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Final de Semestre, PIB dos EUA, BCs em Sintra, China sem chips e Apple | 🌎 Top 5 temas globais da semana

1. Primeiro semestre forte para os mercados globais 2. Revisão de PIB nos EUA 3. Banqueiros centrais em Portugal 4. China vs. EUA 5. Apple

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1. Final de Semestre – Um forte início de ano para os mercados globais

Os mercados globais apresentaram uma forte alta neste primeiro semestre de 2023 desafiando as projeções mais pessimistas do início do ano.

O grande destaque de alta foram as ações das grandes empresas de Tecnologia, as Big Tech, que levaram o índice Nasdaq 100 (cuja composição é mais focada em empresas de tecnologia) a uma alta de quase 40% nos últimos 6 meses. Essas ações beneficiaram-se da ascenção da inteligência artificial generativa e o mercado precifica seus potenciais impactos nos lucros, seja pela exposição direta à cadeira de produção (caso da Nvidia), no fornecimento de capacidade computacional (casos da Amazon, Google e Microsoft) ou mesmo nos ganhos de produtividade que as novas ferramentas podem gerar.

Além dos impactos de A.I., destacamos alguns outros motivos para o bom humor dos mercados nesta primeira metade do ano: i) a expectativa de uma trajetória de baixa na inflação, que pode levar os bancos centrais a sinalizar o final do ciclo de aperto monetário; ii) a atividade econômica resiliente nos EUA, adiando, ou mesmo diminuindo, as projeções de recessão; iii) o baixo posicionamento em ações que os investidores iniciaram o ano, forçando-os a diminuir as posições abaixo do benchmark/vendidas, gerando um fluxo comprador persistente; iv) o aumento da liquidez geral no sistema financeiro que vimos no ano, ao contrário das expectativas de contração e; v) a reabertura da economia chinesa que, embora esteja aquém do esperado em termos de crescimento da economia local, é um bom sinal para a normalização das cadeias de produção e do setor turístico.

2. Pibão: Revisão de PIB faz taxas das treasuries dispararem

Nesta semana foi divulgada a estimativa final para o PIB americano do primeiro trimestre de 2023. O número surpreendeu positivamente e foi revisado de 1,3% a/a para 2,0% a/a. A maior contribuição veio da balança comercial, que em sua leitura final mostrou mais exportações e menos importações que o antecipado. O consumo das famílias também foi revisado para cima, enquanto investimentos foram revisados para baixo.

O deflator PCE, medida de inflação preferida pelo Fed, registrou alta de 0,1% no mês e (3,8% a/a), mas o núcleo do índice persiste elevado. O mercado de trabalho permanece apertado e dados de atividade ainda refletem a resiliência da economia, o que é mais evidente em alguns setores, como o imobiliário.

Por conta da surpresa nos números do PIB e do declínio dos pedidos semanais de desemprego, as taxas das treasuries, títulos do governo americano, subiram ao longo de toda a curva de vencimentos. O rendimento dos títulos de 2 anos está cerca de 1,1 pp acima de seu ponto mais baixo em maio e o mercado já precifica mais de 80% de chances de uma nova alta de juros pelo Fed em julho. Enquanto o mercado de títulos reflete expectativas de juros mais altos, o mercado de ações tem se mantido em alta, contra todos os sinais e teorias.

3. Banqueiros centrais se reúnem em Portugal: a luta para controlar a inflação está longe de acabar

Os principais banqueiros centrais do mundo se reuniram nesta semana em Sintra, Portugal, para o fórum do Banco Central Europeu (BCE). Estavam presentes Christine Lagarde, do BCE; Jerome Powell, do Federal Reserve; Andrew Bailey, do Banco da Inglaterra; e Kazuo Ueda, do Banco do Japão. Com exceção de Ueda, os dirigentes dos BCs reforçaram que será necessário manter a política contracionista por mais tempo.

Christine Lagarde declarou que o comitê de política monetária do BCE não considera, por ora, nenhuma pausa na subida dos juros, e confirmou que, na próxima reunião, o comitê deverá voltar a subir os juros em 25 pontos-base. Na Europa, a inflação ao consumidor desacelera, mas a dinâmica do grupo de serviços ainda preocupa.

Jerome Powell, inclusive, reforçou que para garantir a convergência da inflação para a meta, serão necessárias pelo menos duas altas adicionais de juros no atual ciclo de aperto monetário, inclusive na próxima reunião, a ser realizada no final de julho. O atual ciclo de alta de juros nos EUA é o mais agressivo das últimas décadas, com a maior alta em termos percentuais no menor tempo.

4. China x EUA – A batalha dos chips

Matéria do Wall Street Journal afirmou que o governo americano está considerando impor novas restrições às exportações de chips de inteligência artificial para a China devido a preocupações com o poder dessa tecnologia nas mãos de concorrentes dos Estados Unidos.

Produtos da Nvidia e outras empresas de semicondutores podem ser impactadas pelas medidas do Departamento de Comércio já no próximo mês, quando devem ser divulgadas as regras finais que codificam e expandem as medidas de controle de exportação anunciadas em outubro de 2022. Para exportar para a China e outros países restritos será necessária uma licença prévia.

Essas restrições têm o objetivo de aumentar a dificuldade da China em desenvolver suas capacidades de inteligência artificial. As medidas parecem ser feitas sob medida para a Nvidia, que respondeu às restrições impostas no ano passado criando uma versão de seus chips de IA chamada A800, voltada para o mercado chinês, que atende aos limites de desempenho definidos pelo Departamento de Comércio. Fontes afirmam que as novas regras proibiriam a venda até mesmo dos chips A800 sem uma licença.

Além disso, a administração também está considerando restringir o fornecimento de serviços em nuvem para empresas chinesas de IA, que têm usado esses arranjos para contornar as proibições de exportação de chips avançados.

A CFO da Nvidia, Colette Kress, alertou que novas restrições resultariam em uma “perda permanente de oportunidades” para a indústria dos EUA. Vendas para a China representaram 22% da receita da empresa no último ano. A notícia é negativa para o setor de semicondutores, que é o principal destaque de performance no ano, embalado pelo ciclo de investimentos em inteligência artificial generativa. Ações da Nvidia sobem 189,5% no ano, AMD sobe 75,9% e o ETF do setor, SMH, sobe 50,0%.

5. Apple – Maior empresa do mundo chega à marca de US$ 3 trilhões

Bull markets sempre fazem os mercados baterem diversos recordes e gerar headlines chamativos. Em 2023 não será diferente e, após o clube do trilhão (de dólares de capitalização de mercado) ganhar uma nova integrante (a Nvidia), dessa vez foi a Apple, maior empresa do mundo, atingir a histórica marca dos 3 trilhões de dólares e se tornar a primeira a atingir tal marca.

O bom humor com as ações da companhia fundada por Steve Jobs vem não só do maior apetite a risco do mercado. Na quinta-feira, 29, o banco americano Citibank iniciou a cobertura dos papéis com recomendação de compra e, além disso, deu o maior preço-alvo de todos os analistas no universo de cobertura. Com $240 de target price, o valor representa um potencial de retorno de 23,7% considerando o fechamento de $193,97 na sexta-feira.

O call mais otimista que o mercado do analista Atif Malik baseia-se no potencial de expansão de margem da empresa que, segundo ele, é subestimado pelo mercado. Para mostrar um melhor desempenho operacional, Atif aponta: i) mudança na combinação de vendas do iPhone para modelos premium Pro/Pro Max com preços médios de venda mais altos; ii) aumento adicional de participação de mercado na China e na Índia; iii) desenvolvimento próprio de chips celulares para reduzir custos de fabricação; e iv) composição de vendas de serviços com margens mais altas.

É importante mencionar que a Apple negocia a múltiplos bastante elevados em relação ao seu histórico. Olhando o índice Preço/Lucro (P/L) para os próximos 12 meses, vemos a empresa em 30,2x, número acima da média dos últimos 5 anos (22,7x) e bastante superior aos níveis que a empresa negociava antes de 2020 (entre 10 e 15x).

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