 2032 – o pagamento será realizado de acordo com a entrega dos créditos, embora a Mombak não tenha revelado o valor negociado.
• Na COP28, bancos, reguladores, delegações e as certificações presentes na conferência buscam reviver os esforços para relançar o comércio global de créditos voluntários de carbono, prejudicado por alegações de falta de credibilidade – de forma geral, os participantes visam rever as normas para garantir uma melhor verificação de que a redução de emissões é legítima, além de prover garantias mais transparentes para evitar a dupla contabilização entre países e empresas que reivindicam o crédito.
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Brasil
Empresas
B3 exclui Braskem do ISE por desastre em Maceió
"A Braskem será retirada do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3, a partir da próxima sexta-feira. A decisão foi comunicada hoje pela bolsa e é resultado do agravamento da crise em Maceió, onde bairros sofrem com abalos sísmicos e estão em estado de alerta sobre possível colapso da mina de sal-gema da petroquímica. Por conta do estado de emergência decretado pela Prefeitura de Maceió, envolvendo uma mina da Braskem, a bolsa iniciou na última sexta-feira seu ‘Plano de Resposta e Eventos ESG’. O documento determina o fluxo que a B3 segue quando acontecem eventos e crises ESG ligados a empresas que integram o ISE. Em comunicado, a bolsa informa que “a decisão não deve ser tomada como pré-julgamento das responsabilidades da companhia, mas decorre da aplicação do disposto na metodologia do ISE B3”. O texto explica que um novo dispositivo prevê exclusão de ativos que “durante a vigência da carteira se envolvam em incidentes que as tornem incompatíveis com os objetivos do ISE B3, conforme critérios estabelecidos na política de gestão de riscos do índice”. A Braskem integrava o ISE desde o lançamento do índice, em 2005, mas nos últimos anos passou a ter sua manutenção questionada quando começou a ficar clara a gravidade do desastre socioambiental na capital alagoana. Até aqui a B3 vinha afirmando que estava acompanhando o processo.”
Fonte: Capital Reset, 05/12/2023
Créditos de carbono: Mombak fecha contrato com a Microsoft
"A Mombak, a startup especializada em créditos de carbono a partir do reflorestamento de áreas degradadas na Amazônia, acaba de fechar um contrato com a Microsoft que deve mudar a companhia de patamar. A empresa – fundada por um ex-CFO do Nubank e um ex-CEO da 99 – negociou créditos de 1,5 milhão de toneladas de carbono com a gigante da tecnologia a serem entregues até 2032. O pagamento será realizado de acordo com a entrega dos créditos. A Mombak não revelou o valor negociado por tonelada de carbono, mas o CEO Peter Fernandez, que já ocupou o mesmo cargo na 99, disse que foi bem acima do valor praticado pelo mercado. Na semana passada, a empresa também fechou um contrato de venda de créditos de carbono para a escuderia de Fórmula 1 McLaren Racing por US$ 50 a tonelada – 10x maior do que o valor médio conseguido por outras empresas. Este ‘prêmio’ tem um motivo: como a Mombak tem uma operação verticalizada – compra áreas degradadas e refloresta os terrenos – o impacto de sua remoção de carbono é superior ao das empresas que trabalham com a floresta em pé – o que permite à empresa cobrar mais. O mercado de compensação de carbono pode chegar a US$ 1 trilhão até 2037, segundo dados da Bloomberg.”
Fonte: Brazil Journal, 05/12/2023
COP-28: Setor privado pode influenciar positivamente a definição de políticas climáticas
"Com líderes mundiais, governos, organizações não governamentais e especialistas em sustentabilidade para discutir temas relevantes para os negócios, como a transição energética, o financiamento climático e a precificação do carbono, a COP servirá também para a iniciativa privada em dois pontos cruciais: compartilhar experiências e buscar soluções inovadoras que possam impulsionar seus resultados e conectar-se com outros líderes do setor, tomadores de decisão e influenciadores. A partir dessas interações, poderão ser fechadas parcerias estratégicas, colaborações, identificação de oportunidades e discussões sobre iniciativas conjuntas para lidar com desafios climáticos comuns. Sem contar nas pesquisas, descobertas científicas e políticas relacionadas à mudança do clima. É a oportunidade para o setor privado obter informações atualizadas sobre tendências, regulamentações e inovações tecnológicas que possam afetar seus negócios. Essas informações são valiosas para o planejamento estratégico e a tomada de decisões forward-looking nas empresas. As empresas podem apresentar suas perspectivas, recomendações e propostas para moldar políticas nacionais e internacionais relacionadas ao clima, além de estar bem posicionadas para a COP30 que será sediada no Brasil na cidade de Belém, em 2025.”
Fonte: Valor Econômico, 05/12/2023
A conta do megainvestidor Ray Dalio para o financiamento climático
"Maior gestor de fundos hedge do mundo, por meio da sua Bridgewater Associates, Ray Dalio conhece os encanamentos por onde flui o dinheiro no mercado financeiro global como poucos. Em passagem pela COP28, hoje, o megainvestidor deu a sua visão do que será preciso para a conta do financiamento climático fechar. “Estima-se que o mundo precise de US$ 5 trilhões a US$ 10 trilhões por ano [para limitar o aquecimento global a 1,5°C] e o PIB global é de US$ 100 trilhões. Então, é caro”, disse ao participar de um fórum da Bloomberg Green em Dubai. “E estamos num mundo que não tem dinheiro suficiente. Para entender como isso vai se dar do ponto de vista do dinheiro, temos que olhar para quem tem o dinheiro e quais as suas motivações.” Segundo seu raciocínio, os bancos de desenvolvimento multilaterais, como Banco Mundial e BID, não têm o suficiente. “Eles têm apenas US$ 2 trilhões sob sua responsabilidade. Isso é o quanto eles têm no total, enquanto temos que gastar US$ 5 trilhões a US$ 10 trilhões por ano.” Os filantropos do mundo todo, continuou, têm US$ 1 trilhão por ano – sendo US$ 500 bilhões nos Estados Unidos. “Não é muito para colocar no balde.” A maior reserva de dinheiro, apontou, é dos grandes investidores institucionais. “Eles têm US$ 200 trilhões. Esse é o grande pote de dinheiro.”.”
Fonte: Capital Reset, 05/12/2023
Política
Senado aprova empréstimo de US$ 40 milhões para Maceió
"O plenário do Senado aprovou, nessa terça-feira (5), a autorização de um empréstimo de US$ 40 milhões do Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata) à prefeitura de Maceió, capital de Alagoas, com garantia de União. O texto vai à sanção presidencial. O governo reconheceu, na semana passada, situação de emergência em Maceió pela crise envolvendo o colapso iminente da mina 18 da Braskem. A cidade enfrenta tremores de terra e afundamento de solo em diversas regiões. A matéria aprovada pelo Senado, no entanto, não detalha onde os recursos serão investidos, citando apenas o programa de desenvolvimento urbano do município. O relator do texto, Rodrigo Cunha (Podemos-AL), diz que a prefeitura fará investimentos “na prevenção de catástrofes e proteção de encostas”. “Na última sexta-feira (1), eu estive pessoalmente com o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, e ele me deu todas as celeridades necessárias e encaminhou a mensagem para o Senado Federal, que diz respeito a um empréstimo ao município de Maceió”, disse Rodrigo Cunha, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, mais cedo.”
Fonte: Valor Econômico, 05/12/2023
Internacional
Empresas
Na COP28, setor de tecnologia defende o papel da inovação nas mudanças climáticas
"O uso da inovação como forma de tentar reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) tem sido apontado como um dos caminhos prováveis para que atingir a meta do Acordo de Paris. Nesta terça-feira, 5, aconteceu em Dubai, na COP28, o Fórum de Inovação Climática, que reuniu líderes da indústria da tecnologia para discutir o desenvolvimento e a implementação de soluções climáticas de ponta. Omar Sultan Al Olama, ministro de Estado dos Emirados Árabes Unidos para Inteligência Artificial, Economia Digital e Aplicações de Trabalho Remoto, além de diretor geral do Gabinete do Primeiro-ministro, mostrou otimismo em seu pronunciamento. "O potencial para uma revolução tecnológica sustentada pela responsabilidade ambiental pode nos levar a um futuro neutro em carbono, remodelando nossa utilização dos recursos da Terra para alcançar o progresso e a preservação simultaneamente", disse. O fórum contou com uma série de debates sobre temas como soluções de ponta para enfrentar a crise climática global, incluindo inteligência artificial (IA), tecnologia de satélite, grandes volumes de dados, energia limpa, descarbonização industrial e hidrogênio com baixo teor de carbono.”
Fonte: Exame, 05/12/2023
Emissões globais de carbono provenientes de combustíveis fósseis atingirão recorde este ano
"As emissões globais de dióxido de carbono provenientes da queima de carvão, petróleo e gás atingiram um novo recorde e deverão aumentar a um ritmo mais rápido em 2023 do que a média de 10 anos, de acordo com uma nova investigação que destaca como os objectivos do acordo de Paris para limitar as emissões globais aquecimento estão cada vez mais em perigo. Estima-se que as emissões cresçam 1,1% este ano, com uma faixa de incerteza de até 2,1%, mostrou uma pesquisa do Centro Internacional de Pesquisa Climática (Cícero). Isto compara-se com uma taxa média de crescimento de 0,5 por cento ao ano durante a última década. Os cientistas dizem que as emissões devem cair quase para metade nos próximos sete anos para termos alguma esperança de cumprir o objectivo do acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura global a, idealmente, não mais do que 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. Em vez disso, a investigação estima que o mundo tenha apenas sete anos de orçamento de carbono – ou a quantidade de dióxido de carbono que pode ser lançada na atmosfera – antes de ultrapassar o limite de 1,5ºC. A colaboração por trás da pesquisa, conhecida como Projeto Global de Carbono, estima que há 50 por cento de chance de o aquecimento global exceder 1,5°C de forma consistente em cerca de sete anos, embora os pesquisadores tenham alertado que havia grandes incertezas devido ao aquecimento causado por gases não-CO₂, como como metano e óxido nitroso, que também estão aumentando.”
Fonte: Financial Times, 05/12/2023
Na COP28, ministros estrangeiros buscam sinergias, mas os desafios em comum dominam a pauta
"Há um consenso na COP28, a Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas, de que não é possível limitar o aquecimento global em 1.5ºC, como prevê o Acordo de Paris, se os governos não considerarem as emissões de todos os setores industriais -- seja por meio de atividades públicas ou privadas. Com essa premissa, representantes dos governos dos Estados Unidos, Eslovênia, Canadá, Emirados Árabes e Reino Unido, abordaram como o tema tem evoluído dos últimos dois anos, desde a Breakthrough Agenda, definida em 2021 na COP26, em Glasgow. "Muitos países, como o Canadá, têm sofrido com recordes de temperatura, o que nos força a sermos claros nos compromissos e ações. Agora é hora de acelerar o uso da tecnologia para a inovação, ao considerar um futuro ambicioso, que mitiga os impactos negativos das mudanças climáticas", disse Francois Philippe Champagne, ministro da Inovação, Ciência e Indústria do Canadá. A Breakthrough Agenda, reúne 45 países, que juntos representam mais de 70% do PIB global, e concordaram em rever anualmente os progressos e ações internacionais para acelerar os avanços com base no relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), da Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA) e dos Campeões de Alto Nível da ONU. Na COP27, em Sharm el-Sheik, no Egito, os países responderam com um pacote de 28 ações para descarbonizar os setores de energia, transportes rodoviários, aço, hidrogênio e agricultura. "Estamos cumprindo a intenção inicial da agenda, que é a união dos países para a elaboração de documentos que nos permita evoluir em cada COP", afirmou Abdullah Al Shami, vice-secretário de crescimento industrial dos Emirados Árabes Unidos.”
Fonte: Exame, 06/12/2023
Líderes financeiros da COP28 tentam reviver o dizimado mercado de créditos de carbono
"Bancos, reguladores e altos funcionários presentes na cimeira climática COP28 deram o seu peso aos esforços para relançar o comércio global de créditos voluntários de carbono, fustigados por alegações de falta de credibilidade. Organismos de certificação independentes que sofreram com o colapso do mercado também aderiram ao esforço. Uma das organizações, Verra, disse que teria como objetivo cumprir os padrões estabelecidos pelo órgão de governança independente, o Conselho de Integridade para Mercados Voluntários de Carbono. Em teoria, cada crédito representa uma tonelada de carbono evitada ou removida da atmosfera, mas a falta de verificação e credibilidade dos créditos minou o sistema. Os projectos de conservação que visavam reduzir a desflorestação relativamente a um hipotético cenário futuro em que as árvores são derrubadas, por exemplo no Zimbabué e no Peru, têm enfrentado um escrutínio particular sobre a contabilização precisa do carbono poupado ou das emissões evitadas. As normas a implementar incluem a verificação de que a redução de emissões é credível e duradoura e a garantia de que não haja dupla contabilização entre países e empresas que reivindicam o crédito. As compras de créditos de carbono associadas a cortes no dióxido de carbono emitido pela queima de combustíveis fósseis e pela desflorestação poderão criar “o maior mercado que o mundo alguma vez conheceu”, disse o enviado climático dos EUA, John Kerry.”
Fonte: Financial Times, 05/12/2023
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
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