30/09, 19h | Adicionando alfa à carteira: ampliando o horizonte em títulos de crédito privado

O superintendente de produtos da B3, Carlos Alcântara, e , CFO e DRI da Unidas, Marco Oliveira, conversaram com o head de produtos de renda fixa da XP, Marcos Rodrigues, sobre oportunidades no mercado de crédito privado.

A queda da taxa básica de juros nos últimos anos para abaixo de dois dígitos permitiu o crescimento das emissões de papéis de crédito privado. Os reguladores têm aperfeiçoado as regras para esse mercado, que tem grande potencial para crescer. Veja o painel e saiba mais detalhes.

Emissões de crédito privado em 2021 já superam as de 2020

As emissões de papéis de crédito privado, considerando as ofertas de debêntures, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e do Agronegócio (CRA) e algumas por meio de fundos, já superam o total do volume emitido em 2020, de R$ 195 bilhões, e somam R$ 205 bilhões até agosto, afirmou Alcântara da B3. “Tudo indica que teremos um dos anos mais fortes em termos de emissões”, disse o executivo da B3.

O estoque de debêntures soma R$  610 bilhões, dos quais R$ 153 bilhões são debentures isentas, voltadas para financiar os investimentos em infraestrutura, disse Alcântara.

As debêntures são uma forma das empresas captarem recursos para financiar seus investimentos, repagar dívidas e financiar o capital de giro.

Esses papéis podem ser ofertados por meio de ofertas públicas pela Instrução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 400, ou pelas chamadas ofertas restritas, que são reguladas pela Instrução 476. Essa últimas são mais rápidas porque só podem ser oferecidas para 75 investidores e apenas 50 podem comprar os papéis.

Unidas: ampliando a base de investidores

A empresa de locação de carros Unidas é um investidor frequente de debêntures, e tem usado os recursos levantados nessas ofertas para financiar seus negócios. A empresa já fez mais de 50 emissões de títulos de dívida, entre debêntures e CRAs, e acabou de levantar R$ 1,1 bilhão por meio de uma oferta pública via Instrução 400 de debêntures. A operação contou com 6.200 investidores, sendo mais de 5 mil pessoas físicas.

No intuito de facilitar o acesso de investidores e emissores a esse mercado, a CVM está discutindo alguns aperfeiçoamentos nas regras das ofertas como a padronização da documentação e simplificação de processos para emissores frequentes, disse Rodrigues.

“Ter a condição de fazer a emissão de forma mais simples ajuda”, diz Oliveira da Unidas.

Aumentando o retorno com Letras financeiras

Assim como os Certificados de Depósito Bancário (CDB) e as Letras de Crédito Imobiliária (LCI) e do Agronegócio (LCA), as letras financeiras são um instrumento emitidos pelos bancos para financiar suas operações de crédito.

Diferente do CDB, no entanto, a letra financeira não conta com cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), nem pode ser resgatada antecipadamente. Ela também não tem isenção de Imposto de Renda. Contudo, esses papéis, que têm prazo mínimo de dois anos, podem ser um opção interessante para quem busca um retorno adicional para a carteira, disse Rodrigues da XP.

O valor mínimo de uma letra financeira , que antes era de R$ 300 mil, foi reduzido para R$ 50 mil, o que deve permitir a ampliação desse papel no portfólio das pessoas físicas, disse Alcântara.

Hoje existe um estoque de R$ 330 bilhões em letras financeiras, excluindo as letras subordinadas, disse Alcântara.

Um outro instrumento que também não conta com cobertura do FGC e tem um prazo de vencimento mais longo são as Letras Imobiliárias Garantidas (LIGs). Esses instrumentos foram criados para serem mais uma alternativa de funding para financiar o crédito imobiliário e têm como vantagem a garantia de uma carteira de crédito , dada como lastro, e também contam com isenção de IR.

O investidor que quiser vender esses papéis antes do prazo de investimento o tem que fazer através do mercado secundário, disse Alcântara.

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