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Light: Resultado 3T19

Confira os principais destaques do resultado do terceiro trimestre de 2019 da Light.

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Para melhor entendimento, esclarecemos que a nomenclatura “3T19” significa terceiro trimestre de 2019. Suas variações também se aplicam (ex: 1T18 seria o primeiro trimestre de 2018).

A Light SESA representa quase a totalidade do resultado da Light S.A. e, por esse motivo, focaremos nossos comentários no segmento de distribuição.

A concessionária de energia elétrica Light divulgou os resultados do 3T19. Os principais destaques (3T19 vs 3T18) são:

  • EBITDA pro-forma ajustado* (distribuição) de R$200 milhões (-29,8%);
  • Dívida líquida / EBITDA (consolidado) para efeitos de covenants de 3,0x (vs. 3,57x)
    • Esforços para melhorar perfil de endividamento;
  • Perdas totais de 25,93% (vs. 23,15%);
  • DEC de 8,4 horas (vs. 7,67 horas);
  • FEC de 4,36 vezes (vs. 4,60 vezes).

*Não considera itens não-recorrentes e extraordinários, como a decisão judicial favorável à empresa em relação ao ICMS (que teria efeito positivo de mais de R$1 bilhão)

DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora): Intervalo de tempo que, em média, em um período observado, em cada unidade consumidora de um conjunto considerado, ocorreu interrupção da distribuição de energia elétrica.
FEC (Freqüência Equivalente de Interrupção de Energia): Número de interrupções na distribuição de energia elétrica ocorridas, em média, no período observado, em cada unidade consumidora de um determinado conjunto.

Destaques operacionais

Mercado faturado

No 3T19, o mercado faturado de energia total caiu 3,5%, para 6.228 GWh, considerando a REN (renegociação de débitos). Sem esse efeito, a queda teria sido de 2,8%.

Perdas

A Light vem implementando mais esforços para controle do nível de perdas, como renegociação de contratos com empresas prestadoras de serviço de combate a perdas, que passaram a ser remuneradas por fee de sucesso.

Além disso, revisou os clientes BTI (baixa tensão indireta), que são 5,5% de seu faturamento. Parte desses clientes, 12%, estavam sem leitura do consumo, sendo que o faturamento era feito com base na média histórica ou consumo mínimo.

Como resultado desses esforços, as perdas foram estabilizadas no 3T19 em relação ao 2T19. Ressaltamos, no entanto, o alto nível de perdas totais da Light (linha preta), muito acima (6,31 pontos percentuais) do patamar regulatório (linha cinza escura).

No segundo slide abaixo, apresentamos apenas as perdas não técnicas (basicamente provenientes de roubos). É possível observar a piora desse índice em relação ao patamar regulatório, reflexo da área de concessão extremamente desafiadora da distribuidora.

DEC e FEC

O DEC (12 meses) da Light apresentou aumento de 0,5% em relação ao 2T19 e 2,1% acima do limite regulatório ("Meta" no gráfico).

Vale lembrar, no entanto, que a medição oficial é feita anualmente, no fim do ano, por isso ainda há a possibilidade de a empresa se adequar até a medição pelo regulador.

O FEC foi 0,5% melhor do que o 2T19 e 22,7% abaixo da meta regulatória.

Destaques financeiros

Receita Líquida

A receita líquida da Light SESA cresceu 37,2% no 3T19 em relação ao mesmo período de 2018. Porém esse crescimento se deu majoritariamente em virtude de decisão favorável referente ao processo judicial reconhecendo o direito de exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS do resultado do 3T19. O efeito da decisão foi de R$1 bilhão.

No segundo slide abaixo, pode-se observar que, sem o efeito da decisão, a receita líquida da Light teria sido inferior ao 3T18 em R$169 milhões devido a:

  1. Redução da CVA em R$305 milhões;
  2. Diminuição de R$31 milhões no VNR (valor justo do ativo indenizável da concessão) pela menor variação do IPCA;
  3. Incremento de R$60 milhões em clientes livres por migração de cliente cativo.

Esse resultado sem a decisão favorável à companhia é mais fiel, uma vez que esse efeito não é recorrente e não reflete o desempenho operacional da Light.

EBITDA

O EBITDA pro-forma ajustado do segmento de distribuição foi de R$200 milhões no 3T19, em comparação com R$286 milhões no 3T18. Esse resultado não reflete a decisão favorável à Light, cujo motivo já foi citado anteriormente.

A queda de EBITDA é explicada principalmente pelo incremento das provisões para contingências.

Endividamento e covenants

No caso do endividamento, faremos comentários com base consolidada, observando os covenants.

A empresa realizou atividades de liability management (gerenciamento de passivos), visando otimizar o perfil de sua dívida, reduzir os custos financeiros e propiciar geração de valor a seus acionistas.

  1. Resgate antecipado da 14ª emissão de debêntures da Light SESA, de R$328 milhões
  2. Encerramento de operações de swap referentes à 9ª emissão de debênture da Light SESA no montante de R$101 milhões;
  3. Pagamento antecipado de USD90 milhões (custo de CDI + 2,2% a.a.) de financiamento da Light SESA com o Citibank;
  4. Captação pela Light Energia com o Citibank de USD80 milhões ao custo de CDI + 1,3% a.a.;
  5. 17ª emissão de debêntures da Light SESA, no valor de R$1 bilhão;
  6. Resgate antecipado de 35% dos bonds emitidos pela Light SESA e Light Energia, no montante de USD210 milhões.

A dívida líquida / EBITDA foi de 3,0x no 3T19, já observando o cálculo para covenants, uma melhora em relação aos 3,69x do 3T18 e resultado das iniciativas citadas anteriormente.

Investimentos

Os investimentos (capex) da Light SESA somaram R$202 milhões no 3T19 (+14% vs 3T18) e R$522 milhões nos 9M19 (+16,7% vs 9M18), principalmente devido ao aumento no número de novas conexões e investimentos com foco em melhora na qualidade do serviço.

Outros acontecimentos relevantes

Follow-on

No dia 1º de julho, o Conselho de Administração da Light aprovou a realização de oferta pública de distribuição primária e secundária de ações (follow-on).

Com isso, houve aumento de capital de R$1,875 bilhão na companhia.

Decisão favorável em processo

No dia 7 de agosto, o processo judicial com decisão favorável à Light SESA transitou em julgado, reconhecendo o direito da companhia de excluir o ICMS da base de cálculo do PIS e COFINS, com efeito retroativo a janeiro de 2002.

Encerramento da transação de Alto Sertão III

Em 10 de outubro, encerrou-se a operação para alienação do Complexo Eólico Alto Sertão III e projetos em desenvolvimento pela Renova à AES Tietê.

As partes não chegaram a um acordo em relação às condições comerciais da operação.

Venda de participação na Renova

Em 13 de outubro, a Light Energia assinou contrato de venda da totalidade de suas ações na Renova (17,17% do capital social) pelo valor simbólico de R$1,00 ao CG I Fundo de Investimento.

A venda está em linha com a estratégia de venda de ativos non-core (que não são foco) da empresa para que esta possa seguir com foco na geração de valor a seus acionistas através de seu ativo de distribuição.

Aquisição de 449 MWmédios no leilão A-6

No dia 18 de outubro, a Light SESA adquiriu 449 MWmédios no 30º Leilão de Energia Nova A-6, com início de fornecimento em janeiro de 2025 e prazo de 30 anos. O preço da energia vendida será de R$176,09/MWh.

Esse contrato substituirá outros atualmente em vigor que vencem em dezembro de 2024 e tem preço de R$280,00/MWh.

Esse menor custo é positivo para os planos de combate a perdas e da redução da inadimplência e diminui pressão sobre o caixa.

Resgate antecipado dos bonds

Em 4 de novembro, a Light resgatou antecipadamente 35% dos bonds totalizando USD210 milhões (66% para a Light SESA e 33% para a Light Energia).

O saldo remanescente, de USD390 milhões, permanece com vencimento original de maio de 2023, com opção de resgate a partir de maio de 2021.

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