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Pré-Copom Setembro 2023: Mantendo o ritmo

Nos dias 19 e 20 de setembro, ocorrerá a próxima reunião do Copom. Esperamos corte de 0,50p.p. na taxa de juros. O que isso significa para a renda fixa?

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Caso não tenha familiaridade com a curva de juros, sugerimos a leitura deste conteúdo: O que é a curva de juros?

Existem ferramentas no mercado que precificam as expectativas dos agentes em relação às reuniões do Banco Central. Como exemplo, as “apostas” nas Digitais de Copom dessa semana indicavam uma probabilidade, na visão do mercado, de cerca de 97% de que haja corte de 0,50p.p. na Selic, conforme mostrado na tabela abaixo.

ExpectativaProbabilidade
Corte para 12,75% (-0,50p.p.) – Cenário XP96% a 98%
Corte para 12,5% (-0,75p.p.)2% a 5%

Fonte: B3 (Opções de Copom). Elaboração: XP.

Nossos economistas da XP têm como cenário base o corte de 0,5 p.p.:

O Copom não deverá alterar significativamente o seu balanço de riscos para a inflação nesta reunião. Isto posto, acreditamos que o BC divulgará projeções de IPCA um pouco mais altas em 2023 (de 4,9% para 5,1%), 2024 (de 3,4% para 3,6%) e 2025 (de 3,0% para 3,1%). Não vemos razões para o Copom considerar um corte de 0,75p.p. na taxa Selic na reunião desta semana. Outro corte de 0,50p.p. – unânime, desta vez – é de longe o cenário mais provável. Porém, considerando a dinâmica benigna da inflação de serviços e o fato de a política monetária estar em patamar bastante restritivo, o Copom deve manter a discussão sobre eventual aceleração no ritmo de redução de juros em seu comunicado oficial. (…) De toda forma, como há confiança em um espaço relevante para cortes de juros, o Copom pode trocar três reduções de 0,50p.p. por duas de 0,75p.p. ao longo do caminho (embora não seja o nosso cenário). (…) Portanto, mantemos nosso cenário de taxa Selic a 11,75% no final de 2023 e 10,00% em 2024.

A comparação entre as expectativas do mercado nas vésperas do Copom de agosto e agora ajudam a entender o cenário, tendo havido pouca mudança. Segundo nossos economistas: “O fluxo de notícias desde a última reunião do Copom foi relativamente equilibrado para as perspectivas de inflação. Do lado altista, depreciação da taxa de câmbio, elevação dos preços do petróleo e atividade doméstica resiliente. Do lado baixista, leituras de IPCA melhores do que o esperado, incluindo a inflação de serviços.

IndicadorExpectativas na semana do último Copom (agosto) Expectativas atuais
DI Jan/2412,0%12,3%
DI Jan/2710,1%10,3%
Câmbio (R$/US$) 2023 (Focus – Mediana)4,914,95
Câmbio (R$/US$) 2024 (Focus – Mediana) 5,005,00
IPCA 2023 (Focus – Mediana)4,84%4,86%
IPCA 2024 (Focus – Mediana)3,89%3,86%
Selic 2023 (Focus – Mediana)12,0%11,75%
Selic 2024 (Focus – Mediana)9,25%9,00%

Fontes: Anbima e Banco Central (Boletim Focus). Elaboração: XP.

O que esperar para a reunião de setembro (dias 19 e 20)?

Além de precisarmos acompanhar qual será a decisão do Copom sobre a taxa Selic, é necessário nos atentarmos ao comunicado sobre os planos do BC para a política monetária, que guiarão as expectativas para os juros nos próximos meses. Com base nisso, o que o Copom dirá desta vez?

Cenário base: Corte para 12,75%

Assim como mencionado acima, a XP acredita que o Copom deverá reduzir a taxa Selic em 0,50p.p. para 12,75% nesta semana, em decisão unânime, e que o comitê deverá manter a discussão sobre eventual aceleração no ritmo de redução de juros em seu comunicado oficial.

Cenário alternativo: Corte para 12,5%

Na visão de nossos economistas, como há confiança em um espaço relevante para cortes de juros, o Copom poderia trocar três reduções de 0,50p.p. por duas de 0,75p.p. ao longo do caminho. No entanto, o cenário parece pouco provável, inclusive na visão do mercado, que precifica esta probabilidade como menor do que 5%.

E o que esperar para a reunião de outubro/novembro (dias 31 e 1)?

Atualmente, o mercado precifica maior probabilidade de um novo corte de 0,50p.p. na próxima reunião, em outubro/novembro, porém há agentes que esperam cortes de até 1,0p.p. O cenário base dos economistas da XP para a próxima reunião (dias 31 de outubro e 1º de novembro) é de corte de 0,50p.p.

As possibilidades estão bem distribuídas:

Expectativa Copom Outubro/Novembro de 2023 – Assumindo 12,75% na reunião atualProbabilidade
Corte para 12,25% (- 0,50p.p.) – Cenário XP72% a 76%
Corte para 12,0% (- 0,75p.p.)18% a 23%
Corte para 11,75% (- 1,0p.p.)2% a 5%

Fonte: B3 (Opções de Copom). Elaboração: XP.

Como a renda fixa seria impactada?

Conforme apresentamos, já há expectativa quase unânime no mercado de corte de 0,50p.p. na reunião desta semana. Desta forma, caso isto se concretize, esperamos movimento brando na curva de juros, corrigindo apenas a parcela daqueles que esperavam corte maior.

O que poderia trazer maior impacto seria um comunicado do Banco Central em relação às próximas reuniões com tom que diferisse do esperado de maneira significativa. Ou seja, caso venha uma indicação clara de aceleração de cortes em relação à expectativa de 0,50p.p., a parte curta da curva poderia fechar (taxas de juros esperadas mais baixas) e a longa, abrir. O contrário também poderia acontecer.

Com a queda na curva de juros, títulos prefixados e atrelados ao IPCA tendem a se valorizar no curto prazo como reflexo do movimento, devido à marcação a mercado, e vice-versa.

Vale ressaltar que, com a redução da Selic e consequente reflexo sobre as expectativas na curva de juros, continuamos com visão positiva para a renda fixa de maneira geral, principalmente para títulos atrelados à inflação. Mesmo com o corte, as taxas de juros permanecem elevadas, e o IPCA continua a ser um risco a ser monitorado.

O que pode acontecer de diferente?

Tudo o que apresentamos aqui leva como base apenas a reunião do Copom dos dias 19 e 20 de setembro, sua decisão e posterior comunicado. No entanto, é preciso ressaltar que nesta semana a decisão do Copom ocorre na chamada “super quarta”, quando há também decisão de política monetária nos Estados Unidos, o que também deve afetar a curva local. Além disso, devemos ter em mente que, além de os cenários analisados serem apenas expectativas (ainda que com base em observações históricas), outras forças que muitas vezes fogem do radar agem no mercado diariamente e podem afetar os preços dos ativos.

Tendo isso em mente, é importante sempre acompanhar as principais movimentações e análises de mercado para ajudar na melhor tomada de decisão. Além disso, apesar de recentemente o cenário macroeconômico ter apresentado melhora, recomenda-se ainda cautela na alocação, uma vez que os riscos relacionados ao cenário fiscal e de crédito corporativo ainda não cessaram totalmente e podem trazer volatilidade aos ativos. Por fim, sempre considere seu perfil de investidor(a) para melhor estratégia de composição de carteira.

Agenda de reuniões do Copom – 2023

  • 31 de outubro e 1º de novembro
  • 12 e 13 de dezembro.

Gostou? Tem alguma sugestão? Não deixe de avaliar e deixar seus comentários!

Glossário

Entendendo os termos sobre as condutas do Banco Central

Dovish: A origem vem da palavra dove, pomba em português. Sinaliza uma conduta do Banco Central mais confiante de que o cenário de inflação não será um problema, e, portanto, pendente a adotar uma política monetária expansionista ou menos restritiva para estimular a economia.
Hawkish: A origem vem da palavra hawk, falcão em português. Sinaliza uma conduta do Banco Central preocupada com os riscos inflacionários, e, portanto, pendente a adotar uma postura monetária mais dura, com subidas mais fortes na taxa de juros, ainda que isso possa prejudicar o emprego e a atividade no curto prazo.

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