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S&P Global realiza ajustes de perspectiva em ratings de empresas e bancos

Seguindo a mudança de perspectiva do rating soberano brasileiro para 'Positiva', a agência de classificação de risco realizou ajustes no mesmo sentido em empresas e banco

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Leia aqui nossa análise sobre a mudança de perspectiva do rating soberano do Brasil

No dia 14 de junho, a agência de classificação de risco S&P Global afirmou os ratings soberanos do Brasil em ‘BB-/B”, de longo e curto prazos, respectivamente. A perspectiva, por sua vez, foi alterada de estável para positiva.

Uma parte dos ratings atribuídos a empresas pelas agências possui limitações em relação ao rating soberano vigente. Conforme antecipamos em nosso relatório do dia 14 de junho, um movimento para cima ou para baixo no rating soberano ou em sua perspectiva poderia originar reajustes de ratings corporativos na mesma direção.

No dia 15 de junho, a agência publicou dois comunicados listando empresas e bancos com ratings limitados direta ou indiretamente pelo rating soberano, que tiveram alteração em suas perspectivas de rating. Assim como informa a agência:

“Os ratings de longo prazo na escala global ‘BB-’ do Brasil limitam vários ratings corporativos e de infraestrutura, dado que acreditamos que, em caso de default soberano, muitas dessas entidades também passariam por um estresse de crédito.”

“Na ausência de limitações do rating soberano, as entidades poderiam ser avaliadas com ratings maiores, devido aos fundamentos de crédito individual mais fortes ou suporte de suas controladoras com ratings mais altos.”

Empresas com ratings limitados ao nível soberano ‘BB-’

Tiveram suas perspectivas alteradas para ‘Positiva’:

  • BRF S.A.: ‘BB-/Positiva’
    • A S&P Global ressalta que poderá elevar os ratings da Companhia em um degrau na escala global (ou seja, para ‘BB’), se o grupo controlador, Marfrig Global Foods S.A. permanecer avaliado no mínimo em ‘BB+’ e se continuarem considerando a BRF como uma subsidiária ‘moderadamente estratégica’ do grupo.
  • CESP – Companhia Energética de São Paulo: ‘BB-/Positiva’
  • Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba): ‘BB-/Positiva’
  • Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp): ‘BB-/Positiva’
  • Companhia Energética de Pernambuco (CELPE): ‘BB-/Positiva’
  • Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Cosern): ‘BB-/Positiva’
  • EDP Espírito Santo Distribuição de Energia S.A.: ‘BB-/Positiva’
  • Energisa Paraíba – Distribuidora de Energia S.A.: ‘BB-/Positiva’
  • Energisa S.A.: ‘BB-/Positiva’
  • Energisa Sergipe – Distribuidora de Energia S.A.:’BB-/Positiva’
  • MRS Logística S.A.: ‘BB-/Positiva’
  • Neoenergia S.A.: ‘BB-/Positiva’
  • Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras: ‘BB-/Positiva’
    • A S&P Global ressalta que poderá elevar os ratings da Petrobras após uma ação similar nos ratings soberanos, enquanto seu SACP (stand alone credit profile – perfil de crédito individual) permanecer, no mínimo, em ‘bb’.

Empresas com ratings limitados de 1 a 4 degraus acima do rating soberano

É possível que emissores sejam avaliados acima do rating soberano. Essas entidades possuem vários pontos fortes de crédito que, na opinião da S&P Global, contribuiriam para algum isolamento de um possível estresse soberano.

As seguintes empresas tiveram suas perspectivas alteradas para ‘Positiva’:

  • Ache Laboratórios Farmacêuticos S.A.: ‘BB+/Positiva’
  • Ambev S.A.: ‘BBB/Positiva’
  • Localiza Rent a Car S.A.: ‘BB+/Positiva’
  • MV24 Capital B.V.: ‘BB/Positiva’
  • Nexa Resources S.A.: ‘BB+/Positiva/B’
  • Raízen S.A.: ‘BBB-/Positiva’
  • Ultrapar Participações S.A.: ‘BB+/Positiva’
  • Votorantim S.A.: ‘BBB-/Positiva’
    • A alteração da perspectiva dos ratings da Votorantim resultaria na mesma ação na Votorantim Cimentos e na Nexa Resources, devido à visão da agência de uma forte probabilidade de suporte do grupo em um cenário de estresse.
  • Votorantim Cimentos S.A.: ‘BBB-/Positiva’

Bancos e instituições financeiras limitados ao rating soberano

Os ratings do Brasil limitam a qualidade de crédito de 16 entidades do setor financeiro, que possuem alta exposição ao risco soberano.

A S&P Global afirma que raramente avalia entidades financeiras acima dos ratings de longo prazo do Brasil, “pois as autoridades regulatórias e de supervisão governamentais podem restringir a flexibilidade de um banco individual ou do sistema financeiro em um cenário de estresse soberano. Além disso, muitos desses mesmos fatores econômicos que causam estresse soberano também afetam tais instituições financeiras.”

Os seguintes bancos e instituições financeiras tiveram suas perspectivas alteradas para ‘Positiva’:

  • Banco ABC Brasil S.A. (ABC Brasil)
  • Banco Bradesco S.A. (Bradesco)
  • Banco BTG Pactual S.A. (BTG Pactual)
  • Banco Citibank S.A.
  • Banco Cooperativo Sicredi S.A. (Sicredi)
  • Banco do Brasil S.A.
  • Banco do Nordeste do Brasil S.A. (BNB)
  • Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
  • Banco Pan S.A.
  • Banco Safra S.A.
  • Banco Santander (Brasil) S.A.
  • Banco Votorantim S.A. (Banco BV)
  • Caixa Econômica Federal (Caixa)
  • China Construction Bank (Brasil) Banco Múltiplo S.A. (CCB)
  • Haitong Banco de Investimento do Brasil S.A. (Haitong Brasil)
  • Stone Instituição de Pagamento S.A. (Stone).com ratings limitados de um a quatro degraus acima dorating soberano

Fonte

S&P Global – Ratings Corporativos
S&P Global – Ratings de Instituições Financeiras

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