🌎RADAR GLOBAL: Resultados da Disney desapontaram

MACRO

Bolsas internacionais amanhecem levemente positivas (EUA +0,3% e Europa +0,1%) enquanto investidores digerem os dados da inflação americana, que vieram acima do esperado (+6,2% vs. +5,9% est. nos últimos 12 meses). O salto na inflação levou à venda generalizada de ações de tecnologia no pregão de ontem, ao passo que investidores agora precificam uma probabilidade maior de um aumento da taxa básica de juros já em julho de 2022 vs. setembro de 2022 anteriormente. Na China (+1,6%) o mercado encerra em alta após especulação sobre uma possível reabertura do mercado local para emissão de dívidas de empresas do setor imobiliário, podendo amenizar os problemas de liquidez de suas construtoras endividadas. Ainda na China, a Didi (o Uber chinês) deverá retomar suas operações no país até o final do ano, ajudando a melhorar o sentimento em relação às ações de tecnologia do país.

Coronavírus: Após semanas de queda nos casos de Covid-19 nos EUA, o declínio nas infecções estagnou. Novos casos caíram para uma média de 75 mil/dia. O número de fatalidades diárias permanece em 1.200/dia. Em termos gerais, o país possui 56% de seus habitantes vacinados com as duas doses, sendo este um número que ainda gera preocupação para autoridades de saúde, dado que a vacinação segue estagnada.

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EMPRESAS

A Disney (DISB34) divulgou seus resultados e números vieram abaixo das estimativas do consenso. Seu lucro por ação foi de US$ 0,37, aquém dos US$ 0,51 esperados e a receita reportada foi US$ 18,5bi, 1% abaixo dos US$ 18,7bi projetados. A empresa adicionou 2,1 milhões de assinantes Disney+, abaixo dos 9,2 milhões esperados pelo mercado, para chegar a um total de 118,1 milhões. A companhia reiterou a meta de atingir de 230 a 260 milhões de assinantes até 2024 e planeja aumentar o conteúdo da plataforma no 4º trimestre de 2022. Se incluirmos Disney+, ESPN+ e Hulu, a empresa já soma 179 milhões de assinaturas em suas plataformas de streaming.

A receita média mensal por assinante também caiu para US$ 4,12, uma queda de 9% ano a ano devido a um mix maior de assinantes Disney+Hotstar, principalmente na Indonésia e Índia, onde o serviço tem receita média mensal menor por assinante do que o tradicional. A receita do segmento de mídia subiu +9% a/a enquanto a de parques dobrou a/a. A Disney também espera que a reabertura internacional e a presença de estrangeiros em seus parques domésticos não afete substancialmente suas receitas até a segunda metade do ano fiscal de 2022.

O maior IPO de 2021: As ações da startup americana Rivian, fabricante de veículos elétricos, subiram +53% em sua estreia na Nasdaq na quarta-feira, dando à empresa investida pela Amazon uma avaliação de mercado de mais de US$ 100 bilhões, marcando a maior oferta pública inicial do mundo neste ano e uma das maiores de todos os tempos.

Isso torna a Rivian a 2ª montadora mais valiosa dos EUA, atrás somente da sua competidora Tesla (TSLA34) que possui mais de US$ 1 trilhão em valor de mercado. A capacidade de produção da maior empresa de veículos elétricos do mundo ainda é bem superior à da startup, que pode produzir cerca de 150 mil veículos por ano frente a mais de 1 milhão da Tesla, contudo, a Rivian espera alcançar esta capacidade até 2030.

Apesar de jovem, a Rivian ultrapassou o valor de mercado das tradicionais General Motors (GMCO34) e Ford (FDMO34), que possuem US$ 86 bilhões e US$ 66 bilhões, respectivamente. Contudo, a GM tem planos de investir mais de US$ 35 bilhões para produzir novos modelos de carros elétricos até 2025 e a Ford anunciou, em setembro, planos para investir cerca de US$ 11 bilhões em novas plantas para fabricação de EVs.

Google perde apelação de US$ 2,8 bilhões em batalha antitruste: Autoridades em Luxemburgo recusaram a apelação do Google se defendendo contra processos antitruste, mas a empresa ainda pode recorrer a cortes superiores. Aberto em 2017, o processo da Comissão Europeia afirma que o Google (GOGL34) havia desrespeitado leis antitruste, por direcionar usuários para seus anúncios de compra, não incluindo os concorrentes. Assim, a companhia pode receber multa de US$2,8 bilhões.

Um cenário mais rígido: A União Europeia busca proporcionar crescimento para outros players de tecnologia, por isso acreditam que estas políticas regulatórias poderão reduzir o poder das Big Techs na região. Na China, as suas próprias Big Techs também vêm sofrendo por regulamentações do governo: O país que incentivou empresas como Alibaba, Baidu e Tencent, agora tenta controlar o crescimento das companhias. Assim, a diferença entre os cenários é que o processo europeu é mais lento, não afetando tão rapidamente os números das FAAMGs ao passo que as regulações chinesas, por serem mais rápidas e menos previsíveis, impactam diretamente as operações das companhias.

ANÁLISE

O gráfico acima, do CEIC, mostra que os países asiáticos, que apresentavam um cenário positivo ao turismo internacional no período pré-pandêmico, ainda estão 90% abaixo dos níveis anteriores a 2020. Países como Indonésia, Tailândia e Filipinas, tradicionalmente turísticos, ainda apresentam número inferior a 20%, demonstrando que viagens internacionais na região permanecem escassas.

Para o Goldman Sachs, o afrouxamento das restrições da região da Ásia-Pacífico acelerou a recuperação do comércio e da manufatura e também poderia influenciar os setores mais afetados da economia global, como o de turismo e viagens. Porém, mesmo com o início de um cenário favorável para o setor, as viagens internacionais ainda não apresentaram crescimento, o que indica que as companhias aéreas podem ser as últimas a se reerguerem da crise, sendo mantidas em sua maioria por demandas locais e auxílios governamentais.

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