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Morning Call XP (04.out): Ibovespa e mercados globais pressionados

Tudo o que você precisa saber sobre os mercados nacional e internacional, com análises econômicas e políticas sobre fatos que podem impactar seus investimentos.

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IBOVESPA 0,5% | 101.516 Pontos

CÂMBIO -1,2% | 4,08/USD

O que pode impactar o mercado hoje

O Ibovespa teve uma semana negativa, acumulando queda de 3,4% até o pregão de ontem, quando chegou a ficar abaixo dos 100 mil pontos, mas recuperou ganhos no final do dia. As bolsas nos EUA e Europa (S&P e EURO STOXX) também acumulam queda de 3,5% e 5,1%, respectivamente, seguindo semana de maior aversão a risco com a desaceleração global no cerne das preocupações.

Além disso, o cenário político teve semana conturbada no Brasil, com aprovação em primeiro turno da reforma da Previdência no Senado, após adiamento e incertezas com relação a sua potencial desidratação. A reforma precisa ser apreciada novamente em um segundo turno, que estava previsto para a próxima semana.

Entretanto, o noticiário local mostra que a falta de articulação política para a divisão dos recursos do megaleilão do excedente do petróleo do pré-sal entre estados e municípios pode prejudicar o andamento da Reforma da Previdência. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, disse que o calendário inicial, que previa votação até 10 de outubro, pode ser adiado em uma semana. Outros parlamentares estimam datas ainda mais distantes.

No internacional, bolsas futuras americanas negociam em queda, enquanto ações europeias reduzem os ganhos. O mercado aguarda os dados de emprego nos EUA em setembro, com expectativa de criação de 145 mil novos postos de trabalho.

Após dados de atividade decepcionantes nesta semana, os investidores devem olhar com atenção os números do mercado de trabalho nos EUA. Caso o desempenho confirme a perda de tração da economia norte-americana, este pode ser um fator que leve ao corte da taxa de juros na próxima reunião do Fed, que acontecerá nos dias 29 e 30 de outubro. 

Por fim, publicamos ontem o “Onde Investir”, nosso relatório mensal de alocação, que ajuda o investidor a atualizar o seu portfólio de investimentos levando em conta os cenários político e econômico nacional e internacional. Veja detalhes aqui.

Tópicos do dia

Guia de Investimentos

  1. Onde investir no mês de outubro

Brasil

  1. Falta de articulação política entre Câmara e Senado pode atrasar o andamento da Reforma da Previdência
  2. Política: Governo tem participações em 637 empresas

Internacional

  1. Destaque para o relatório de empregos nos Estados Unidos

Empresas

  1. Carrefour Brasil (CRFB3): Oportunidades de aquisições no varejo alimentar
  2. Gol (GOLL4): Dados de tráfego sólidos em setembro
  3. Cemig (CMIG4): Pacote de privatizações será enviado nos próximos dias

Veja todos os detalhes

Guia de investimento

Onde investir no mês de outubro

  • Publicamos ontem o “Onde Investir”, nosso relatório mensal de alocação, que ajuda o investidor atualizar o seu portfólio de investimentos levando em conta o cenário político e econômico nacional e internacional;
  • Setembro foi um mês de recuperação para os mercados ao redor do globo, com as principais bolsas em alta e as taxas de juros longas sendo comprimidas. No Brasil o Ibovespa fechou em alta de mais de 3%, acompanhado de perto pelo IMA-B, índice que reflete a rentabilidade dos papéis do governo que remuneram o investidor por uma taxa pré-fixada acrescida do IPCA. O Real se desvalorizou, o que melhorou os retornos dos ativos estrangeiros quando olhados nos portfólios domésticos;
  • Novas informações foram incorporadas ao nosso cenário. Para saber onde investir no mês de outubro, clique aqui.

Brasil

Falta de articulação política entre Câmara e Senado pode atrasar o andamento da Reforma da Previdência

  • De acordo com o noticiário local, a falta de articulação política para a divisão dos recursos do megaleilão do excedente do petróleo do pré-sal entre estados e municípios pode prejudicar ainda mais o andamento da Reforma da Previdência. Alcolumbre, que costuma ser um dos parlamentares mais otimistas, já admitiu que pode ter que abrir mão do calendário inicial, que previa votação até 10 de outubro, mas que pode ser adiado em uma semana. Outros parlamentares apostam em datas ainda mais distantes. O senador Chico Rodrigues (DEM-RR), um dos vice-líderes do governo no Senado, por exemplo, esticou a previsão para a semana seguinte, a partir de 22 de outubro, na melhor das hipóteses;
  • Para impedir mais desidratações na Reforma, o governo se movimenta para cumprir o cronograma e concluir o processo ainda na primeira quinzena deste mês. O sucesso dessa empreitada depende principalmente da resolução de um impasse sobre a divisão dos recursos do megaleilão de petróleo da cessão onerosa, marcado para o fim do ano;
  • Para acabar com a “guerra” aberta entre o Senado e a Câmara que ameaça desidratar ainda mais a economia da reforma da Previdência, o governo propôs a divisão do dinheiro do megaleilão de petróleo da área do pré-sal também com senadores e deputados por meio do aumento de recursos para emendas parlamentares. Já no Congresso, o esforço é para articular a quebra do chamado interstício — prazo de cinco sessões entre o primeiro e o segundo turno —para que a votação ocorra já na próxima quarta-feira. A informação, porém, não foi bem recebida pela Cúpula do Congresso.

Política: Governo tem participações em 637 empresas

  • Segundo um levantamento do Ministério da Economia, o governo federal tem participações em 637 empresas entre controladas diretas, coligadas e participações minoritárias. Anteriormente, o governo trabalhava com o número de 133 empresas estatais, mas apenas contemplava controladas e subsidiárias nos seus cálculos;
  • O secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados Salim Mattar resumiu o cenário: “É um Estado empresário”. A divulgação do número de participações objetiva aumentar a transparência com a sociedade. O governo divulgou que as privatizações, desinvestimentos, concessões e venda de ativos naturais da União somaram US$23,5 bilhões de janeiro a setembro deste ano, acima da meta do ministro Paulo Guedes de US$20 bilhões no início do ano;
  • Mattar também afirmou que o governo sediará mais uma reunião do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e que um novo grupo de companhias entrará para a lista de privatizações, como Correios e Dataprev. Além disso, o secretário ressaltou que o governo poderá ser mais “ousado” na venda de participações do BNDES que tem mais liquidez, mas as transações serão conduzidas de modo a não perturbar o mercado. No nosso relatório “O Brasil após a Reforma da Previdência” publicado em 07 de agosto, levantamos todas as participações que o BNDES detém em empresas listadas. Clique aqui para acessar.

Internacional

Destaque para o relatório de empregos nos Estados Unidos

  • A agenda de indicadores e eventos de sexta-feira tem como destaque o relatório de empregos (payroll) dos Estados Unidos (9h30). A expectativa de mercado é de que sejam criadas 145 mil novas vagas em setembro e de que a taxa de desemprego do país seja mantida em 3,7%;
  • Na nossa visão, o mercado de trabalho norte-americano deve permanecer forte em setembro, mas com leve sinal de arrefecimento, em linha com os últimos indicadores que ilustraram desaceleração da atividade do país;
  • Caso o desempenho do mercado de trabalho confirme a perda de tração da economia norte-americana, este pode ser um fator de desempate decisivo para a próxima reunião do Fed, que acontecerá nos dias 29 e 30 de outubro.

Empresas

Carrefour Brasil (CRFB3): Oportunidades de aquisições no varejo alimentar

  • Em entrevista ao Estado, o presidente do Carrefour Brasil, Noel Prioux, comentou que vê oportunidades de crescimento através de aquisições. No caso do formato de supermercado, o plano seria comprar redes familiares e regionais, mantendo a marca local e o próprio time executivo na operação. Já para o formato atacarejo, a intenção é manter a marca Atacadão e o modelo de operação do negócio. Segundo Prioux, a companhia tem caixa suficientemente grande para as potenciais aquisições;
  • O segmento de varejo alimentar no Brasil é fragmentado com cerca de 60% do mercado concentrado em redes regionais e independentes, de forma que vemos espaço para consolidação e aquisições. Particularmente nos supermercados, acreditamos que aquisições complementariam o portfolio do Carrefour, que ainda tem uma exposição reduzida a esse formato. Para comparação, o Carrefour possui 52 supermercados enquanto o Grupo Pão de Açúcar tem 313 (sendo 185 da marca Pão de Açúcar e 128 da marca Extra);
  • Nossa recomendação para o Carrefour Brasil é de Neutro com preço-alvo de R$25/ação em função dos atuais patamares de múltiplos, que consideramos como justos.

Cemig (CMIG4): Pacote de privatizações será enviado nos próximos dias

  • Segundo o Valor Econômico, o governo do estado de Minas Gerais já definiu um pacote de privatizações que será enviado à Assembleia Legislativa nos próximos dias. A lista é composta por Cemig (energia elétrica), Gasmig (distribuição de gás), Copasa (saneamento) e Codemig (exploração do nióbio);
  • Dentre elas, Cemig e Copasa têm ações negociadas em bolsa. Pela Constituição do estado de Minas Gerais, a venda das duas precisa ser aprovada por 3/5 dos votos na Assembleia Legislativa, além de um referendo popular. Há uma proposta do governo de emenda à Constituição para revogar essa necessidade do referendo popular;
  • A aprovação dessas e de outras medidas são exigências da lei federal que regulamenta o Regime de Recuperação Fiscal, do governo federal. Por meio desse regime, Estados em aguda crise fiscal, como é o caso de Minas Gerais, podem ficar por três anos sem pagar o serviço da dívida que têm com a União. O governo Zema defende que a adesão ao regime de recuperação é a única solução viável para que o Estado consiga ter alívio momentâneo e para reequilibrar suas contas;
  • Continuamos a ver um cenário desafiador para privatizações em Minas Gerais apesar das intenções do poder executivo, e por essa razão preferimos manter recomendação Neutra em Cemig (CMIG4).

Gol (GOLL4): Dados de tráfego sólidos em setembro

  • A Gol divulgou ontem dados novamente fortes de tráfego relativos ao mês de setembro, com crescimento sólido em ambos os mercados internacional e doméstico. A oferta total foi superior em 11% no A/A, com crescimento da demanda de 15,5%, resultando em taxa de ocupação consolidada de 81,2%;
  • No mercado doméstico, a oferta aumentou 7% e a demanda 11,5%, consequentemente resultando em crescimento de 3,3 p.p. na taxa de ocupação na comparação anual. No geral, o mercado doméstico continua a apresentar tendências saudáveis especialmente após a redução de capacidade por parte da Avianca;
  • Já no mercado internacional na comparação A/A, a oferta aumentou em 42% e a demanda em 49,2%, com a taxa de ocupação crescendo em 3,7 p.p. para 76,8%.

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