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5 anos em 5 minutos – Dezembro 2021

Conheça nossas expectativas de retornos por classe de ativos e portfólios. Nesse mês discutimos inflação no mundo desenvolvido.

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Retornos esperados para os portfólios nos próximos 5 anos

Depois de 5 meses negativos consecutivos, o Ibovespa aponta para fechar dezembro em alta de pouco mais de 2,5%. Não passávamos por uma sequência de quedas mensais tão grandes desde 2013. Contaram a favor dos ativos brasileiros o ambiente favorável externo e o fim das discussões do orçamento de 2022, o que reduziu muito a chance do governo atual de aprovar maiores gastos, tirando da mesa no curto prazo cenários muito piores do ponto de vista fiscal.

Globalmente foi bem recebida a mudança de postura do banco central dos Estados Unidos, o Fed, que passou a dar mais enfoque à luta contra a inflação nos Estados Unidos, que está no maior nível desde os anos de 1980. Além disso ficou claro que o projeto do Governo Biden de infraestrutura (“Build back better”) não tem chances de aprovação em sua forma atual. A resultante foi uma precificação de juros mais baixos nos próximos anos, o que inclusive ajudou nossa posição de renda fixa global.

Não alteramos a probabilidade dos cenários, mantendo o cenário de Reformas Estruturantes com 20%, o de Antigos Hábitos fica com 65% de probabilidade e o Erro de Política com 15%.

Ao longo do mês fomos também conhecendo melhor a nova variante do coronavírus, a Ômicron. Segundo a Agência Britânica de Segurança da Saúde a variante tem de 55 a 69% menos chance de necessitar de internação, quando comparada à variante Delta. É uma notícia positiva, mas ainda é cedo para cantar vitória.

Bem mais contagiosa, a variante poderia chegar a níveis parecidos de internações graças a um número de casos maior. Além disso, países trabalhando com tolerância zero em relação à doença, notadamente a China, ainda podem atrapalhar bem as cadeias de produção global.

O que esperar do mundo em 2022

Como já dissemos no passado, nossos Temas de Investimento são a base de nosso trabalho, e nossa maneira de ver o mundo em busca de riscos e oportunidades de investimento. E também busco neles inspiração para enxergar o futuro.

O primeiro deles é o Mundo com Coronavírus, tema que inclusive há pouco tempo chamávamos de “pós coronavírus”. A verdade é que o novo vírus provavelmente nunca mais irá embora, devendo ser aos poucos convertido em mais uma forma de “gripe comum”. Muitos cientistas acham que a Ômicron é um passo nessa direção, menos grave numa mistura de mutação do vírus com maior resistência da população mundial.

Olhando para além dor daqueles que perderam pessoas importantes, é interessante notar que o mundo foi transformado pela pandemia. Muitos de nós trabalham seus últimos dias do ano não de um escritório, mas de lugares afastados deles. Trabalho a distância e/ou novas ferramentas “sociais” em empresas são agora parte do dia a dia de bilhões de pessoas.

Por causa desse tema buscamos (e continuaremos buscando) exposição a empresas globais e de tecnologia em nossas carteiras.

O Aperto Monetário nos Estados Unidos é o segundo tema de suma importância. O Fed já começou a reduzir as compras de ativos e está destinado a subir a taxa de juros lá ao menos 3 vezes em 2022. Por conta desse tema temos uma exposição abaixo do ponto neutro a mercados emergentes nas nossas duas classes globais: renda fixa e renda variável. Temos favorecido também ativos de prazo mais curto na renda fixa.

O mundo também está empenhado em fazer a Transição Energética, nosso terceiro tema, emitindo menos carbono e contando mais com energias renováveis e energia nuclear. Por causa dele, hoje carregamos nas carteiras uma posição pequena no Trend Energias Renováveis, dentro de nossa renda variável global.

Mas ele também contém o outro lado da moeda: por anos investiu-se pouco em energias fósseis, notadamente petróleo e gás natural. Os investimentos em energias renováveis foram significativos, mas não suficientes para reduzir nossa dependência em relação ao primeiro grupo. O resultado é mais inflação no mundo, não apenas no Brasil. Para nos proteger dessa inflação, criamos uma nova estratégia, expressada no eTrend Ativos Reais.

Nosso quarto tema tem impactos inflacionários também: Reorganização das Cadeias de Produção. Empresas enxergando mais riscos em depender de fornecedores espalhados pelo mundo, devido a maiores riscos geopolíticos entre outros, passaram a tentar fabricar seus produtos mais perto de casa. Um exemplo recente é a Hugo Boss movendo a produção para a Turquia. Apesar de ajudar as empresas a administrar riscos, os custos finais provavelmente serão maiores. Um dos efeitos colaterais é mais inflação.

Por fim, o Encilhamento da China é um dos temas que mais nos preocupa. O gigante asiático tem se tornado cada vez mais isolado do Ocidente, em especial por desrespeito a propriedade intelectual e direitos humanos. Um dos sintomas visíveis é o boicote às Olimpíadas de Inverno que serão jogadas na China em 2022.

Isso tende a atrapalhar a vida das empresas chinesas, várias delas vítimas de sanções por parte dos Estados Unidos, e também a reforçar o tema anterior. Por causa desse tema, não tivemos nenhuma exposição direta a China em 2021, uma decisão que se provou acertada. Não pretendemos também adicionar nada em um futuro próximo.

Alguns desses temas, como o aperto monetário nos EUA, talvez perca importância em alguns meses, outros permanecerão relevantes por vários anos.

Desejamos a todos um ótimo 2022!

Prêmios de crédito

Os fundos de crédito continuaram obtendo bons resultados no mês de novembro, graças ao elevado carregamento dos ativos em CDI. Nas debêntures de infraestrutura, atreladas à inflação, o prêmio de crédito ficou estável em patamar baixo.

O spread de crédito para a classe de Pós-Fixados com base no índice IDA-DI, divulgado pela ANBIMA e na taxa disponível para papéis bancários na plataforma da XP está hoje em torno de 1,4% ao ano, um pouco menores do que no mês passado.

Conheça o XP Top FIRF CP LP para se aproveitar dos prêmios em CDI

No espaço de inflação, onde utilizamos o IDA IPCA Infraestrutura para estimar o prêmio de crédito, estamos em 0,34% ao ano acima da NTN-B de mesmo duration, aumento de quase 0,15% em relação ao mês passado.

Como os ativos são isentos, esse prêmio de crédito sobe para cerca de 2,0% ao ano quando a comparação é feita líquida de IR.

Conheça o XP Debêntures Incentivadas FIRF para aplicar nos prêmios de IPCA

Nossos cenários

Antigos Hábitos

A piora das relações entre o Governo e o Congresso parece ter dificultado o andamento das reformas. Além disso, os estímulos dados durante a pandemia parecem ter mudado a perspectiva em relação a estímulos de curto prazo, tirando o gênio da garrafa.

O baixo crescimento pode abrir os ouvidos da população para políticos populistas, que queiram desfazer reformas como a do Teto de Gastos e talvez até mesmo a Reforma da Previdência.

Reformas Estruturantes

Entendemos que ainda há um ambiente pró-reformas no Brasil, que tende a fazer com que as engrenagens da economia deslizem com mais facilidade, trazendo crescimento e mais eficiência.

No entanto, estamos longe de um ambiente político harmônico: o executivo federal e o congresso têm um diálogo truncado e existe muita resistência à agenda de reformas por grupos organizados e influentes.

A Renda Variável Global é nossa principal defesa em um cenário adverso:

Erro de Política

Com o Governo e o Congresso andando sempre no limite da responsabilidade fiscal, um pequeno erro ou mesmo um choque externo podem nos jogar para uma trajetória muito difícil do ponto de vista econômico, com inflação e juros mais altos, além de um câmbio mais desvalorizado.

Ao convergir para esse cenário teríamos que nos preparar para mais choques nos ativos brasileiros.

Evolução das probabilidades de cada cenário

Glossário

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