Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG - do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG - Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• Após quedas consecutivas, o mercado encerrou o pregão de terça-feira em território positivo, com o IBOV e o ISE em alta de +1,4% e +1,5%, respectivamente.
• Na política local, (i) após mais de três anos de idas e vindas, o governo apresentou sua versão do projeto de lei que institui no país um mercado regulado de carbono para impor limites compulsórios de emissões de gases de efeito estufa para setores e empresas - o projeto prevê a criação de um sistema conhecido como cap-and-trade, semelhante ao que vigora na União Europeia, além de definir os ativos de carbono como ativos mobiliários, o que permite a criação de novos produtos financeiros; e (ii) um parecer preparado pela Advocacia-Geral da União (AGU) rebateu a alegação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), na qual definia que a Petrobras só poderia obter o licenciamento ambiental de poço exploratório na Margem Equatorial se apresentasse uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) - para AGU, a avaliação da área sedimentar é dispensável no processo de licenciamento na Margem Equatorial.
• Do lado das empresas, uma pesquisa realizada pela EY com 1,2 mil CEOs em todo o mundo mostrou que 83% deles considera que os riscos ESG e de sustentabilidade vão impactar o desempenho dos seus negócios nos próximos 12 meses de forma moderada (27%), significativa (34%) ou muito significativa (22%).
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Brasil
Empresas
Mombak capta fund o de US$ 100 milhões para remover carbono
"A empresa de remoção de carbono via reflorestamento Mombak acaba de fechar a captação de um fundo de pouco mais de US$ 100 milhões para investir em seus projetos, um ano depois de ter iniciado o processo. O fundo de pensão canadense CPPIB se comprometeu a aportar até US$ 30 milhões no Amazon Reforestation Fund e a Rockefeller Foundation injetará outros US$ 5 milhões. Esses recursos se somam a US$ 49 milhões do grupo segurador francês Axa, anunciado no mês passado, além de cheques de outro investidor institucional de nome não revelado e de famílias de alta renda, a maioria estrangeiras. Segundo o CEO da Mombak, Peter Fernandez, a tarefa de captar os recursos foi difícil e levou mais tempo do que o esperado, dada a novidade do negócio. “Tivemos que provar muita coisa porque estamos começando um modelo do zero”, diz ele. “Mas conseguimos levantar capital com alguns dos maiores e mais sofisticados investidores institucionais, que buscavam ter uma exposição a carbono de alta qualidade em suas carteiras.” Fernandez diz que a entrada da Rockefeller, que demandou uma auditoria extensa, faz com que o mix de investidores do fundo tenha um perfil diverso. “A fundação tem experiência em investimento de impacto e a barra deles é alta, o que dá apoio à nossa tese de remoção de carbono com alta integridade [qualidade]”, diz. “Já o CPPIB traz uma escalabilidade muito grande, uma vez que eles fazem a gestão de quase US$ 600 bilhões."
Fonte: Capital Reset, 22/08/2023
Gerar retornos ‘aceitáveis’ é barreira para cortar emissões
"Uma pesquisa da consultoria Bain & Company com mais de 608 executivos do setor de energia e óleo e gás em 46 países deixou claro que, apesar de o tema de transição energética ser considerado importante, seu avanço esbarra em desafios, entre eles o financeiro. O terceiro relatório anual de Energia e Recursos Naturais Globais da Bain mostra que quatro em cada cinco respondentes consideram a capacidade de gerar retornos aceitáveis de projetos de descarbonização a principal barreira para reduzir emissões. Entre os brasileiros, a apreensão com esse retorno foi mencionada por 64% dos executivos. Daniela Carbinato, sócia da Bain e líder da prática de ESG para Bens de Consumo nas Américas, comenta ao Prática ESG, que o retorno dos investimentos sempre foi um tópico importante na discussão de transição energética, principalmente porque a indústria de energia é altamente intensiva em capital empregado (capex) e parte dos projetos de transição energética envolve investimentos volumosos, como tecnologia de captura de carbono, por exemplo. “Os projetos do setor se pagam ao longo de 20, 30 anos depois de feito o investimento, ou seja, se baseiam em uma visão de longo prazo”, afirma. Segundo estimativa da Agência Internacional de Energia, o mundo precisará investir cerca de US$ 4 trilhões até 2030 para financiar a transição energética. Hoje, apenas US$ 1 trilhão está sendo direcionado a isso. “Não é possível contar apenas com o mercado privado de capitais para levantar esse investimento, canalizar para os projetos certos e fiscalizar seu desenvolvimento”, pontua Carbinato."
Fonte: Valor Econômico, 22/08/2023
83% dos CEOs consideram que riscos ESG impactarão negócio nos próximos 12 meses
"A maioria dos CEOs (83%) considera que os riscos ESG e de sustentabilidade vão impactar o desempenho dos seus negócios nos próximos 12 meses de forma moderada, significativa ou muito significativa. A porcentagem de resposta “significativa” foi de 34%; seguida de “moderada”, com 27%; e de “muito significativa”, com 22%. A constatação faz parte de pesquisa realizada pela EY com 1,2 mil CEOs em todo o mundo sobre como eles usam a inteligência artificial, incluindo seus planos para alavancar essa tecnologia. Além disso, trouxe informações de como pretendem incorporar a sustentabilidade na agenda de crescimento das suas organizações. Muitas empresas veem, aliás, o potencial da IA para acelerar seu progresso em sustentabilidade em um momento no qual reguladores e investidores exigem cada vez mais transparência na agenda ESG. Para isso, a alocação de capital em iniciativas de sustentabilidade é uma movimentação desejável. Quase quatro a cada dez CEOs (38%) priorizam questões de sustentabilidade ao tomar decisões de alocação de capital. Já praticamente três a cada dez (28%) alocam capital para iniciativas de sustentabilidade no mesmo nível de outras prioridades de negócio. Nas Américas, essa porcentagem é de 22%, ocupando a última posição entre as regiões mensuradas, já que Ásia-Pacífico lidera, com 34%, seguida da Europa, com 29%."
Fonte: TI Inside, 22/08/2023
Política
Governo apresenta proposta de mercado regulado de carbono
"O governo apresentou sua versão do projeto de lei que institui no país um mercado regulado de carbono para impor limites compulsórios de emissões de gases de efeito estufa para setores e empresas. Depois de pelo menos cinco PLs e mais de três anos de idas e vindas, a expectativa é que a legislação seja finalmente aprovada, como um componente do chamado Plano de Transição Ecológica. O projeto prevê a criação de um sistema conhecido como cap-and-trade, semelhante ao que vigora na União Europeia desde 2005. Os ativos de carbono são definidos como ativos mobiliários – sob o guarda-chuva da CVM – o que permite a criação de novos produtos financeiros. Os direitos de populações indígenas e tradicionais, muitas vezes afetadas por projetos de geração de créditos de carbono do mercado voluntário, também estão contemplados no texto. “Achei um texto muito bom do ponto de vista técnico. É a melhor versão das que já vimos até agora”, diz Caroline Dihl Prolo, advogada especializada em clima e colunista do Reset. “São mais pontos positivos que negativos. E muito importante: não tentaram reinventar a roda. O texto se inspirou nas experiências de outras jurisdições.”."
Fonte: Capital Reset, 18/08/2023
Avaliação da área sedimentar é dispensável para licenciamento na Margem Equatorial, diz AGU
"Um parecer preparado pela Advocacia-Geral da União (AGU) rebateu a alegação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) de que a Petrobras só poderia obter o licenciamento ambiental de poço exploratório na Margem Equatorial, que vai da costa do Amapá até o Rio Grande do Norte, se apresentasse uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS). "Comungo do entendimento no sentido de que seja no plano jurídico, ou no plano fático, no âmbito do licenciamento ambiental não é exigível a AAAS", relata o despacho assinado pelo subconsultor-geral da União de Políticas Públicas, Bruno Moreira Fortes. A Consultoria-Geral da União (CGU) é órgão de assessoramento técnico da AGU. A manifestação da AGU ocorreu em resposta à solicitação realizada em julho deste ano pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, relativa ao processo de licenciamento para a perfuração do bloco FZA-M-59, da Petrobras. O empreendimento teve a licença ambiental negada em maio por técnicos do Ibama."
Fonte: Valor Econômico,, 22/08/2023
Internacional
Empresas
"O produtor sueco de baterias de íons de lítio Northvolt arrecadou US$ 1,2 bilhão de investidores, incluindo BlackRock e vários planos de pensão canadenses, enquanto se prepara para construir novas fábricas na Europa e na América do Norte, disse seu chefe financeiro à Reuters. O novo financiamento, através de uma nota conversível, vem à medida que a demanda dos investidores por empresas que se beneficiem da mudança para uma economia de baixo carbono acelera, auxiliada por iniciativas políticas em ambas as regiões para acelerar a transição. "É uma indústria muito intensiva em capital... encontrar a mistura certa é sempre difícil neste novo tipo de projeto de transição", disse o diretor financeiro Alexander Hartman em uma entrevista. Liderando a rodada ao lado da BlackRock, o maior gerente de ativos do mundo, estavam o Plano de Pensões do Canadá, o Sistema de Aposentadoria de Funcionários Municipais de Ontário e, como relatado anteriormente, a Corporação de Gerenciamento de Investimentos de investidores de pensão de Ontário. "O setor de fabricação de baterias tem um potencial de crescimento atraente impulsionado pela adoção acelerada de armazenamento de baterias e veículos elétricos", disse David Giordano, chefe global de infraestrutura climática da BlackRock. "Como um investidor líder na transição energética, estamos ansiosos para apoiar seu crescimento contínuo."."
Fonte: Reuters, 18/08/2023
Política
Grandes investimentos esperados na primeira cúpula climática da África
"Espera-se que negócios no valor de centenas de milhões de dólares sejam feitos na Cúpula do Clima da África do próximo mês, incluindo investimentos cada vez mais populares baseados na natureza, disse o principal organizador do evento na terça-feira. Autoridades africanas esperam que a reunião fortaleça a voz do continente e envie uma mensagem unificada antes da cúpula climática da ONU da COP28 no final deste ano. "Estamos antecipando acordos de US$ 1 milhão até centenas de milhões de dólares", disse Joseph Ng'ang'a, executivo-chefe do secretariado da Cúpula Climática da África, à Reuters em uma entrevista. Ele disse que os acordos envolveriam financiamento privado e público para investimentos baseados na natureza, produção de energia limpa e esforços de adaptação climática. Mais de 20 chefes de estado e de governo africanos e 20.000 delegados de todo o mundo, incluindo o chefe da ONU, Antonio Guterres, confirmaram sua participação na cúpula de 4 a 6 de setembro na capital do Quênia, Nairóbi. Os países africanos foram severamente afetados pelas mudanças nos padrões climáticos e sofrem cada vez mais de secas, inundações e tempestades relacionadas às mudanças climáticas. Os governos africanos também se prepararão para pressionar na cúpula da COP28 para a realização dos compromissos de financiamento assumidos em cúpulas climáticas anteriores por nações mais ricas, disse Ali Mohamed, enviado especial do Quênia para as mudanças climáticas, na mesma entrevista. A cúpula COP27 do ano passado no Egito concordou em criar um fundo de perdas e danos para os países em desenvolvimento, mas ainda não se materializou, disse Mohamed. "Estamos realizando esta cúpula para não continuar repetindo as mesmas mensagens. Estamos realizando esta cúpula para a África apresentar soluções para os desafios", disse ele."
Fonte: Reuters, 22/08/2023
Alemanha não se tornará net zero em 2045, à medida que os esforços climáticos vacilam
"As metas alemãs de reduzir as emissões de efeito estufa em 65% até 2030 provavelmente serão perdidas, o que significa que um zero líquido de longo prazo em uma meta de 2045 também está em dúvida, mostram relatórios de consultores climáticos do governo e da Agência Federal do Meio Ambiente (UBA). A União Europeia procurou ser líder climática e a Alemanha estabeleceu metas mais ambiciosas do que o bloco como um todo, mas em muitos países a política e a crise econômica empurraram a crise climática para baixo na agenda. A Alemanha, a maior economia da Europa, pretende reduzir suas emissões de dióxido de carbono em 65% até 2030 em comparação com 1990. No ano passado, seus níveis de CO2 já estavam 40% abaixo do nível de 1990, mas os novos relatórios disseram que isso não era suficiente. "A redução geral esperada provavelmente está superestimada", disse Hans-Martin Henning, presidente de um conselho de especialistas em clima que aconselha o governo, em um comunicado na terça-feira. O governo alemão ordenou 130 medidas em vários setores. Os setores de edifícios e transporte, em particular, não estão conseguindo implementá-los, disse o relatório do conselho de conselheiros climáticos do governo. Espera-se que o setor de edifícios esteja 35 milhões de toneladas de CO2 aquém da meta até 2030, enquanto o setor de transportes deve ter emissões excedentes entre 117 milhões e 191 milhões de toneladas em comparação com a meta do governo. O relatório dos conselheiros de terça-feira coincidiu com outro da UBA que descobriu que a Alemanha não pode se tornar neutra em termos climáticos até 2045 com base na política climática governamental planejada e existente."
Fonte: Reuters, 22/08/2023
Índices ESG e suas performances
(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).
(6) O Índice MSCI ACWI, que representa o desempenho de todo o conjunto de ações de grande e médio porte do mundo, em 23 mercados desenvolvidos e 26 emergentes.
Nossos últimos relatórios
Análise ESG Empresas (Radar ESG)
Mineração & Siderurgia: Um setor desafiador, gradualmente buscando oportunidades; Gerdau à frente dos pares (link)
Orizon (ORVR3): Companhia segue como uma das melhores sob a cobertura da XP (link)
Cosan (CSAN3): Fortalecendo governança e impulsionando a agenda ESG em suas subsidiárias (link)
Outros relatórios de destaque
IDIVERSA: O índice da B3 composto pelas empresas melhores posicionadas em diversidade no Brasil (link)
Cúpula da Amazônia: Boas intenções, mas só parte delas traduzidas em metas claras(link)
ESG: Um guia de bolso das principais regulações no Brasil(link)
Carteira ESG XP: Uma alteração para o mês de agosto (link)
Relatórios Semanais (Brunch com ESG)
Cúpula da Amazônia em foco; Regras da UE para desmatamento geram debate; PETR4 e seu apetite para projetos de energia limpa (link)
Emissões ESG ganham força; JBSS3 e sua meta ‘Net Zero’ para 2040; RenovaBio é reforçado (link)
Sigma Lithium estreia BDRs na B3 e outros destaques (link)
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