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Teto, China x EUA, Nvidia, Target, Petróleo | 🌎 Top 5 temas globais da semana

1) Teto e Recursos perto do final; 2) China e EUA entre tapas e beijos; 3) Nvidia no clube do trilhão; 4) Target desagrada acionistas; 5) Petróleo volátil antes de reunião da OPEP+

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1. EUA – Impasse sobre o teto da dívida e recursos do Tesouro chegando no final

Embora ainda não haja um acordo, foi mais uma semana cujo tom das negociações foi mais positivo. Múltiplas fontes afirmam que uma solução é iminente e poderia ser anunciada já na sexta-feira, dia 26 de maio, ou durante o final de semana.

A demora para subir o teto da dívida fez com que a Fitch Rating, uma das três maiores agências de notas de crédito do mundo, colocasse a nota dos EUA em revisão negativa. Isso significa que a agência pode rebaixar o país e retirar o grau máximo de investimento, AAA. Em nota a agência afirmou que: “A falha dos Estados Unidos em aumentar o teto da dívida pode ter consequências graves e duradouras, incluindo o aumento dos custos de empréstimos, um possível default e danos à classificação de crédito do país.”

Enquanto isso, os recursos do Tesouro americano atingiram o menor saldo do ano, fechando a semana com apenas 38,8 bilhões de dólares. A secretária Janet Yellen, entretanto, afirmou que sua nova estimativa é que esse montante, somado a novas arrecadações, dure até o dia 5 de junho. O que, por um lado, dá mais tempo para as negociações no Congresso, por outro tira um pouco da pressão para a resolução do problema e pode frustrar os investidores.

Quer saber mais sobre o teto da dívida, a possibilidade de um calote dos EUA e os impactos no mercado, confira nosso recém-publicado relatório aqui.

2. China – Entre tapas e beijos com os Estados Unidos

Durante a cúpula do G7, em Hiroshima no Japão, uma das pautas recorrentes era a relação tumultuada entre China e Estados Unidos nos últimos anos. Os líderes do grupo concordaram em abordar o tema de forma unificada e concordaram que existe a necessidade de diversificar cadeias de produção para diminuir a dependência de um único país.

Ao final do evento entre as maiores potências mundiais, uma declaração do presidente americano Joe Biden foi bem recebida pelos mercados. O democrata afirmou que a relação entre os países deve melhorar “muito em breve” e que não é intenção dos EUA se separar do gigante asiático, mas sim reduzir riscos e diversificar a relação.

Porém o clima amistoso foi breve. No início da semana a Administração do Ciberespaço, órgão regulador chinês, emitiu um comunicado alertando os operadores de infraestrutura crítica a não comprar chips da empresa de semicondutores americana Micron Technology (ticker: MU) por riscos de segurança cibernética “relativamente sérios”.

Esta proibição da China é apenas mais um dos diversos capítulos desse embate entre as duas maiores economias do mundo. A batalha tem ficado cada vez mais intensa no mundo dos semicondutores. A sanção à Micron é vista como resposta às recentes medidas adotadas pelos EUA, que colocou diversas empresas chinesas numa lista que proíbe a exportação de chips de última geração e proibiu, inclusive, cidadãos americanos de fornecer serviços para a indústria de chips chinesa.

Com isso, as empresas de tecnologia chinesa, representadas abaixo pelo ETF de KraneShares CSI China Internet (ticker: KWEB), têm apresentado uma performance bem diferente das empresas de tecnologia americana, representada abaixo pelo ETF que segue o índice Nasdaq100 (ticker: QQQ). Enquanto o QQQ sobe +113,5% nos últimos 5 anos, as ações de internet chinesas caem -51,6%.

3. Nvidia – Chegando no clube do trilhão

Nvidia ( $NVDA) reportou resultados acima das expectativas e mostrou que está se beneficiando do novo ciclo de investimentos em inteligência artificial (AI). A empresa comentou que vê um aumento significativo na demanda por seus produtos à medida que os grandes datacenters transicionam parte dos seus recursos para uma configuração que atenda à aceleração de aplicações de AI em diversos processos.

Receita: Queda de -13,2% A/A e 10,4% acima do esperado (US$7,2bi x 6,5bi)
Lucro por Ação: Queda de 19,9% A/A e 18,5% acima do esperado ( US$1.09 x US$0,92)

Além do excelente resultado, a maior fabricante de chips do mundo (embora não os fabrique, e terceirize a produção) comunicou ao mercado que a receita no trimestre corrente deverá ser de cerca de US$11bi, muito acima dos US$ 7,2bi que o mercado tinha como estimativa.

Esse “beat & raise”, como costumamos classificar as divulgações que não só vêm acima das expectativas mas também elevam as projeções para os trimestres seguintes, levou às ações da empresa a subir quase 25% na semana a capitalização da empresa se aproxima do seleto clube do US$1 trilhão!

4. Target – A varejista tenta agradar a gregos e troianos, mas acaba desagradando os acionistas

O embate entre liberais e conservadores é tão antigo quanto a história dos Estados Unidos, porém a polarização recente tem surtido efeitos em diversas empresas, que tentam adequar-se às exigências dos consumidores e dos investidores, que têm pressionado cada vez mais por padrões de quesitos ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês).

Um dos temas mais polêmicos e midiáticos desse embate, nos últimos anos, tem sido as questões da causa LGBTQIA+. Recentemente vimos as vendas da cerveja Bud Light caírem quase 30% no comparativo anual após uma campanha publicitária protagonizada por uma influenciadora transgênero dar início a uma série de boicotes aos produtos da Anheuser-Busch InBev.

Já a varejista Target (ticker: TGT) foi arrastada para o meio de uma polêmica semelhante nesta semana. Após anunciar sua linha de produtos para o “Pride Month” em junho, a empresa sofreu críticas e ameaças de boicote. Para tentar evitar um desempenho semelhante ao visto pela Bud Light, os executivos anunciaram, então, que estariam removendo determinados produtos da nova linha.

Para a surpresa da companhia, o anúncio de cortes na linha dedicada à comunidade LGBTQIA+ também gerou uma repercussão negativa, tanto por parte de consumidores quanto por parte dos seus próprios funcionários. Ao se envolver na batalha cultural, quem perdeu foram os acionistas ao ver as ações caírem quase 9% na semana e ampliar a underperformance para sua principal concorrente, o Walmart (ticker: WMT).

5. Petróleo – Ansiedade e volatilidade às vésperas da reunião da OPEP+

O preço do barril de petróleo, aqui medido pelos futuros do West Texas Intermediate, teve uma semana bastante volátil com comentários de representantes da OPEP+ jogando o preço da commodity para ambas as direções.

Na terça feira, o principal oficial do setor de energia da Arábia Saudita, o príncipe Abdulaziz bin Salman, deu um recado para os especuladores que estão apostando na queda dos preços: “Eu diria para eles tomarem cuidado”, disse o príncipe com tons de ameaça. Na semana que vem os membros da OPEP+, o grupo dos maiores produtores de petróleo do mundo, irão se reunir e decidir as quotas de produção de cada país. O mercado interpretou o comentário saudita como uma indicação de cortes de produção e fez o preço do barril sair de US$72 para quase US$75.

Já na quinta-feira, o ministro russo Alexander Novak, em entrevista, afirmou que não acredita que haverá uma decisão de corte de produção na reunião da OPEP+. Isso foi o suficiente para apagar toda a alta dos dias anteriores e o preço do barril voltou para a casa dos US$71. Em comunicado posterior, Novak afirmou que “decisões podem ser tomadas se necessário”, o que fez o preço voltar para próximo dos US73/barril.

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