MACRO
Bolsas internacionais amanhecem positivas (EUA +0,4% e Europa +1,0%) com o recuo de 3,4 bps nas taxas dos títulos de 10 anos americanos. Ainda nos EUA, hoje o presidente do Federal Reserve participará da audiência de confirmação do seu próximo mandato, podendo compartilhar um pouco do seu plano para a contenção da inflação americana nos próximos meses. Na China, o índice de Hang Seng (0%) encerra sem movimentos expressivos, encerrando a sua sequência de ganhos ao passo que preocupações com a queda no consumo chinês, desaceleração econômica e riscos de novas pressões regulatórias retornam ao radar. O petróleo (+1,4%) também amanhece em alta, na esteira do maior apetite por risco global. Por fim, o Bitcoin (0%) segue sem movimentos expressivos após cair brevemente para US$ 39 mil nesta segunda-feira, seu menor patamar desde setembro de 2021. O mercado de criptos vem passando por um período de negociações reduzidas, conhecido como “o inverno das criptomoedas” após forte movimento de risk-off dos investidores.
Coronavírus: O CEO da Pfizer, Albert Bourla, afirmou que a fabricação da vacina direcionada para a variante Ômicron já foi iniciada e ela estará pronta em março. O novo imunizante será um complemento a terceira dose da vacina atual, que segundo a Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido, possui 75% de eficácia na prevenção de infecções sintomáticas.
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EMPRESAS
Apple Store poderá bater recorde de faturamento: A Apple (AAPL34) anunciou que pagou um total de US$60 bilhões a seus desenvolvedores em 2021, sugerindo que as vendas do aplicativo estão crescendo rapidamente, uma vez que os custos com os desenvolvedores representam de 70% a 85% do faturamento total. Este resultado é de grande importância para a empresa, pois a as vendas da Apple Store são o atual motor de crescimento da empresa e mais rentáveis que os seus produtos físicos. Colocando em perspectiva, o valor distribuído aos desenvolvedores representa 23% dos US$ 260bi já pagos desde o lançamento da loja virtual em 2008. Os investidores e os analistas sinalizam o movimento da empresa como algo positivo, por também oferecer diversificação os seus negócios da companhia, deixando de focar apenas na venda de hardware, mas também em downloads de aplicativos.
Com os dados publicados as estimativas são de que a Apple teria arrecadado um total entre US$ 70,6bi e US$ 85,7 bi em vendas na App Store apenas em 2021. Em adição, a fabricante dos Iphones afirmou nesta segunda-feira que possui 745 assinaturas pagas, incluindo os serviços de Apple Music e iCloud, um aumento de 6% ano contra ano.
A ascensão do mercado de jogos em smartphones: A desenvolvedora de videogames, Take-Two (T1TW34) está comprando a Zynga, criadora do “Farmville” em uma negociação de US$ 11,4 bilhões. A aquisição tem o objetivo de explorar o forte crescimento do mercado de jogos para os smartphones, já que os consumidores estão migrando para os jogos móveis, utilizando mais de seus smartphones para o entretenimento. Dessa forma, o CEO da Take-Two afirma ser uma combinação estratégica, que unirá suas franquias de PC e console, com uma plataforma voltada para celulares e líder do mercado que possui inovação e criatividade.
A Take-Two ofereceu um prêmio de 64% em relação ao preço do último fechamento da Zynga, dividindo o valor entre caixa e ações. Embora o alto prêmio proposto, o mercado para jogos de celular é um dos que mais aquecidos e projeções apontam que o mesmo poderá atingir o valor de US$ 116,4 bilhões até 2024, segundo dados da Newzoo. Em adição, de acordo com Franco Granda, analista da DA Davidson, a tendência de M&A entre empresas de jogos online em smartphones e as voltadas para PC e console continuará crescendo, uma vez que muitas empresas de plataformas mais tradicionais estão com dificuldades de lançarem seus próprios aplicativos para smartphones. Por fim, com a aquisição a Take-Two estima uma economia anual de US$100 milhões nos primeiros dois anos com as sinergias entre os negócios.
Pfizer anuncia parceria bilionária com Beam Therapeutics : A Pfizer (PFIZ34) anunciou nesta segunda-feira que irá pagar até US$ 1,35bi para fazer uma parceria com a Beam Therapeutics no desenvolvimento de medicamentos para doenças genéticas raras usando edição de base, uma tecnologia para manipular DNA. A nova parceria permitirá que a Pfizer desenvolva até três novos candidatos a medicamentos para doenças genéticas raras, direcionados ao fígado, músculos e sistema nervoso central.
Mikael Dolsten, diretor científico da Pfizer, pontuou que vê a colaboração com a Beam como uma oportunidade para a empresa avançar na próxima geração de terapias de edição genética. A Beam usa RNA mensageiro (mRNA) e nanopartículas lipídicas para entregar sua tecnologia ao corpo. A Pfizer possui experiências com mRNA e nanopartículas, pois ambas são componentes das vacinas Covid-19 desenvolvidas e produzidas com a BioNTech (B1NT34). Agora a empresa quer expandir esse uso para novos segmentos. A liderança da companhia está particularmente interessada em ativos de RNA em estágio inicial que trariam benefícios além do campo de doenças infecciosas, em áreas como doenças raras e câncer. A expansão da sua linha de medicamentos vem para dar suporte ao seu crescimento subsequente ao de 2021, em que as ações empresa subiram cerca de 60% em 2021, à medida que suas vendas de vacinas contra a Covid aumentaram. Além disso a farmacêutica espera que as vendas globais da vacina em 2021 sejam de US$ 36bi, a maior já atingida por um produto farmacêutico em um único ano.
ANÁLISE
Rentabilidade do setor de utilidades públicas americano está no patamar mais atrativo em 35 anos: O gráfico acima, do Morgan Stanley, mostra que o setor de utilidades públicas está atualmente sendo negociado em um dos níveis mais baratos nos últimos 35 anos, diante da diferença entre o rendimento dos títulos de crédito com classificação BBB (métrica de avaliação de risco indicando uma qualidade média de investimento) e o seu rendimento dos dividendos em 2021. Essa comparação feita pelo banco mostra que mesmo com títulos de créditos mais arriscados classificados como não especulativos, e, portanto, com retornos mais altos, o rendimento dos dividendos das empresas do segmento de utilidades públicas segue bastante atrativo. Além disso, em artigo publicado recentemente, a Morning Star apontou que o rendimento médio de dividendos de 3,3% do setor está 1,8% acima do rendimento do Tesouro dos Estados Unidos de 10 anos no final de dezembro, um prêmio historicamente atraente. Se as taxas de juros mais altas evitarem a inflação, as concessionárias devem continuar produzindo retornos totais de 7% a 9% para os investidores em 2022 e além. Contudo, se olharmos para o múltiplo de preço sobre o lucro, ele está 20% maior do que a média de 10 anos, indicando que o valuation do setor talvez já esteja um pouco alto diante desta outra perspectiva.
Vale pontuar que a indústria também se beneficiaria da aprovação do Build Back Better, uma estrutura legislativa proposta pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que inclui recursos para financiar um crescimento mais rápido de energia limpa (e armazenamento de energia), bem como suporte para energia nuclear, hidrogênio verde e transmissão de energia elétrica. Os riscos, contudo, existem. O Morgan Stanley aponta que as mudanças climáticas e elevação no preço das commodities podem impactar o setor. As mudanças climáticas tem sido um dos maiores gastos das empresas, uma vez que estão acelerando o volume de desastres naturais nos EUA, logo, custos com reparos de infraestrutura tem se tornado cada vez mais frequente. Já o preço das commodities pode acabar pressionando as margens destas empresas, uma vez que o custo adicional de matérias-primas como carvão, petróleo e gás natural não são, geralmente, repassados imediatamente ao consumidor.
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