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Relatório Mensal – Fundos e Previdência – Julho/2018

1. Panorama Mensal O mês de junho foi marcado pela continuidade do ambiente instável no mercado e, como consequência, nos preços dos ativos. A bolsa encerrou o mês com queda de 5,2% e inverteu o resultado do ano para -4,76%. Já o cenário externo teve como foco as atuações dos bancos centrais e as tensões […]

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1. Panorama Mensal

O mês de junho foi marcado pela continuidade do ambiente instável no mercado e, como consequência, nos preços dos ativos. A bolsa encerrou o mês com queda de 5,2% e inverteu o resultado do ano para -4,76%. Já o cenário externo teve como foco as atuações dos bancos centrais e as tensões comerciais entre EUA e China.

No mercado internacional, os destaques ficaram por conta da política monetária dos EUA, em que o Fed segue sua trajetória de aumento gradual de juros; do BCE, que postergou o plano de estímulos até setembro; e da China, que anunciou medidas de um novo afrouxamento monetário. Além disso, as interpretações de algumas gestoras sugerem que os EUA saem ainda mais fortalecidos das tensões geopolíticas, prevalecendo uma probabilidade maior da moeda seguir forte, porém com potenciais riscos ao crescimento da economia.

Entendemos que a volatilidade do cenário externo segue pressionando o câmbio local (em linha com outras moedas emergentes), com o dólar subindo 3,77% em junho e 16,99% no ano contra o real. Sobre esse tema, nesse mês, o Banco Central optou pela manutenção da taxa básica de juros em 6,5% na última reunião do Copom e reforçou sua comunicação de que não há uma relação mecânica entre a política cambial e o nível de juros no país. A autoridade monetária tem feito intervenções diárias para controlar a flutuação da moeda, a partir da oferta de swaps cambiais e da venda de suas reservas de dólar. Adicionalmente, com as incertezas políticas no ambiente interno, os gestores vêm reduzindo a utilização de risco dos fundos e operando de forma mais tática.

Dessa forma, as atenções dos gestores se voltam para as tensões geopolíticas, com foco nas discussões comerciais entre EUA e China, enquanto no Brasil, esperam maiores definições acerca das eleições.

2. Performance

Após queda relevante em maio (-2,20%), os multimercados apresentaram desempenho em linha com o CDI em junho (99,9% do indicador), segundo o IHFA (Índice de Hedge Funds da Anbima). O índice acumula rentabilidade de 142% do CDI em 12 meses. Os maiores detratores de performance foram principalmente os mercados de juros e ações no Brasil, que apresentaram quedas relevantes.

Como destaque positivo no mês, observamos os fundos de Investimento no Exterior, que tiveram rentabilidade de 1,39% no período segundo dados da Anbima, principalmente beneficiados pela alta do dólar. Destacamos também alguns multimercados locais que conseguiram extrair ganhos de diferentes mercados no mês, como o SPX Nimitz (451% do CDI), o XP Macro (370% do CDI) e o Ibiuna Hedge STH (361% do CDI). No lado negativo, os destaques foram os fundos focados em renda variável, que sofreram com a queda expressiva da bolsa.

3. Captação

Após encerrar o primeiro trimestre com fluxo positivo acima de R$50 bilhões, a indústria de fundos decepcionou no segundo trimestre em termos de captação. A alta volatilidade dos mercados locais e externos desde maio trouxe um fluxo negativo em todas as categorias. Com isso, a indústria fechou o semestre com captação líquida de R$40 bilhões, abaixo do mesmo período no ano anterior. Entretanto, como ponto positivo, observamos que a captação segue concentrada em estratégias de maior valor agregado na gestão, como multimercados e fundos de ações.

No mês de junho, praticamente todas as classes apresentaram resgates líquidos, com exceção dos fundos cambiais, que receberam aportes na ordem de R$982 milhões. Apesar dos dados negativos no último mês, na ordem de R$11,3 bilhões, os multimercados seguem sendo a principal categoria nesse aspecto, encerrando o semestre com fluxo positivo de R$33,6 bilhões, representando 83% da captação líquida total. As subcategorias Macro (+R$15,9 bilhões), Livre (+R$10,2 bilhões) e Investimento no Exterior (+R$9,6 bilhões) foram os grandes destaques no semestre.

Os fundos de Previdência, por sua vez, apresentaram captação líquida marginalmente negativa no mês. A classe recebeu um fluxo negativo de R$405 milhões. No ano, tais fundos apresentam captação líquida de R$8,4 bilhões, ritmo mais contido que o ano anterior. Dentre esses fundos, os multimercados tem se destacado (+R$9,4 bilhões), representando mais que a totalidade  da captação líquida da indústria de fundos previdenciários. Por outro lado, os fundos de Renda Fixa vem apresentando resgates líquidos no ano (-R$1,9 bilhão), o que explica a grande mudança de perfil de alocação dos investidores nesse tipo de fundo, com o desenvolvimento da indústria independente.

4. Visão do Gestor

4.1 Crédito Privado

Os gestores vêm enfatizando que o ambiente de volatilidade observado nos mercados locais e internacionais não tem impactado significativamente o mercado de crédito. Apesar disso, diante desse cenário de incertezas, principalmente no que tange ao campo político, acreditam que o mercado primário deva ser mais desafiador nos próximos meses. Diversos fundos da classe fecharam para novas aplicações nos últimos meses, após apresentarem captação relevante e atingirem seu capacity. Em geral, no mês de junho, a performance dos fundos foi beneficiada pelo fechamento de spread de ativos de crédito corporativo, mas foram impactados negativamente pela abertura de taxas de algumas emissões bancárias.

4.2 Macro

No mês de junho, no mercado doméstico, persistiu a falta de visibilidade em relação ao quadro eleitoral, e os gestores destacam que o próximo grande trigger local de preço será o início das convenções partidárias no final de julho. Ainda, houve um movimento de abertura da curva de juros e continuidade do cenário local deteriorado que se viu em maio. No ambiente global, a atuação dos bancos centrais de países desenvolvidos e o acirramento das tensões comerciais entre os EUA contra a China, a União Europeia e o NAFTA foram grandes temas entre as casas. Os gestores destacaram o fortalecimento do dólar e a underperformance dos ativos de países emergentes no mês. Nesse contexto de maior volatilidade nos mercados, os fundos vêm operando de forma mais tática, com menor utilização de risco.

4.3 Renda Variável

A desvalorização expressiva do Ibovespa de -10,9% em maio seguiu-se de uma nova queda de -5,2% no mês de junho que, segundo os gestores, foi motivada principalmente pela incerteza quanto ao possível avanço de um candidato de esquerda na corrida presidencial, assim como o cenário global mais volátil. Nesse contexto, enquanto algumas casas seguem com uma carteira mais defensiva, diminuindo a exposição líquida comprada nos fundos, outras já enxergam muitos ativos em um nível barato após a forte correção que a Bolsa sofreu.

5. Radar do Mercado

A gestora comunicou que o fundo BTG Pactual Crédito Corporativo I FIC FIRF CP fechou para aplicações ao ultrapassar o volume de R$ 2,7 bilhões no dia 21 de junho. Não há uma data definida para reabertura.
A gestora comunicou que o fundo Sparta Top FIC FIRF CP LP fechou para aplicações ao ultrapassar o volume de R$ 3,0 bilhões no dia 28 de junho. Não há uma data definida para reabertura.
A gestora comunicou que o fundo AF Invest FI Renda Fixa Credito fechará para aplicações ao atingir o volume de R$ 2,4 bilhões. Considerando o ritmo atual de captação, o fechamento deverá ocorrer na primeira quinzena de julho. Não há uma data definida para reabertura.
A gestora comunicou que o fundo XP Corporate Plus fechará para aplicações ao atingir o volume de R$550 milhões. Considerando o ritmo atual de captação, o fechamento deverá ocorrer na segunda quinzena de julho. A XP Gestão não definiu data para reabertura.
A gestora informou que o fundo XP Crédito Estruturado 180 fechou para aplicações ao ultrapassar o volume de R$ 1,6 bilhão, no dia 15 de junho. A XP Gestão não definiu data para reabertura. Entretanto, o veículo com liquidez reduzida, o XP Crédito Estruturado 360, continua aberto para captação.
A gestora comunicou que o fundo Miles Acer Long Bias I FIC FIM fechou para aplicações no dia 21 de junho, quando sua estratégia ultrapassou o patrimônio de R$620 milhões. Não há uma data definida para reabertura.
A gestora Legacy fez o lançamento de seu fundo multimercado no fim do mês de junho. A gestora vinha se estruturando desde o início do ano e foi fundada por Felipe Guerra, ex-diretor da tesouraria do Santander, e Pedro Jobim, ex-economista-chefe da tesouraria do Santander, divulgando sua “cota um” no dia 29 de junho.
A gestora contratou, em junho, seu novo economista chefe, Marcelo Fonseca, para repor a posição até então ocupada por Eduardo Yuki, que se desligou da asset recentemente. Marcelo possui quase 20 anos de experiência com pesquisa econômica acadêmica e profissional, tendo passado por casas como HSBC, Itaú, M. Safra & Co, até sua última posição no hedge fund Autonomy Capital.
A gestora abriu um fundo exclusivo para a distribuição XP na categoria de Previdência. O DLM Conservador Advisory Icatu Seg Prev FIRF CP. Esse é o primeiro veículo previdenciário da gestora.
A gestora abriu um fundo exclusivo para a distribuição XP na categoria de Previdência. O Claritas Advisory Icatu Prev FIM. Em seu primeiro produto previdenciário, a gestora pretende replicar a estratégia do Claritas Institucional, veículo com 10 anos de track record.

6. Concentração Bancária

No mês de junho, o índice de concentração bancária apresentou uma drástica elevação, interrompendo sua sequência de quedas consecutivas desde abril do ano passado. Três fundos de renda fixa DI e crédito privado de diferentes bancos apresentaram, juntos, um incremento de patrimônio na ordem de R$30 bilhões no período, o que levou o indicador aos patamares de 12 meses atrás. Como a indústria multimercado independente apresentou dados negativos de captação, esse indicador foi significativamente impactado.

Entendemos que esse movimento foi específico, fruto de um movimento direcionado desses grandes bancos, o que não significa uma mudança estrutural nesse mercado. A indústria de fundos segue concentrada nessas instituições, mas observamos as gestoras independentes ganhando espaço e  novas casas sendo fundadas nos últimos meses.

¹Fonte: Economática/XP. Foi considerado o patrimônio líquido total de todos os fundos, excluindo-se fundo de cotas. Bancos: Itaú, Bradesco (HSBC), Santander, Caixa e Banco do Brasil.

7. Evolução de Patrimônio e Número de Contas²

²Fonte: Economática/XP. No cálculo do patrimônio, foram excluídos fundos de cotas, com o objetivo de evitar dupla contagem. No número de contas, o valor pode estar subestimado, dado que alguns administradores não contabilizam cotistas via distribuição por conta e ordem.

8. Captação Líquida da Indústria³

³Fonte: Economática/XP. Foi considerado a captação líquida total de todos os fundos, de assets independentes ou ligadas à instituições financeiras, das respectivas categorias, excluindo-se fundo de cotas.

9. Ranking de Gestores e Administradores

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