FIIs na Semana (18/11/2022): semana negativa para os fundos imobiliários

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O IFIX fechou a semana em queda de -1,92%, impulsionado pelo segmento de Recebíveis, enquanto o IBOV apresentou uma performance de -3,01%. Os FIIs de papel integrantes do IFIX tiveram desempenho médio de -1,79%, enquanto os FIIs de tijolo tiveram performance média de -2,11% na semana.

O setor imobiliário foi destaque no noticiário global desta semana. Na China, onde o setor passa por forte desaceleração e os investimentos vêm sendo afetados pelos bloqueios relacionados à COVID-19, os preços das casas caíram 1,6% em outubro contra o mês anterior, quando já haviam passado por uma queda de 1,5%. Nos EUA, a confiança dos empresários do mercado imobiliário teve sua 11ª queda mensal consecutiva, caindo de 38 pontos em outubro para 33 pontos em novembro e atingindo o menor patamar desde 2012, segundo dados da Associação Nacional de Construtores. A construção de residências no país caiu 4,2% em outubro, com destaque para a queda nas moradias unifamiliares e atingindo um nível de novas moradias 8,8% menor que o mesmo mês de 2021, segundo dados do Departamento de Comércio. As taxas de juros e os custos de construção elevados têm sido os principais causadores da deterioração no setor. Outros indicadores de atividade nos EUA divulgados nesta semana incluem as vendas no varejo, que cresceram 1,3% em outubro com relação ao mês anterior, acima da expectativa de 1,0% do mercado; e a produção industrial, que apresentou recuo de -0,1% na mesma comparação mensal, contra expectativa de 0,1% do mercado e a despeito do forte resultado positivo no setor de automóveis.

No âmbito econômico doméstico, a temporada de resultados do 3º trimestre de 2022 foi objeto de uma nova análise do Research XP, que destaca a predominância de surpresas positivas nos resultados das empresas do Ibovespa, apesar de terem observado uma desaceleração contra o trimestre anterior. O relatório aponta que 55% das empresas reportaram EBITDA acima de nossas expectativas, enquanto as receitas surpreenderam positivamente em 54% dos casos. Apesar da subida de 11,7% no índice Ibovespa durante o terceiro trimestre e dos resultados do período, os temores de desaceleração levaram as previsões de lucro futuras a serem revisadas para baixo, já que as chances de recessão nas principais economias mundiais têm aumentado.

No mundo político brasileiro, as atenções da semana foram direcionadas à chamada PEC de Transição, cuja versão inicial foi apresentada ao Congresso na quarta-feira. O texto prevê que o programa Bolsa Família seja desconsiderado na regra constitucional do teto de gastos por tempo indeterminado, em um valor total de R$ 175 bilhões. Além disso, a proposta prevê que 40% de eventuais receitas extraordinárias seriam destinadas a investimentos públicos, com o restante direcionado ao pagamento de dívidas. Por fim, o texto também excluiria as doações para educação e meio ambiente do teto de gastos. O efeito fiscal total da medida seria de aproximadamente R$ 200 bilhões em 2023. Segundo o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, o novo governo teria o objetivo de direcionar 1% do PIB para investimentos públicos. A reação dos mercados financeiros nos dias seguintes foi bastante negativa, já que a proposta sinaliza uma deterioração do atual arcabouço fiscal com forte expansão de despesas. Os economistas da XP avaliam, em relatório recente, que a elevação das despesas, de até 2,2% do PIB, poderia levar o nível da dívida pública a mais de 100% do PIB no final do próximo mandato presidencial. Em resposta à repercussão negativa, Alckmin anunciou, sem maiores detalhes, que se encontra também em discussão pela equipe do novo governo um novo arcabouço fiscal, cortes de gastos e uma reforma tributária.

Por fim, com relação ao mercado de fundos listados, publicamos nesta semana o nosso início de cobertura de mais um FIAgro: o XPCA11. O terceiro fundo do segmento adicionado à nossa cobertura tem como destaque sua diversificação setorial dentro do contexto do agronegócio, apostando em setores diversos como Açúcar e Etanol, Insumos Agrícolas e Produtores Rurais com foco em soja e milho. O fundo é, com patrimônio líquido atual de R$ 203,8 milhões, o oitavo maior FIAgro listado em bolsa, e possui portfólio de CRAs com uma taxa média de aquisição de CDI + 4,55% a.a. e um duration médio de 2,08 anos. Clique aqui para conferir o texto completo.

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