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Inflação na Zona do Euro bate 10% e os juros devem subir 0,75pp na próxima reunião do banco central europeu

A inflação anual da Zona do Euro avançou de 9.1% em agosto para 10.0% em setembro, impulsionada principalmente pela alta nos preços de energia e alimentos. Com isso, acreditamos que o mais provável é que os juros subam mais 0,75pp em outubro.

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A inflação medida pelo IHPC aumentou significativamente em 1,2% em setembro, acima das expectativas do mercado de 0,9%. A variação acumulada em 12 meses avançou de 9,1% em agosto para 10,0% em setembro, atingindo mais um recorde, e se distancia cada vez mais da meta de 2%. Este número sugere pressões inflacionarias contínuas, e, como esperávamos, energia e alimentos impulsionaram o aumento novamente neste mês e continua sendo a principal preocupação na região.

O índice de alimentos aumentou 1,0%, e a variação anual passou de 10,6% em agosto para 11,8% em setembro, representando uma contribuição de 2,5pp para a inflação cheia. O índice de energia aumentou 3,0% em setembro, e a variação anual subiu de 38,6% para 40,8%. O índice de energia permanece altamente volátil e é o principal impulsionador da inflação na região (contribuindo em torno de 4,2pp). O aumento da inflação de energia reflete o recente aumento significativo nos preços de energia no atacado, e os subsídios governamentais não estão sendo capazes de conter os aumentos de preços. Por exemplo, na Alemanha, os preços dos combustíveis dispararam após o fim do pacote de três meses de subsídios governamentais que começou no início de junho. Acreditamos que os preços da energia vão permanecer dependentes dos pacotes de auxílio em diversos países da região.

Apesar da inflação concentrada principalmente em alimentos e energia, a alta de preços continuou a contaminar outros setores. O índice dos núcleos (exclui alimentos e energia) avançou 1,0% em setembro, e a variação anual subiu de 4,3% para 4,8%, também acima das expectativas de mercado de 4,7%. Na composição, a inflação de bens industriais aumentou de 5,1% para 5,6%, enquanto serviços passou de 3,8% para 4,3%. Ainda assim, o núcleo da inflação permanece consideravelmente mais baixo da média e deve ficar cada vez mais contaminado pelo aumento dos custos de energia, refletindo efeitos de segunda ordem.

Em relação à política monetária, após o aumento significativo nas taxas de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) de 0,75pp em sua reunião de setembro, o conselho parece ter abandonado os argumentos recentes a favor do gradualismo. As taxas de juros na zona do euro permanecem em território expansionista e esperamos que o BCE demonstre urgência de antecipar a transição para o nível neutro o mais rápido possível. Dito isto, a surpresa altista na inflação de setembro eleva a probabilidade de outro forte aumento, uma vez que esperamos que o BCE continue reagindo aos dados. Portanto, agora prevemos um aumento da taxa de 0,75pp na próxima reunião do BCE. Uma vez normalizada a política monetária, o conselho avaliará se as taxas de juros terão que ir para o território restritivo.

Daqui para frente, as perspectivas de inflação e política monetária provavelmente permanecerão reféns do conflito geopolítico entre a Rússia e a Ucrânia, devido ao forte impacto nas economias da região. A guerra continua pressionando as cadeias de suprimentos e, principalmente, os preços da energia. Além disso, o custo alto dos subsídios aos combustíveis deteriorou consideravelmente as perspectivas fiscais para os países europeus, o que é particularmente preocupante no contexto em que a taxa real de juros está subindo. Isso tem contribuído para a desvalorização cambial significativa nos últimos meses, o que também adiciona pressões inflacionárias. Ainda assim, apesar da zona do euro enfrentar um risco elevado de entrar em um cenário de estagflação, acreditamos que o BCE vá priorizar a convergência da inflação para a meta de 2%, o que significa que a taxa de juros entrará em território restritivo se for necessário.

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