Trend Lideranças Femininas: Os Benefícios da Diversidade Corporativa

No momento em que perdemos uma das mais aguerridas defensoras da igualdade dos gêneros com a morte da juíza da Suprema Corte Americana, Ruth Bader Ginsburg, temas como igualdade de gênero e diversidade de gênero no universo corporativo são assuntos que, apesar da sua relevância para a evolução da sociedade atual, tiveram avanços insatisfatórios. Esses tópicos são debatidos, estudados e analisados há anos; porém, a presença feminina em posições de liderança ainda é tímida.

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“We’ve come a long way from the days where there was state-enforced segregation. But we still have a way to go.” – Ruth Bader Ginsburg

Talvez uma das razões para a inercia seja a confusão entre igualdade perante a lei ou igualdade de oportunidades com igualdade de talentos, características, temperamento etc.. Sem entrar nas razões ou em julgamentos, o mundo corporativo em sua maior parte recompensa mais generosamente características mais comuns nos homens, e pode se dizer que é um ambiente criado por homens para homens. Por exemplo, o professor da Universidade de Toronto, psicólogo clínico e sensação da internet, Jordan Peterson, diz que uma das características mais determinantes para alcançar o alto escalão no mundo corporativo atualmente é afabilidade reduzida e agressividade/assertividade[1].

Ao mesmo tempo, estudos mostram que a diversidade de gênero nas empresas tende a gerar mais inovações e melhores resultados no longo prazo. Um estudo da McKinsey mostrou que homens e mulheres pensam, lideram e resolvem problemas de maneiras diferentes e que a implementação dessas diferentes abordagens em conjunto pode levar a melhores decisões, maior inovação e, potencialmente, melhores resultados[2]. Corroborando com as conclusões deste estudo da McKinsey, um artigo publicado pela MSCI apontou que dentro do universo das empresas listas no índice MSCI World aquelas que apresentam forte presença de liderança feminina tem um Retorno sobre o Ativo (ROA) de 10,1%, enquanto empresas com baixa liderança feminina tem um ROA de 7,4%[3]. Quando se reconhece as diferenças entre homens e mulheres, é possível entender com mais clareza o fato do meio corporativo ser majoritariamente liderado por homens e a razão da diversidade gerar resultados mais favoráveis.

Olhando para o futuro, é possível que haja mudanças grandiosas no mundo corporativo com a tecnologia de Inteligência Artificial (IA) se tornando cada vez mais omnipresente. Características mais frequentemente associadas a mulheres – intuição, capacidade de ler rostos, agilidade com palavras, capacidade de evitar confrontos etc. – são também características que a IA tem muitas dificuldades. Logo, pode se concluir que são, também, características que serão mais adequadas para o mundo corporativo do futuro. Neste sentido a diversidade de gênero, mais uma vez, se mostra crucial para a perenidade do sucesso das companhias. Diante deste cenário, empresas terão que se adaptar para criar um ambiente onde qualidades majoritariamente femininas são valorizadas e que isso permita que mulheres cada vez mais participem de processos decisórios e de cargos de liderança, assim trazendo as qualidades de ambos os gêneros para a mesa.

ETF SHE

A State Street Global Advisors, uma das maiores gestora do mundo com mais de US$3 trilhões de sob gestão, acredita que aumentar a diversidade de gênero na liderança corporativa tem benefícios econômicos no longo prazo. Motivados em ampliar a presença feminina em cargos de liderança a State Street convocou 3.500 empresas ao redor do mundo presentes em seu portfólio a aumentar o número de mulheres em seus conselhos. Além disso, anunciaram medidas de engajamento no tema através do poder de voto da gestora. Aliado a tudo isso a State Street também lançou o ETF SHE (SPDR® SSGA Gender Diversity Index ETF) com o objetivo de investir em empresas que têm forte presença feminina em cargos de liderança. O SHE além de promover a diversidade de gênero, doa parte da taxa de administração para apoiar instituições que se concentram em programas de formação para mulheres.

Entrando em mais detalhes do SHE, o fundo seleciona entre as 1.000 maiores companhias americanas aquelas que apresentam maior proporção de mulheres em conselho administrativo ou em cargos executivos. Essas empresas são ranqueadas de acordo com três critérios:

1. proporção de mulheres no conselho administrativo ou em cargos executivos em relação ao total de membros do conselho de administração e executivos;
2. proporção de mulheres em cargos executivos em relação ao total de executivos; e
3. proporção de executivas, excluindo as que participam do conselho de administração, em relação ao total de executivos, exceto os executivos que são membros do conselho de administração.

Dentro de cada setor são selecionadas as empresas com melhor classificação até que 10% do mercado do setor seja alcançado. O peso de cada papel é definido de acordo com o valor de mercado de cada companhia no free float, sendo que nenhuma empresa começa com uma posição superior a 5% para garantir a diversificação do portfólio. O fundo é rebalanceado uma vez por ano e por isso, ao logo do tempo algumas posições podem superar o limite de 5%, na medida que, uma empresa pode valorizar mais em relação as demais presentes no portfólio. Este é o caso das posições do SHE no Pay Pal e na Visa, que hoje representam, respectivamente, 5,15% e 5,03% do patrimônio líquido do fundo. Atualmente o SHE investe em 168 empresas, mas esse valor pode mudar dependendo das condições do mercado no próximo rebalanceamento.

Trend Lideranças Femininas

Mais uma vez sendo inovadora e acreditando que o aumento da presença feminina em cargos de liderança é benéfico para o desenvolvimento e resultado das empresas, a XP lançou um fundo de investimentos que foca em companhias com forte presença de liderança feminina. O Trend Lideranças Femininas é mais um produto da família Trend que investe no exterior. O fundo é destinado a investidores em geral e, com aplicação mínima de apenas R$ 100. Este novo produto é indexado ao ETF SHE, ou seja, terá em seu portfólio empresa americanas que empregam mulheres em cargos de alto nível. Além disso, o fundo destinará 20% da taxa de administração para o Instituto As Valquírias, uma organização dedicada a entregar oportunidades para mulheres em situação de vulnerabilidade social. A estratégia do Trend Lideranças Femininas FIM apresenta proteção cambial, isto é, não está exposta à variação do dólar.

Para mais informação acesse a página do Trend Lideranças Femininas FIM.

[1] Peterson, Jordan. “The Gender Scandal: Part One (Scandinavia) and Part Two (Canada).” [https://www.jordanbpeterson.com/political-correctness/the-gender-scandal-part-one-scandinavia-and-part-two-canada/]

[2] Woetzel, Johnathan. “The Power of Parity: How advancing women’s equality can add $12 trillion to global growth.” McKinsey Global Institute, 2015.

[3] Lee et al. “Women on Boards: Global Trends n Gender Diversity on Corporate Boards.” MSCI, 2015.

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