IBOVESPA -0,6% | 111.896 Pontos
CÂMBIO -1,2% | 4,06/USD
O que pode impactar o mercado hoje
Ontem o Ibovespa teve queda de 0,6% a 111.896 pontos, enquanto o dólar caiu 1,15% para R$ 4,06. A Bolsa acelerou as perdas no fim do pregão, pressionada por bancos após notícias sobre a possibilidade da volta da CPMF. Mais cedo, o índice chegou a superar os 113 mil pontos.
O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, afirmou no começo da noite de ontem que o retorno de um imposto semelhante à extinta Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) pode “eventualmente” ser analisado pelo Ministério da Economia. O próprio presidente Jair Bolsonaro, que sempre descartou essa possibilidade, também comentou sobre a possível recriação da CPMF.
Vale lembrar que a CPMF inicialmente incidia sobre as movimentações financeiras feitas por meio dos bancos com a justificativa de garantir recursos para a área da saúde. O imposto, entretanto, não foi bem recebido pois foi taxado como um tributo regressivo, que incidia majoritariamente sobre a população de baixa renda.
Nesta manhã, bolsas europeias e índices futuros nos EUA operam em baixa, devolvendo parte dos ganhos que acumularam após EUA e China anunciarem o fechamento de um acordo comercial preliminar, no fim da semana passada.
A libra esterlina se enfraqueceu ante o dólar na madrugada desta terça-feira após relatos de que o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, irá se mobilizar para mudar a lei e garantir que a fase de transição do Brexit não vá além do fim de 2020, reavivando a ameaça de uma separação sem acordo com a União Europeia.
Do lado das commodities, os preços de celulose de fibra curta na China fecharam em alta nessa terça-feira (+US$0,4/t), para US$457,6/t. Apesar da visibilidade baixa no curto prazo, os preços parecem estar próximos de um piso, reforçados por sinais de desestocagem por parte da Suzano. Seguimos com uma visão positiva para o balanço de oferta/demanda no médio/longo prazo.
O Banco Central do Brasil acaba de divulgar a ata da última reunião do COPOM do ano de 2019. No documento, o comitê de política monetária reiterou o tom cauteloso em relação a redução de juros abaixo do atual patamar de 4,50%, ainda que reconheça que o comportamento da inflação seja bastante benigno.
Apesar do tom cauteloso, acreditamos que o cenário econômico até Fevereiro dará condições para que o BC realize um corte final de 0,25%, levando a Selic para 4,25%. Acreditamos que o mercado deve seguir dividido entre apostas de Selic a 4,25% e 4,5% após a divulgação desse documento.
Por fim, iniciamos a cobertura do setor de construção civil com as incorporadoras de média e alta renda, Cyrela e EZTec, com visão positiva e recomendação de compra em ambas. Além disso, iniciamos ontem nossa cobertura das ações de CCP (CCPR3) com recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 29,0/ação, o que representa um retorno potencial de 26%. Vemos o papel como uma das opções mais atrativas dentro do setor, dada a alta exposição à São Paulo, um dos mercados mais promissores do país, ao portfólio de primeira linha e ao aquecimento do ambiente de operações de compra e venda no setor.
Tópicos do dia
Brasil
- Política Brasil: Sergio Cabral fechou delação com a Polícia Federal
- Tributo semelhante à extinta Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira volta a ser analisado
- Ata do Copom reitera tom cauteloso
Empresas
- Cyrela (CYRE3) e EZTec (EZTC3): Para o Alto e Além; Iniciamos ambos com Compra
- CCP (CCPR3): Portfólio de Primeira Linha, Bem Posicionado para Retomada Econômica; Iniciamos com Compra
- Papel & Celulose: Alta no preço da celulose de fibra curta nesta semana
- Petrobras (PETR4): Antecipação de pagamento de empréstimo de US$ 5 bilhões
- JBS (JBSS3): Juíza pede que MPF refaça ação contra JBS e critica prolixidade
- Ambev (ABEV3): Cervejaria anuncia nova fábrica no Pará com 4,6 mil empregos
Renda Fixa
- Aumento de capital do Banco Pine
- Light comunica amortização antecipada de saldo do BNDES
Veja todos os detalhes
Brasil
Política Brasil: Sergio Cabral fechou delação com a Polícia Federal
- Sergio Cabral fechou delação com a Polícia Federal. O ex-governador do Rio de Janeiro, que ainda aguarda a homologação por Edson Fachin, do STF, teria falado sobre ‘dezenas de políticos’ e sobre o processo de indicação de ministros do STJ. A PGR, que era contra o acordo, se manifestou contra a homologação;
- O governo não conseguiu encontrar recursos no orçamento de 2020 para reformular o Bolsa Família, que poderia até mudar de nome. Sem espaço nas despesas para acomodar o novo gasto, o Ministério da Economia teria apresentado opções de cortes compensatórios em outras áreas, mas não houve acordo. A coluna que trouxe as informações, apontou que ‘a frustração caiu na conta da equipe econômica;
- Rodrigo Maia defendeu ontem que a PEC paralela da reforma da previdência, já aprovada no Senado, não deve incluir outros assuntos além da inclusão de estados e municípios.
Tributo semelhante à extinta Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira volta a ser analisado
- De acordo com o Correio Braziliense, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, afirmou no começo da noite de ontem que o retorno de um imposto semelhante à extinta Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) pode “eventualmente” ser analisado pelo Ministério da Economia;
- Com a justificativa de fazer parte de uma reformulação do sistema tributário, o próprio presidente Jair Bolsonaro, até então contrário à ideia de recriar o imposto, comentou que um tributo nos moldes da antiga CPMF pode voltar a ser cobrado, desde que outros impostos sejam extintos;
- Vale lembrar que a CPMF inicialmente incidia sobre as movimentações financeiras feitas por meio dos bancos com a justificativa de garantir recursos para a área da saúde. O imposto, entretanto, acabou não sendo bem recebido, pois foi taxado como um tributo regressivo que incidia majoritariamente sobre a população de baixa renda.
Ata do Copom reitera tom cauteloso
- O Banco Central do Brasil divulgou hoje a ata da última reunião do COPOM do ano de 2019. No documento, o comitê de política monetária reiterou o tom cauteloso em relação a redução de juros abaixo do atual patamar de 4,50%, ainda que reconheça que o comportamento da inflação seja bastante benigno;
- Dentre alguns destaques, o comitê ressaltou que a potência da política monetária deve estar maior, dada a maior participação de crédito livre na economia, e que a economia pode vir a apresentar uma recuperação mais rápida do que o esperado;
- Apesar do tom cauteloso, acreditamos que o cenário econômico até fevereiro dará condições para que o BC realize um corte final de 0,25%, levando a Selic para 4,25%. Acreditamos que o mercado deve seguir dividido entre apostas de Selic a 4,25% e 4,5% após a divulgação desse documento.
Empresas
Incorporadoras de Média e Alta Renda: Para o Alto e Além
- Iniciamos cobertura das ações da Cyrela com recomendação de Compra e preço-alvo de R$31,20/ação para final de 2020. A Cyrela é uma das principais empresas no segmento de incorporação residencial no Brasil, tendo operações em todas as regiões do país e sendo atualmente a maior incorporadora listada focada nos segmentos de média e alta renda. Vemos a combinação favorável de crescimento, geração de caixa, baixa alavancagem e exposição aos segmentos e regiões que vem mostrando sinais mais fortes de recuperação (média e alta renda em São Paulo), permitindo a empresa a reportar melhora na sua rentabilidade (ROEs acima de 15%) e distribuição de dividendos robustos nos próximos anos (dividend yield de 8,0% em 2020);
- Iniciamos cobertura das ações da EZTec com recomendação de Compra e preço-alvo de R$55,10/ação para final de 2020. Com seu forte histórico de execução e solidez financeira, a EZTec se tornou referência em desenvolvimentos residenciais e corporativos na região metropolitana de São Paulo. Parte dessa solidez financeira se reflete na sua baixa alavancagem (a mais baixa do segmento), que somada ao seu recente aumento de capital, trouxe maior poder de barganha para compra de terrenos e capacidade de financiamento para projetos futuros. Por esses motivos, acreditamos que a EZTec está bem preparada para continuar o seu ritmo de crescimento no curto prazo, que também irá suportar a melhora na sua rentabilidade e permitir a empresa a retornar a ROEs acima de 20% a partir de 2022. Veja aqui os detalhes das empresas e a nossa perspectiva para esse setor nos próximos anos.
CCP (CCPR3): Portfólio de Primeira Linha, Bem Posicionado para Retomada Econômica; Iniciamos com Compra
- Iniciamos nossa cobertura das ações de CCP (CCPR3) com recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 29,0/ação, o que representa um retorno potencial de 26%. Desde a oferta, as ações subiram quase 30%, e apesar de não vermos o preço atual como “uma barganha”, enxergamos o papel como uma das opções mais atrativas dentro do setor;
- Nesse relatório vamos explorar em mais detalhes o mercado de lajes corporativas de São Paulo, e como o portfólio da CCP se encaixa nesse contexto. Além disso, vamos falar sobre o segmento de shoppings da companhia e como ela tem se posicionado em meio às mudanças estruturais nos hábitos de consumo. Para mais detalhes, basta acessar o relatório completo e a tese de investimento da companhia clicando nos botões abaixo.
Papel & Celulose: Alta no preço da celulose de fibra curta nesta semana
- Os preços da celulose de fibra curta na China fecharam em alta esta semana, +US$0,4/t e atingindo US$457,6/t. Na nossa visão, apesar da visibilidade permanecer baixa, acreditamos que o preço esteja próximo de um piso e o movimento de desestocagem da Suzano parece positivo. Mantemos nossa visão positiva à frente;
- Mantemos nossa recomendação de Compra para Suzano (preço-alvo de R$40/ação) e Neutro para Klabin (preço-alvo de R$19/ação).
Petrobras (PETR4): Antecipação de pagamento de empréstimo de US$ 5 bilhões
- Ontem a Petrobras anunciou, via comunicado ao mercado, que realizou o pré-pagamento de um empréstimo com o China Development Bank (CDB), no valor de US$ 5 bilhões, cujo vencimento ocorreria em 2027;
- Este pré-pagamento acarretará o término da obrigação de fornecimento preferencial, em condições de mercado e pelo mesmo prazo do financiamento, de um volume total de 100 mil barris de óleo equivalente por dia para empresas chinesas;
- O anúncio está em linha com a estratégia de melhora do perfil de amortização e do custo da dívida da Petrobras, levando em consideração a meta de desalavancagem (1,5x Dívida Líquida/EBITDA em 2020) prevista em seu Plano Estratégico 2020-2024;
- Mantemos recomendação de Compra nas ações, com preços-alvo de R$36 e R$35 para PETR4 e PETR3, respectivamente.
JBS (JBSS3): Juíza pede que MPF refaça ação contra JBS e critica prolixidade
- Segundo Valor Econômico, a juíza Luciana Tolentino de Moura pediu que o procurador federal Ivan Marx refaça o pedido no qual demandou R$ 21 bilhões para ressarcir o BNDES por prejuízos nos investimentos feitos pelo banco na JBS;
- Em decisão publicada ontem, a juíza criticou o procurador pela “prolixidade”: a ação de improbidade administrativa tem 477 páginas. Além disso, ela pediu que o MPF avalie a possibilidade de dividir a ação por réu ou grupo de réus;
- Cabe ressaltar que na semana passada o BNDES divulgou as conclusões de um auditoria externa sobre o caso, e não foram encontradas evidências de corrupção ou influência indevida sobre o BNDES por parte da JBS.
Ambev (ABEV3): Cervejaria anuncia nova fábrica no Pará com 4,6 mil empregos
- Segundo o Diário do Pará, ontem o governador do estado se reuniu com diretores da Ambev para discutir proposta de nova fábrica, que deve gerar 1,2 mil postos de trabalho durante a fase de obras e outras 3,4 mil vagas quanto estiver em pleno funcionamento;
- Segundo Ricardo Melo, vice presidente de relações corporativas da Ambev, “Todo produto que distribuímos e vendemos no Pará é oriundo de 13 cervejarias espalhadas pelo Brasil. A ideia então é ter uma cervejaria no Estado, produzir aqui e exportar para outros estados. A reunião foi muito positiva e estamos em acordo”;
- A proposta está em negociação de incentivos fiscais. A nova cervejaria deve produzir 2 bilhões de litros por ano, com investimentos de R$ 300 milhões para sua construção.
Renda Fixa
Aumento de capital do Banco Pine
- O Banco Pine divulgou em fato relevante o encerramento do período para exercício do direito de preferência dos acionistas;
- Foram subscritas ações totalizando R$ 77 milhões, cerca de 76,9% do aumento de capital máximo aprovado, mas ultrapassando o valor mínimo;
- As sobras do rateio (6.925.955 ações) poderão ser subscritas pelos acionistas que manifestaram interesse na reserva de sobras entre 18 e 20 de dezembro de 2019, ao preço de R$ 3,34. O aumento de capital estará condicionado à homologação pelo Banco Central.
Light comunica amortização antecipada de saldo do BNDES
- Em fato relevante, a Light comunicou a seus acionistas ter realizado amortização antecipada da totalidade do saldo devedor de contrato de financiamento do capex 2015/16 com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);
- O saldo era de R$ 292,6 milhões e venceria originalmente em março de 2023 e tinha custo de Selic + 4,08% a.a. e TJLP + 3,74% a.a.
- Esse pagamento faz parte da estratégia de liability management da companhia, que busca otimizar seu perfil de dívida, reduzir custos financeiros e gerar valor aos acionistas.
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