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🌎RADAR GLOBAL: Apple, Google e Microsoft batem estimativas

Resultados das Big Tech e recuperação do consumo nos EUA

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MACRO

Bolsas internacionais amanhecem sem movimentos expressivos (EUA 0% e Europa 0,3%) enquanto investidores aguardam a conclusão da reunião do Federal Reserve sobre política monetária. Até o momento, os fortes resultados reportados pelas empresas de tecnologia parecem balancear o sentimento negativo com riscos da variante Delta e de novas regulações do governo chinês. Na China (+0,2%), o mercado retorna ao patamar positivo após a venda generalizada na semana. O Bitcoin (+5,8%) volta a negociar acima dos US$ 40 mil após especulações (negadas) de que a Amazon estaria planejando aceitar a moeda como meio de pagamento.

Coronavírus: O CDC recomendou que pessoas vacinadas voltem a utilizar máscaras em locais fechados, conforme a transmissão da variante Delta aumenta. A preocupação vem antes do outono, quando existe a possibilidade de um novo surto enquanto o mundo corporativo volta ao escritório. Hoje, quase 50% da população americana já está totalmente vacinada.

EMPRESAS

Temporada de resultados do 2T21 nos EUA – Ontem: Apple, Microsoft, Google, AMD, Starbucks e Visa. Hoje: Facebook, PayPal, Qualcomm, Shopify, Pfizer, McDonald's, Spotify e Boeing. Amanhã: Mastercard, AstraZeneca, Credit Suisse, Amazon, Pinterest.

Apple, crescimento expressivo: A Big Tech americana reportou seus resultados ontem no período pós-mercado. Sua receita foi de US$ 81,41 vs. US$ 73,82bi esperados pelo consenso, uma surpresa de +10,32%; o lucro líquido foi de US$ 21,74bi vs. US$ 16,93bi, gerando um LPA de US$ 1,30. O bom resultado da companhia foi impulsionado por todos os seus segmentos, com destaque para iPhones, acessórios e serviços que cresceram +50%, +40% e +33% vs. o mesmo período de 2020. Além disso, a empresa declarou dividendos de US$ 0,22/ação no trimestre, resultando num montante total de US$ 29bi que será distribuído aos acionistas.

A crise dos chips afetou parcialmente a companhia, apenas na produção de iPads e Macs, mas segundo o CEO, o impacto foi menor que o projetado. Mesmo com o efeito dos semicondutores, a empresa reportou uma margem bruta de 43,3% vs. 41,9% projetada por analistas. Por fim, a Apple comentou que espera uma redução no crescimento de receitas para o próximo trimestre vs. trimestre atual devido a variações menos favoráveis no câmbio, desaceleração do segmento de serviços e problemas na cadeia de suprimentos.

Google pega carona na retomada do varejo: A gigante de tecnologia surpreendeu o consenso em receitas e lucros. O faturamento reportado foi de US$ 50,95bi vs. US$ 46,08bi, uma surpresa +10,56%; o lucro líquido de US$ 16,78bi também veio +7,16% acima das projeções, o que gerou um LPA de US$ 23,8. O sólido resultado da empresa foi, em grande parte, fruto de um aumento de+69% ano contra ano em receitas provenientes de anúncios digitais, com influência de um aumento de demanda por empresas de varejo ligadas ao turismo, serviços financeiros e entretenimento. O YouTube, contribuiu com US$ 7bi desta receita de anúncios, ficando próximo ao faturamento trimestral do Netflix de US$ 7,34bi. Além disso, o segmento de nuvem do Google cresceu +54% vs. o mesmo período do ano passado, atingindo um faturamento de US$ 4,63bi.

A empresa não divulgou projeções futuras, porém espera um cenário mais positivo para os próximos trimestres com forte atividade por parte de consumidores online.

Microsoft com resultado sólido, mas não impressiona: A criadora do Windows, publicou seus resultados no período pós-mercado, com uma receita de US$ 46,15bi vs. US$ 44,26bi, +4,26% superior ao esperado pelos analistas; o lucro líquido foi de US$ 16,46bi vs. US$ 14,57bi, surpresa de +13% em relação ao consenso, ocasionando um LPA de US$ 2,13. O maior catalisador de crescimento da companhia segue sendo o seu serviços de nuvem, o Azure, cresceu +51% ano contra ano, seguido por aplicativos de produtividade e negócios e computação pessoal, ambos com crescimentos de +25% e +9%, respectivamente.

Olhando para o futuro, a empresa antecipa uma depreciação de US$ 2,7bi transferida para o ano fiscal de 2022, devido a uma alteração de estimativas contábeis para a depreciação de servidores e equipamentos de rede. Além disso, a economia de US$ 1,2bi em despesas operacionais devido a pandemia não deve se repetir no próximo ano, causando um impacto no lucro líquido futuro da empresa. Em termos de receita, a empresa apresentou projeções por segmento para o próximo trimestre: produtividade e negócios, nuvem e computação pessoal deverão atingir faturamentos de ~US$ 14,6bi, ~US$ 16,5bi e US$ 12,6bi, respectivamente.

AMD, receita recorde e aumento de rentabilidade: A empresa de semicondutores apresentou um resultado consistente, com uma receita de US$ 3,85bi vs. US$ 3,16bi, uma diferença de +6,56% vs. expectativas; o lucro líquido foi de US$ 778mi vs. US$ 665mi, sendo +17% acima do consenso e gerando um LPA de US$ 0,63. O resultado da empresa foi impulsionado por um aumento de +65% na venda de chips de processamento para computadores e computação gráfica, além de um aumento de +183% no faturamento de chips para servidores e consoles de jogos, ambos aumentos medidos ano contra ano. Para o próximo trimestre a empresa projeta um faturamento de US$ 4,1bi e a manutenção de sua margem bruta na casa dos 48%.

Starbucks dá indícios de reabertura econômica: A rede de cafeterias global reportou uma receita de US$ 7,45bi vs. US$ 7,30bi do consenso; o lucro líquido anunciado foi de US$ 1,2bi contra US$ 915mi, um salto de +31% em relação as expectativas, o que gerou um lucro por ação de US$ 1,01. Fora dos EUA, a empresa presenciou um aumento no fluxo de consumidores em suas cafeterias de +55%, somados a um aumento global de vendas por loja de +73% ano contra ano. Para o ano de 2021, a empresa aumentou sua projeção do LPA de US$ 2,65 – US$ 2,75 para US$ 2,97- US$ 3,02.

Visa lucra com a recuperação do consumo: A empresa de serviços financeiros divulgou uma receita de US$ 6,13bi vs. US$ 5,86bi, superando o consenso em + 4,53%; o lucro líquido veio + 10,52% acima das expectativas, US$ 3,26bi vs. US$ 2,95bi, resultando em um LPA de US$ 1,49. A companhia afirmou que o volume de transações online continuou robusto e foi amplificado pela retomada do consumo presencial, o que contribuiu para a surpresa em lucros e receitas no trimestre.

A Microsoft e a Visa estão em nossa carteira Top 10 BDRs.

ANÁLISES

Fonte: CoStar

Retomada do consumo: Após o maior fechamento de lojas nos EUA (em termos de metros quadrados) da década em 2020, o ano de 2021 parece refletir um cenário positivo. Até o momento apenas 2,3 milhões de metros quadrados dedicados ao comércio fecharam as portas em 2021 e, caso o ritmo seja mantido no segundo semestre, as projeções apontam para o menor número reportado desde 2011. A forte retomada do varejo americano tem suporte em 1) Retomada da confiança do consumidor, o índice de sentimento do consumidor americano de julho está em 80,8 pontos, um salto de 12,5% da mínima registrada em abril de 2020 e 2) Mais confiantes, consumidores estão mais dispostos a gastar suas poupanças, que hoje somam US$ 2,3tri e 3) A reabertura econômica deve estimular o turismo e o consumo presencial.

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