IBOVESPA -0,12% | 134.511 Pontos
CÂMBIO +0,15% | 5,48/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Ibovespa
O Ibovespa encerrou a quinta-feira em leve queda de 0,1%, aos 134.511 pontos. Em um dia de agenda esvaziada, o desempenho do índice seguiu refletindo a cautela dos investidores diante do aumento das incertezas no cenário doméstico após à escalada das tensões geopolíticas entre Brasil e Estados Unidos.
O principal destaque positivo foi Braskem (BRKM5, +3,8%), que avançou mesmo após revisão para baixo de seu preço-alvo por um banco de investimentos. Na ponta negativa, Yduqs (YDUQ3, -6,0%) ampliou as perdas acumuladas nos dois pregões anteriores.
Para a sessão desta sexta-feira, as atenções se voltam para o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole, que deve oferecer novos sinais sobre os rumos da política monetária americana. Saiba mais sobre o simpósio aqui.
Renda Fixa
As taxas futuras de juros encerraram a sessão de quinta-feira com abertura da curva. No Brasil, o movimento foi impulsionado por notícias relacionadas à aplicação da Lei Magnitsky em território nacional e ao fortalecimento do governo nas pesquisas eleitorais. Além disso, o cenário internacional e a oferta de títulos prefixados pelo Tesouro, potencializaram o movimento. Nos Estados Unidos, à espera do simpósio de Jackson Hole, o destaque foi a fala de Jeffrey Smith, do Fed de Kansas, que afirmou que a política monetária está moderadamente restritiva, o que dificulta o processo de cortar juros sem comprometer os mandatos de estabilidade e pleno emprego. Por lá, os rendimentos das Treasuries de dois anos terminaram o dia em 3,79% (+3,6bps vs. pregão anterior), enquanto os de dez anos em 4,33% (+2,1bps). Na curva local, o DI jan/26 encerrou em 14,91% (- 0,3bp vs. pregão anterior); DI jan/27 em 14,08% (+5bps); DI jan/29 em 13,41% (+8,1bps); DI jan/31 em 13,76% (+12,4bps).
Mercados globais
Nesta sexta-feira, os futuros nos EUA sobem (S&P 500: +0,2%; Nasdaq 100: +0,2%), com investidores à espera do discurso de Jerome Powell em Jackson Hole, que deve trazer pistas sobre o rumo da política monetária. O mercado precifica 75% de chance de corte de 0,25 p.p. em setembro, mas teme tom mais duro do Fed. Como destaques da temporada de resultados temos a Intuit, que caiu quase 6% no after-market, mesmo com resultados acima do esperado, enquanto Zoom subiu 5% após superar estimativas do 2T25.
Na Europa, as bolsas sobem (Stoxx 600: +0,2%), apoiadas pelo acordo comercial entre EUA e União Europeia, que limitou tarifas sobre fármacos a 15%, abaixo dos níveis antes ameaçados por Trump. O setor farmacêutico lidera ganhos, com Idorsia (+7,4%), Abivax (+5,5%) e ALK-Abello (+5,7%). Automotivas também avançam, após sinalização de redução gradual de tarifas industriais. Já na Alemanha, o PIB revisado mostrou contração de 0,3% no 2T25, mais forte que a leitura inicial.
Na China, os mercados avançaram (CSI 300: +2,1%; HSI: +0,3%), em linha com a expectativa pelo discurso de Powell. O movimento contrastou com perdas na Austrália, onde o S&P/ASX 200 caiu 0,6% após dados de inflação acima do esperado, e na Índia, que recuou em torno de 0,6%.
IFIX
Após um início de semana negativo, o Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) encerrou o pregão de quinta-feira em alta de 0,09%, mesmo diante de uma nova rodada de forte abertura na curva de juros. O movimento nos juros futuros reflete a cautela dos investidores diante do aumento das incertezas no cenário doméstico, após a escalada das tensões geopolíticas entre Brasil e Estados Unidos e o fortalecimento do governo nas pesquisas eleitorais.
Os fundos de tijolo lideraram os ganhos na sessão, com valorização média de 0,07%, enquanto os fundos de papel apresentaram desempenho médio estável. Entre as maiores altas do dia, destacaram-se PATL11 (2,3%), HGRE11 (1,1%) e BTLG11 (1,1%). Já entre as principais quedas, figuraram DEVA11 (-3,5%), PORD11 (-1,8%) e SARE11 (-1,5%).
Economia
Os dados antecedentes do PMI dos Estados Unidos mostraram forte recuperação em agosto, com o índice composto atingindo 55,4, nível mais alto desde dezembro. A melhoria foi puxada pela indústria, que atingiu o maior valor desde maio de 2022, enquanto os serviços recuaram levemente, mas manteve-se acima dos 50 pontos que separam contração de expansão. De maior importância, os efeitos das tarifas começam a ficar mais evidentes. Dados de pedidos de seguro-desemprego também mostraram leve alta, atingindo 235 mil na última semana e corroborando a visão de um mercado de trabalho menos apertado. No Brasil, dados de arrecadação continuaram mostrando desaceleração na margem, mas ainda permanecem com um nível de crescimento elevado, que deve contribuir para o atingimento da meta de resultado primário.
Na agenda do dia, destaque para o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, no simpósio de Jackson Hole, que ganha mais peso diante da possibilidade de cortes de juros no mês que vem e dos dados de inflação que mostram os primeiros efeitos das tarifas. Não há indicadores econômicos previstos para esta sexta-feira.
Veja todos os detalhes
Economia
Discurso de Powell em Jackson Hole pode influenciar apostas sobre as taxas de juros nos EUA
- A atividade empresarial nos EUA acelerou em agosto. O Índice PMI Composto Flash da S&P Global, que acompanha os setores de manufatura e serviços, subiu para 55,4 neste mês, o nível mais alto desde dezembro, ante 55,1 em julho. Um valor acima de 50 indica expansão no setor privado. A melhora veio principalmente do setor manufatureiro, onde o PMI preliminar subiu para 53,3 — o maior valor desde maio de 2022 —, ante 49,8 em julho, contrariando as expectativas dos economistas de um segundo mês de contração. O setor de serviços, por sua vez, recuou de 55,7 em julho para 55,4. Economistas consultados pela Reuters previam que o PMI de serviços cairia para 54,2. É importante destacar que a medida da pesquisa sobre os preços cobrados pelas empresas por bens e serviços subiu para 59,3, o maior nível em três anos, indicando que as empresas estão cada vez mais repassando os custos das tarifas mais altas para os consumidores;
- O número de americanos que solicitaram seguro-desemprego aumentou mais do que o esperado na semana passada. Os pedidos de seguro-desemprego ajustados sazonalmente nos EUA subiram para 235.000 na semana encerrada em 16 de agosto, ante 224.000 na semana anterior. Economistas previam um número de 226.000. A média móvel de quatro semanas, que visa explicar a volatilidade nos dados semanais, ficou em 226.250, ligeiramente acima da leitura anterior de 221.750. Esta divulgação reforçou os sinais recentes de arrefecimento do mercado de trabalho, à medida que as empresas lutam com a incerteza em torno das políticas tarifárias de Trump;
- No Brasil, a arrecadação tributária federal atingiu R$ 254,2 bilhões em julho, um aumento de 4,6% em termos reais, impulsionado pelo IRPJ/CSLL (8,4%), contribuições previdenciárias (3,4%) e PIS/Pasep (2,9%); No acumulado do ano, a arrecadação tributária atingiu R$ 1.680,0, um aumento de 4,4%, com destaque para o PIS/Pasep (4,6%), contribuição previdenciária (3,7%) e imposto de importação (23,0%). O resultado de julho mostra alguma desaceleração, em linha com a desaceleração econômica verificada nos últimos meses. Esperamos que esse movimento continue nos próximos meses, mas destacamos que há riscos de queda relacionados aos preços mais baixos no atacado, que podem afetar mais diretamente tanto os impostos sobre o consumo quanto os lucros das empresas. Por fim, a arrecadação tributária deve ser suficiente para apoiar o governo a atingir a meta de resultado primário neste ano;
- Sem dados econômicos previstos, o principal evento da sexta-feira é o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole. Este discurso assume um significado ainda maior à luz dos últimos dados sobre a inflação e o mercado de trabalho, que começaram a mostrar os efeitos das tarifas sobre os preços, num contexto de desaceleração da criação de empregos.
Empresas
Instituições financeiras: extrato da temporada de resultados do 2T25
- Consideramos a temporada de resultados do 2T25 ligeiramente positiva:
- Para os Bancos Incumbentes, o crescimento dos empréstimos desacelerou de forma geral, conforme o esperado, o NII se manteve sustentado pelas margens com clientes, e as tendências de eficiência divergem;
- No lado de Mercado de Capitais, a B3SA apresentou resiliência na renda fixa e recuperação na atividade de renda variável; o BRBI manteve a lucratividade com um momento recorde em DCM; e o BPAC entregou fortes receitas em geral, resultando em um desempenho significativo acima do esperado no ROE;
- Quanto aos Neobanks, INBR e ROXO surpreenderam positivamente com aceleração da receita, maior alavancagem operacional e qualidade de crédito estável;
- As empresas de Pagamentos enfrentaram um cenário macroeconômico mais desafiador, mas mantiveram crescimento por meio das operações de banking, com disciplina de custos e gestão de capital como diferenciais chave;
- No segmento de Seguros, a CXSE atingiu as expectativas com receitas fortes impulsionadas por hipotecas e menores índices de sinistralidade, com o resultado financeiro ainda beneficiado pelo ambiente de altas taxas de juros.
- No geral, mantemos uma visão positiva sobre o setor e continuamos considerando ITUB4 nossa top pick;
- Clique aqui para acessar o relatório completo.
EXPlorando o Shopping: desaceleração é sentida em todos os setores
- Visitamos cerca de 80 lojas esta semana em quatro shoppings de São Paulo com perfis de consumidores diferentes (Morumbi, Iguatemi SP, Eldorado e Pátio Paulista). Embora nossa amostra tenha algumas limitações, encontramos insights interessantes:
- Os vendedores apontaram para uma dinâmica mais fraca em julho e agosto;
- Feedbacks das vendas do Dia dos Pais foi majoritariamente positivo;
- O inverno prolongado e as fortes vendas em junho levaram à escassez de produtos de inverno em praticamente todos os varejistas;
- O desempenho de fitness/roupas esportivas permanece forte;
- Beleza foi um destaque para todos os varejistas de vestuário de renda média, com perfumes e marcas de influenciadores digitais como motores de crescimento. No geral, nossas verificações confirmam a desaceleração no 3º trimestre, embora fitness, moda masculina e perfumes tenham se destacado como exceções;
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Renda fixa
De Olho na Renda Fixa: principais notícias de crédito privado, mercados e renda fixa
- Impacto econômico de tarifas será fundamental para nota de crédito dos EUA, diz analista da S&P (Valor Econômico);
- BNDES vai ‘entrar muito forte’ no apoio às empresas contra o tarifaço, diz Mercadante (Valor Econômico);
- Suzano eleva preço da celulose na Ásia, Europa e EUA (Valor Econômico);
- Moody’s Local Brasil atribui rating A-.br à Unicred do Brasil; perspectiva estável (Moody’s Local);
- Clique aqui para acessar o clipping.
ESG
MME discute produção de baterias no Brasil com a chinesa CATL | Café com ESG, 22/08
- O mercado fechou o pregão de quinta-feira em território negativo, com o IBOV e o ISE recuando 0,11% e 0,46%, respectivamente;
- No Brasil, (i) o Plenário do Senado aprovou o projeto de resolução que cria a Frente Parlamentar em Defesa das Terras Raras Brasileiras – entre os objetivos da frente, estão a promoção do debate estratégico sobre a exploração das terras raras no país, o fortalecimento da soberania nacional sobre recursos minerais estratégicos e a proposição de um marco regulatório para o setor; e (ii) o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se reuniu ontem com representantes da fabricante chinesa de baterias CATL para tratar de possíveis parcerias para ampliar a produção nacional de baterias e incentivar a mobilidade elétrica no país – em contexto, a empresa detém 39% do mercado mundial de baterias para veículos elétricos e 37% no segmento de armazenamento;
- No internacional, a Suécia planeja construir diversos pequenos reatores nucleares (SMRs, na sigla em inglês) nos próximos anos, revertendo a decisão de quatro décadas atrás de abandonar essa tecnologia – segundo o primeiro-ministro, Ulf Kristersson, o objetivo é contar com uma geração de energia mais estável, competitiva e favorável ao clima;
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