Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado encerrou o pregão de segunda-feira andando de lado, com o IBOV e o ISE levemente recuando -0,09% e -0,1%, respectivamente.
• Do lado das empresas brasileiras, a Orizon Valorização de Resíduos e a Orizon Meio Ambiente informaram que foi feito o desembolso de R$130 milhões referente ao contrato de financiamento corporativo celebrado com a International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial voltado para o setor privado - segundo o comunicado das empresas, o empréstimo representa o primeiro “sustainability linked-loan” no setor de resíduos do Brasil.
• Já no setor privado global, (i) segundo um estudo da BloombergNef, as maiores empresas dos EUA estão bastante atrás de suas concorrentes chinesas quando se trata de gerar receita a partir de energia solar, eólica, nuclear e outras fontes renováveis - de toda a receita das empresas que compõem o S&P 500, apenas 3,4% vêm de fontes geração de energia limpa, o que é aproximadamente a metade do que as empresas do Shanghai Composite Index ganham; e (ii) a China está construindo unidades de produção de baterias em níveis muito maiores que o necessário para atender à demanda interna por carros elétricos e pelo armazenamento de energia elétrica pela rede - a capacidade de produção das fábricas de baterias do país deverá alcançar 1,5 mil gigawatts/hora (GWh) neste ano, o suficiente para abastecer 22 milhões de veículos elétricos, mais que o dobro dos apontados pelos níveis de demanda.
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Brasil
Empresas
Orizon recebe financiamento de R$130 milhões do IFC vinculado a metas de sustentabilidade
"A Orizon Valorização de Resíduos (OrizonVR) e a Orizon Meio Ambiente S.A. (OMA) informaram que, na última sexta-feira (01), foi feito o desembolso de R$ 130 milhões referente ao contrato de financiamento corporativo celebrado entre a OMA e a International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial voltado para o setor privado. Segundo o comunicado, o empréstimo representa o primeiro “sustainability linked-loan” (empréstimo vinculado a metas de sustentabilidade) no setor de resíduos do Brasil e “fortalece o propósito comum da OrizonVR e da IFC de desenvolvimento social e ambiental”. Segundo a Orizon informou em fato relevante em 3 de julho, o financiamento será destinado a reembolso de investimentos realizados em triagem mecanizada e estações de tratamento de chorume, com 1 ano de carência de principal, com vencimento final em 15 de abril de 2031, pagamentos semestrais de juros e principal e contando com garantias reais e fidejussórias."
Fonte: Valor Econômico, 04/09/2023
Petrobras inicia estudos com Mubadala para desenvolvimento de negócios em biocombustíveis
"A Petrobras anunciou nesta segunda-feira um acordo com fundo ligado ao Mubadala Capital para desenvolver estudos abrangendo futuros negócios no segmento de refino, com destaque para avaliação de participação em projeto de biocombustíveis. O fundo soberano de Abu Dhabi está em processo de desenvolvimento de projeto de uma biorrefinaria integrada na Bahia, com foco na produção de diesel renovável e querosene de aviação sustentável. O acordo está alinhado aos elementos estratégicos do próximo plano estratégico da Petrobras, que visa diversificar o portfólio da companhia, contribuindo para seu plano de redução de emissões e contribuindo para o sucesso da transição energética."
Fonte: Valor Econômico, 04/09/2023
Transição energética e a nova agenda para os executivos financeiros
"Mudanças climáticas têm provocado maior incidência de fenômenos extremos em diversas partes do globo. O noticiário está repleto de relatos de ondas de calor, incêndios florestais devastadores, enchentes, secas prolongadas e derretimento de geleiras, entre outros exemplos. Esses eventos, em geral, trazem graves consequências, como escassez de água, aumento de doenças, deslocamento populacional, quebra de safras e aumento da desigualdade econômica. Não por acaso, a discussão sobre transição energética tem se intensificado, com um maior senso de urgência quanto à descarbonização da economia. Investidores e demais stakeholders têm demandado ações não apenas dos Governos, mas também das empresas. Há uma preocupação crescente com as metas que as companhias estão adotando para o compromisso “Net Zero”. Pesquisa global conduzida pela Deloitte em 2023 com executivos C-level revelou que o assunto “Mudanças Climáticas” está entre os três focos prioritários da Alta Administração. Reguladores também estão atentos ao tema. CVM, no Brasil, e SEC, nos Estados Unidos, já definiram requisitos de divulgação sobre informações ambientais, sociais e de governança corporativa (ASG). Espera-se um aumento das obrigações de divulgação e compliance nos próximos anos. O executivo financeiro deve compreender como sua empresa pode participar dessa transição."
Fonte: Valor Econômico, 04/09/2023
Venda de crédito de carbono pode destravar concessões
"Uma medida provisória (MP) editada pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) no fim de 2022 e convertida em lei em maio pelo atual mandatário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é a nova aposta do governo para destravar o mercado de concessões florestais. O texto autoriza a venda de créditos de carbono obtidos em florestas públicas administradas por empresas ou cooperativas. A expectativa é que a nova fonte de receita aumente o interesse privado sobre as áreas de mata sem destinação. O Brasil tem cerca de 310 milhões de hectares de florestas públicas, federais ou estaduais. Cerca de 80% dessas terras - aproximadamente 250 milhões de hectares - estão demarcadas como áreas de conservação, terras indígenas ou áreas militares. Outros 60 milhões de hectares ainda não têm destinação definida pelo poder público. São comumente chamados de áreas devolutas. Desde 2006, quando Lula, ainda em seu primeiro mandato, sancionou a Lei de Gestão de Florestas Públicas (LGFP), essas áreas podem ser concedidas para que possam ser exploradas de forma sustentável, visando a sua preservação. A concessão é uma forma de combater o desmatamento e outras atividades ilegais nesses locais. Na época em que a LGFP entrou em vigor, esperava-se que cerca de 44 milhões de hectares de floresta fossem concedidos em prol de sua conservação."
Fonte: Valor Econômico, 05/09/2023
Natura & Co antecipa metas e prazos de compromissos ESG
"A Natura &Co América Latina acaba de revisar suas metas de governança em âmbitos social e ambiental, agregadas no relatório “Visão 2030”, inicialmente lançado em 2020. A nova versão do documento, que adotou compromissos mais ousados e antecipou prazos definidos anteriormente, considera movimentos estratégicos como a aquisição da Avon, em 2020, e a venda da marca de luxo Aesop à L’Oréal em junho neste ano. A holding de cosméticos aponta que as novas metas do “Compromisso com a vida” consideram também “algumas turbulências de negócio” como a pandemia de covid-19. “Os contextos interno e externo mudaram bastante e nós criamos uma ambição socioambiental para o grupo, para que cada uma das marcas contribua um pouco mais para o planeta e a sociedade”, afirmou ao Valor o vice-presidente da Natura &Co para América Latina, João Paulo Ferreira. O executivo afirma que a busca por resultados financeiros e sociais ocorre simultaneamente e que há uma relação entre os dois âmbitos de atuação. De acordo com a companhia, o impacto socioambiental pode ser mensurado e a cada US$ 1 investido em metas do tipo, há um retorno de US$ 4. De acordo com ele, uma eventual venda da The Body Shop, cuja possibilidade foi divulgada ao mercado no último dia 28, não representaria necessariamente uma revisão dos novos compromissos."
Fonte: Valor Econômico, 05/09/2023
Política
Mundo espera do Brasil mais compromisso que discurso ambiental
"De volta ao bloco dos líderes da diplomacia verde e com uma janela de oportunidade à sua frente - já que presidirá o G20, o grupo das maiores economias do mundo, em 2024 e sediará a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30) em 2025 -,o Brasil vem sendo pressionado internacionalmente a mostrar que tem mais a oferecer do que apenas um discurso antidesmatamento e a cobrança por ajuda dos países ricos. “O mundo está olhando o Brasil com uma enorme expectativa, por sermos uma das maiores economias da natureza. Espera-se do governo brasileiro um papel de liderança dentro do desafio climático, trazendo à discussão uma solução que inclua o enfrentamento das desigualdades”, afirma Marcelo Furtado, diretor da Nature Finance. “Mais do que obrigação, temos interesse competitivo não só na implementação das políticas climáticas mas também na defesa delas.” A confirmação do compromisso de zerar o desmatamento até 2030, a melhora dos índices de preservação da Amazônia no primeiro semestre deste ano e a retomada das atividades da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), que se reuniu em Belém no início de agosto, foram vistos como exemplos positivos da liderança que o país pode exercer. Mas a insistência na expansão petroleira e nas acusações de protecionismo contra a legislação ambiental da União Europeia - que travaram a negociação do acordo comercial entre o bloco e o Mercosul - colocam em dúvida a disposição do governo Lula de criar e implementar políticas ambientais efetivas."
Fonte: Valor Econômico, 05/09/2023
Internacional
Empresas
China já produz mais que o dobro da demanda interna por baterias
"China está construindo unidades de produção de baterias em níveis muito maiores que o necessário para atender à demanda interna por carros elétricos e pelo armazenamento de energia elétrica pela rede básica. Isso chama a atenção para os amplos subsídios estatais e para a atividade descontrolada de empréstimos bancários, que devem sustentar a expansão internacional das fábricas chinesas. A capacidade de produção das fábricas de baterias da China deverá alcançar 1,5 mil gigawatts/hora (GWh) neste ano — o suficiente para abastecer 22 milhões de veículos elétricos. Esse número é mais que o dobro dos apontados pelos níveis de demanda, previstos em 636 GWh, segundo dados da empresa de pesquisa CRU Group. As fábricas de baterias estão seguindo um modelo adotado por outros setores, como o de aço, alumínio e painéis solares, alertaram executivos do setor, pelo qual as empresas chinesas se beneficiam de subsídios para assumir uma enorme parcela do mercado global e forçar a retirada da concorrência internacional. “Estamos preocupados”, disse Olivier Dufour, cofundador da Verkor, uma startup francesa de baterias respaldada pela Renault. “O que eu vejo no setor se assemelha muito ao que eu vimos na área de alumínio. É mais do que preocupante”, afirmou Dufour, ex-executivo da mineradora Rio Tinto. Regiões da China estão competindo entre si para aproveitar os subsídios estatais e se tornar centros de produção de baterias, na expectativa de disparada da demanda futura e sob o risco de criar uma superoferta de produção."
Fonte: Valor Econômico, 4/09/2023
Volkswagen está pronta para banir carros a combustíveis fósseis na Europa em 2035
"A Volkswagen está pronta para a eliminação planejada para 2035, na Europa, de novas vendas de carros movidos a combustíveis fósseis, à medida que aumenta sua linha de veículos elétricos, disse o presidente-executivo Oliver Blume na feira de mobilidade IAA, em Munique. “Estamos preparados para a eliminação da combustão em 2035 na Europa”, disse Blume a repórteres no salão do automóvel. Ele disse que, por meio de suas parcerias na China, a segunda maior montadora do mundo poderá reduzir os custos de suas baterias por meio de uma redução de 50% no valor das células. As montadoras europeias estão sob pressão das montadoras chinesas de veículos elétricos, que desenvolveram modelos mais baratos e mais amigáveis ao consumidor na China e agora estão se expandindo para a Europa. “Acho que temos grandes chances”, disse Blume. “Sabemos como criar carros, com alta qualidade. Teremos que trabalhar duro na questão dos custos."
Fonte: Nova Cana, 05/09/2023
Por que empresas da bolsa de Xangai são mais ‘verdes’ do que as do S&P 500
"As maiores empresas dos EUA estão bastante atrás de suas concorrentes chinesas quando se trata de gerar receita a partir de energia solar, eólica, nuclear e outras fontes renováveis. De toda a receita das empresas que compõem o S&P 500, apenas 3,4% vêm de fontes geração de energia limpa, o que é aproximadamente a metade do que as empresas do Shanghai Composite Index ganham, de acordo com a BloombergNEF. “Mudar os modelos de negócios para atividades mais ecológicas é mais do que ser virtuoso pelo bem do planeta”, disse Michael Daly, da BNEF. “Há uma enorme oportunidade financeira para as empresas que ajudam a impulsionar a transição energética.” Com as corporações lutando para fazer a transição para a neutralidade de carbono, os analistas da BNEF analisaram mais de 8.000 empresas para determinar quanto de sua receita é atribuível à energia limpa. Empresas chinesas, como as líderes em energia solar LONGi Green Energy Technology e Tongwei estão se beneficiando da posição dominante do país na cadeia de fornecimento de energia limpa. De fato, o maior número de oportunidades de investimento em ações de energia limpa está na região da Ásia-Pacífico (APAC), de acordo com a BloombergNEF. A região da APAC tem mais de 680 empresas que obtêm mais da metade de sua receita com energia limpa, o que inclui energia renovável e nuclear, transporte eletrificado, biocombustíveis, hidrogênio e captura de carbono, segundo estimativas da BNEF. Isso se compara a cerca de 410 empresas nos EUA e aproximadamente 430 na Europa, no Oriente Médio e na África juntos."
Fonte: Bloomberg Linea, 04/09/2023
Política
Emissões per capita de CO2 do G20 provenientes do carvão aumentam 7% desde 2015
"O Grupo das 20 nações aumentou as emissões per capita em quase 7% provenientes de usinas termelétricas a carvão desde 2015, com a China e a Índia adicionando novas usinas, e a contagem de CO2 da Austrália por pessoa quase três vezes maior do que a média mundial, mostrou uma pesquisa na terça-feira. O G20 é responsável por 80% das emissões do setor de energia do mundo, com as emissões per capita de CO2 provenientes de usinas termelétricas a carvão em 1,6 toneladas no ano passado, um aumento em relação a 1,5 toneladas em anos anteriores e significativamente maior do que a média global de 1,1 toneladas, segundo a Ember. A China, o maior consumidor de carvão do mundo e sua maior fonte de CO2, viu as emissões per capita atingirem 3,1 toneladas em 2022, um aumento de 30% desde 2015, apesar da adição de 670 gigawatts (GW) de capacidade renovável durante o período. Enquanto isso, sete membros do G20 - China, Brasil, Índia, Japão, Coreia do Sul, África do Sul e Estados Unidos - ainda não elaboraram planos para reduzir o uso de carvão, de acordo com a Ember. A China se comprometeu a começar a reduzir o consumo de carvão, mas não antes do seu período de planejamento de 2026-2030. A China continuou a desenvolver novas usinas termelétricas a carvão, com 243 GW de capacidade aprovada ou em construção, o suficiente para fornecer energia para toda a Alemanha, de acordo com um estudo recente. A Índia também viu as emissões per capita do seu setor de carvão aumentarem 29% durante o período para 0,8 toneladas."
Fonte: Reuters, 05/09/2023
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
Nossos últimos relatórios
Análise ESG Empresas (Radar ESG)
Mineração & Siderurgia: Um setor desafiador, gradualmente buscando oportunidades; Gerdau à frente dos pares (link)
Orizon (ORVR3): Companhia segue como uma das melhores sob a cobertura da XP (link)
Cosan (CSAN3): Fortalecendo governança e impulsionando a agenda ESG em suas subsidiárias (link)
Outros relatórios de destaque
IDIVERSA: O índice da B3 composto pelas empresas melhores posicionadas em diversidade no Brasil (link)
Cúpula da Amazônia: Boas intenções, mas só parte delas traduzidas em metas claras(link)
ESG: Um guia de bolso das principais regulações no Brasil(link)
Carteira ESG XP: Uma alteração para o mês de agosto (link)
Relatórios Semanais (Brunch com ESG)
Cúpula da Amazônia em foco; Regras da UE para desmatamento geram debate; PETR4 e seu apetite para projetos de energia limpa (link)
Emissões ESG ganham força; JBSS3 e sua meta ‘Net Zero’ para 2040; RenovaBio é reforçado (link)
Sigma Lithium estreia BDRs na B3 e outros destaques (link)
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