A partir da entrada em vigor da nova regra da CVM, que liberou a negociação das BDRs a todos investidores na B3, brasileiros passaram a ter acesso a ativos internacionais (os BDRs) que antes eram restritos a investidores qualificados, com mais de R$ 1 milhão.
E agora, como escolher os BDRs?
A nossa carteira de BDRs é composta pelas nossas 10 ações internacionais (BDRs) preferidas e atualizada mensalmente, com o intuito de ter desempenho superior ao índice MSCI All Country World Index em reais no longo prazo.
Como foi a performance da carteira em abril?
Em abril, nossa carteira Top 10 Ações Internacionais caiu X%, em linha com o benchmark global MSCI ACWI (-0,6%). As principais causas foram 1) e 2) .
Para junho, realizamos duas alterações na Carteira Top 10 Ações Internacionais XP. Entra ; sai .
Neste mês, optamos por reduzir a exposição da carteira em tecnologia (antes 30%, agora 20%) para aumentarmos em setores que devem se beneficiar mais da reabertura econômica e redução do isolamento social em curso nos EUA. Além disso, a robusta recuperação no país em termos de PIB e manufatura também pode gerar inflação e, consequentemente, mais inclinação na curva de juros por lá, gerando um risco para o desempenho das ações de empresas de crescimento como, por exemplo Salesforce.
Portanto, optamos pela inclusão da General Motors (GMCO34) no lugar de Salesforce (SSFO34) por conta de 1) Aumentar a exposição da carteira no trade de reabertura e empresas de valor, 2) Potencial de crescimento no mercado de veículos elétricos e autônomos acompanhado de US$ 27bi de investimentos até 2025, 3) Pesquisa e desenvolvimento de tecnologia de baterias para automóveis, 4) Lançamento de 30 modelos elétricos até 2025 e 5) Geração de caixa, margens líderes do segmento nos EUA e balanço robusto.
A troca de Mastercard (MSCD34) por Visa (VISA34) é uma mudança menos significativa. Ambas as empresas atuam no mesmo segmento e possuem modelos de negócios similares. No entanto, dado o cenário atual de possível inclinação na curva de juros, optamos pela empresa que possui um crescimento menor, mas que apresenta melhores margens e múltiplos mais atrativos.
Carteira recomendada
Conheça as 10 melhores ações internacionais para se investir, mirando ganhos superiores no longo prazo:
Diversificação setorial
A carteira Top 10 BDR XP busca obter retornos superiores, com complementariedade setorial em relação ao Ibovespa, e uma seleção de maior qualidade e mais concentrada que o MSCI All Country World Index.
- O Ibovespa é muito concentrado no setor financeiro (25%) e possui pouca exposição em consumo discricionário (10%), comunicação (1%) e tecnologia (<1%)
- O BDRx é mais concentrado em tecnologia (33%) e menos em financeiro (9%)
Com a alteração, alteramos as nossas exposições setoriais, reduzindo Tech e incrementando Consumo Discricionário. A carteira permanece diversificada e complementar ao Ibovespa com posições em tecnologia (TSMC e Visa), financeiro (J.P. Morgan Chase e Berkshire Hathaway), comunicação (Disney), consumo discricionário (Alibaba, Home Depot e General Motors), bens de consumo (Walmart) e saúde (Johnson & Johnson).
Conheça as empresas
J.P. Morgan Chase (JPMC34)
Com US$ 2,7 tri em ativos, o J.P. Morgan Chase é o maior banco americano e se posiciona entre as 5 maiores instituições financeiras do planeta. Sua rede de mais de 5 mil agências o torna um dos maiores provedores de crédito para hipotecas e cartões de crédito do país. Sua tradicional história no mundo dos investimentos data de 1799.
O J.P. Morgan Chase provê serviços financeiros globais, bem como atende uma rede de varejo. Entre seus serviços, incluem-se investment banking, serviços de corretagem, gestão de carteiras, private banking, cartões de crédito, bancos comerciais e finanças pessoais. Seus clientes podem ser empresas, instituições e indivíduos.
80% de suas receitas são geradas nos EUA, 15% na Europa e os outros 5% no restante do mundo. Sua estratégia de digitalização e sustentabilidade permitiu um forte crescimento no faturamento e no nº de clientes nos últimos 5 anos.
Johnson & Johnson (JNJB34)
Multinacional americana, com mais de 130 anos de história, iniciou suas atividades como fabricante de curativos cirúrgicos. Hoje, as atividades da companhia são divididas entre três segmentos: 1) Farmacêutico (52% das receitas): Responsável pelo desenvolvimento de medicamentos e vacinas; 2) Equipamentos médicos (31%): Produção de aparelhos usados em cirurgias, como pinos e placas ortopédicas e lâminas de corte; 3) Bens de consumo (17%): Voltado ao dia-a-dia – produção de produtos de uso pessoal, como shampoos, band-aid e hidratantes.
A ação tende a ser defensiva para ambientes incertos, dado que a empresa é uma sólida pagadora de dividendos (em 2019, aumentou o pagamento pelo 57º ano consecutivo), possui robusta posição de caixa (US$ 18 bilhões), e consistente crescimento de receitas no segmento farmacêutico (~8% a.a nos últimos 20 anos).
Apostas de crescimento: pesquisa, desenvolvimento e distribuição de novos medicamentos (exemplo: vacina para Covid-19 e tratamento de mielomas), retomada da demanda por equipamentos cirúrgicos em 2021 e potenciais aquisições de novas patentes e de companhias farmacêuticas menores.
Walmart (WALM34)
50 anos atrás surgia um pequeno varejista com uma simples ideia: “Vender mais por menos”. Hoje, o Walmart transformou-se na maior rede global de supermercados. Suas mais de 11 mil lojas são visitadas por aproximadamente 270 milhões de clientes semanalmente. Além disso, possui forte presença global com operações em 26 países, nos quais gera 2,2 milhões de empregos diretos.
Sempre focado na estratégia central de preços baixos, o varejista também oferece uma ampla seleção de produtos tanto em seus 3 tipos de lojas físicas quanto via comércio digital (Walmart.com) e via aplicativos. O Walmart não é um supermercado qualquer. Buscando crescimento de sua presença online (atrás apenas da Amazon), a companhia não hesita em fazer aquisições ou parcerias para aumentar sua pegada digital, sendo as mais recentes a parceria com a Shopify (expandindo a presença dos pequenos e médios comerciantes online) e com a thredUP (colocando em seu portfólio de produtos grandes marcas como Calvin Klein, Michael Kors e Nike).
Como diferencial entre as varejistas, a empresa vinha expandindo e aprimorando sua presença online anos antes da pandemia e, dessa forma, foi recompensada atravessando a crise de forma mais branda e está bem posicionada para encarar os desafios do futuro.
Apostas de crescimento: Flipkart (comércio e pagamentos digitais na Índia) e Walmart+.
Home Depot (HOME34)
Varejista líder global na venda de materiais de contrução, jardinagem e melhorias do lar, a Home Depot opera 2.300 lojas em território norte-americano, canadense e mexicano. Em suas prateleiras, são dispostos de 30 mil a 40 mil produtos diferentes para seus 2 tipos de público: 1) Cliente Comum: Compra na loja ou online executa a melhoria na casa por conta própria ou terceirizada. 2) Cliente Pro: Profissionais que oferecem serviços de reforma e consomem os produtos da Home Depot.
O histórico financeiro da Home Depot é prova de sua capacidade de execução e de melhoria dos processos. Desde 2009, a empresa aumentou gradualmente as suas margens de lucro; foram 10 anos seguidos de expansão e em 2020, mesmo com a pandemia, conseguiram manter o lucro líquido no mesmo patamar de 2019.
Além disso, a empresa é conhecida por pagar mais dividendos que seus pares, bem como por ter uma expectativa de crescimento superior aliada à sólida margem de lucro.
Visa (VISA34)
A Visa está no centro da revolução da transição do papel-moeda para o dinheiro digital. Em 1958, o Bank of America lança o primeiro cartão de crédito dos EUA com um limite de US$ 300 dólares. Mais tarde, em 1976, o sucesso do cartão tornaria-se internacional, fazendo com que o segmento do banco fosse desmembrado e renomeado como Visa. Mais tarde, seria lançado, em plena crise de 2008, como um dos maiores IPOs da história.
Hoje, a companhia está presente em mais de 200 países, com produtos disponíveis em diversos aparelhos, mas o foco ainda é o mesmo: ser o melhor método para pagar e receber para todos e em qualquer lugar. A Visa possui 3,3 bilhões de cartões ativos conectando consumidores ao redor do mundo. O faturamento possui ampla distribuição geográfica, com 46% das receitas provenientes dos EUA e 54% internacional. Quanto aos segmentos, a empresa fatura, em ordem de importância, com 1) Taxas de processamento de dados, 2) Taxas de serviços e 3) Taxas de transações internacionais.
Apostas de crecimento: Parcerias com produtoras de aparelhos móveis e acessórios que integrem os meios de pagamentos; Integração com automóveis em estacionamentos e postos de abastecimento; aumento nas transações sem papel-moeda em ecossistemas cada vez mais digitais e eficientes.
General Motors (GMCO34)
Uma das maiores fabricantes de automóveis e peças do mundo, a GM é a dona das marcas Chevrolet, GMC, Cadillac, Buick e OnStar. As divisões da GM Internacional e GM América do Norte são responsáveis pelas operações globais de veículos automotivos enquanto a GM Financial é responsável pelo segmento de financiamento, crédito e seguros.
As operações da empresa são focadas principalmente no mercado norte-americano, que é responsável por ~80% do faturamento da companhia, um posicionamento interessante dada a robustez da recuperação econômica do país num mundo pós-pandemia. No longo-prazo, a GM busca reduzir o consumo de petróleo e a emissão de gases-estufa via pesquisa e desenvolvimento de tecnologias como células de hidrogênio e baterias elétricas. Ainda como estratégia de crescimento, a General Motors deverá aumentar as suas ofertas de produtos no mercado chinês, via Chevrolet, Cadilac e Buick, bem como via marcas locais Baojun e Wuling e operações envolvendo joint ventures.
Além disso, a companhia possui uma operação eficiente, à frente da concorrência em termos de geração de caixa e margem EBITDA: Entre 2016 e 2019, pré-pandemia, a GM entregou média de 16% de margem, contra apenas 7% da Ford e 12% da Tesla.
Apostas de crescimento: 1) GM Ultium – plataforma de baterias elétricas que será a base para o futuro carbono-zero da companhia; 2) Cruise – segmento de software e veículos autônomos em parceria com a Microsoft, Walmart e Honda.
Disney (DISB34)
Com mais de 96 anos de história, a Disney iniciou suas atividades no segmento de estúdio e entretenimento, desenvolvendo conteúdo de filmes e músicas para diversos públicos. A empresa atua nos segmentos de TV por assinatura (35% das receitas), parques de diversão e hotéis (37%), estúdio e entretenimento (15%) e venda de produtos com a marca Disney (13%). Apesar de parques com operações reduzidas atualmente, a companhia continua bem posicionada estruturalmente e com vantagens competitivas de longo prazo intactas. A poder da marca, combinado com a produção de animações num mundo onde pessoas consomem cada vez mais conteúdo digital, são a fórmula para a companhia gerar valor e lucro no longo prazo.
E como uma empresa de quase 100 anos continua crescendo e se destacando? Resposta: inovação. O recente lançamento do Disney+ (serviço de streaming que oferece conteúdo da Disney, Marvel, Lucasfilm, Pixar e National Geographic) por US$ 7 mensais (contra US$ 13 do Netflix) é um exemplo disso. A Disney, que também é dona da ESPN e da Hulu, viu seu recém lançado Disney+ superar as mais otimistas expectativas: quase 30% do mercado alvo existente nos EUA já assina Disney+ e 37% assina o Hulu.
Apostas de crescimento: Plataforma de streaming (Disney+)
TSMC (TSMC34)
A Taiwan Semiconductor Manufacturing Company possui a maior capacidade de produção de semicondutores do planeta e detém cerca de 50% do mercado global. A companhia atende clientes que não possuem tecnologia própria de chips para seus dispositivos.
Hoje, clientes de alto padrão utilizam sua tecnologia, como Apple, AMD, NVIDIA e Intel. São mais de 500 clientes atendidos que incluem os chips da TSMC em seus 10 mil dispositivos.
Geograficamente, a empresa possui indústrias em Taiwan, na China e nos EUA, sendo que este último é responsável por 60% de suas receitas. Por produto, 50% do faturamento vem de celulares, 30% de computação de alta performance e 10% de Internet of Things. Olhando para frente, o setor automotivo (5% das receitas) deve prover uma longa avenida de crescimento com a eletrificação dos veículos, bem como os temas estruturais da expansão do 5G, computação em nuvem e Inteligência Artificial.
Berkshire Hathaway (BERK34)
Uma das empresas mais procuradas pelo investidor que tem visão de longo prazo. A holding, dirigida pelo investidor mais reconhecido do mundo, Warren Buffett, possui controle e participação em empresas de variados segmentos, de joalherias à refrigerantes. Fato que nem todos sabem é que aproximadamente 80% das receitas da Berkshire são provenientes de seguros (GEICO, principalmente) e os 20% restantes com transporte ferroviário e geração de energia.
Os principais fatores que atraem investidores para a companhia são 1) O compromisso de Buffett com uma gestão transparente e com alto nível de governança corporativa; 2) O histórico de sucesso dos investimentos da holding em empresas sólidas como Coca-Cola, American Express, Gilette e, mais recentemente, na Apple e em ouro (Barrick Gold); 3) O alinhamento pleno de interesses entre a administração e os acionistas da empresa.
Alibaba (BABA34)
Também conhecida como a Amazon chinesa, a gigante transaciona USS$ 1 tri em produtos nas suas plataformas (usando a métrica GMV) ao ano, sendo 95% do volume local na China. A empresa possui 750 milhões de clientes que consomem anualmente em suas plataformas digitais e está bem posicionada para capturar um mercado cada vez mais acostumado a consumir produtos online. Os números não mentem: o faturamento da empresa cresce em ritmo acelerado de ~30% ao ano. O varejo compõe 90% do seu faturamento, mas assim como a Amazon, busca expandir no segmento de computação em nuvem (Alibaba Cloud), que já representa 9% das receitas e cresce aproximadamente 60% a.a.
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