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O retorno de um mundo melhor: incorporando fatores ESG em seus investimentos

Trend ESG: investimento sustentável acessível

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ESG é um termo cada vez mais usado no mundo dos investimentos para representar fatores ambientais, sociais e de governança (environmental, social and governance em inglês). Esses fatores estão sendo cada vez mais utilizados como critérios de análise que vão além de questões econômico-financeiras. Na prática, a análise de um investimento inclui, além de risco e retorno, a avaliação do impacto que ele causa na sociedade.

Os investimentos que levam em consideração fatores ESG se preocupam principalmente com os seguintes pontos:

Ambientais

  • Mudança climática e emissão de carbono
  • Uso de recursos naturais
  • Poluição e resíduos

Sociais

  • Saúde, segurança, diversidade e treinamento de colaboradores
  • Responsabilidade com o consumidor
  • Relação com a comunidade
  • Atividades beneficentes

Governança

  • Direitos dos acionistas
  • Composição do Conselho de Administração (independência e diversidade)
  • Política de remuneração da diretoria
  • Fraudes

A MSCI, importante provedora global índices de ações, renda fixa, entre outros, identificou três objetivos ou motivações comuns entre investidores que consideram o uso de uma estratégia ESG: integração, valores e impacto.

  • Integração ESG: incorporar fatores ESG na análise dos ativos visando a construção de um portfólio resiliente e sustentável, melhorando sua relação risco-retorno de longo prazo.
  • Valores: alinhar os investimentos com os valores éticos do investidor, seja ele um indivíduo ou uma organização.
  • Impacto: buscar investimentos que geram impactos sociais ou ambientais positivos, que muitas vezes são colocados à frente do retorno financeiro.

A Global Sustainable Investment Alliance (GSIA), um fórum internacional que reúne informações das principais organizações de investimentos sustentáveis do mundo, divide as estratégias de investimento ESG em 7 tipos:

  1. Filtro negativo: exclusão de investimentos (empresas, setores, países) que não cumprem requisitos mínimos alinhados aos valores do investidor ou com alto risco ambiental ou social
  2. Filtro positivo (best-in-class): preferência por empresas que se destacam em fatores ESG quando comparadas aos seus pares.
  3. Filtro baseado em normas: busca empresas com práticas recomendadas por organizações internacionais como ONU, OCDE e UNICEF.
  4. Integração ESG: assim como na definição da MSCI, inclui fatores ambientais, sociais e de governança nas análises financeiras.
  5. Investimento temático em sustentabilidade: empresas especificamente relacionadas à sustentabilidade (por exemplo, energia limpa, tecnologia verde ou agricultura sustentável)
  6. Investimento de impacto (ou na comunidade): buscam investimentos que têm como alvo a solução de problemas sociais ou ambientais, onde o capital é direcionado a indivíduos ou comunidades não atendidas.
  7. Engajamento corporativo: utilização da participação acionária para influenciar a estratégia da empresa em relação a políticas ESG.

ESG: uma preocupação há 50 anos

A preocupação com investimentos mais responsáveis não é novidade. Nos EUA, o ativismo contra a guerra do Vietnã nos anos 1970, culminou com a criação do primeiro fundo de investimento sustentável, o Pax World Fund, que evitava investir em companhias que contribuíam com a guerra. Nos anos 80, o congresso americano baniu investimentos na África do Sul devido ao apartheid. Já em 1990, foi criado o primeiro índice para acompanhar investimentos sustentáveis, o Domini 400 Social Index.

Atualmente, as companhias têm enfrentado um escrutínio cada vez maior de seus stakeholders, ou seja, todos aqueles que de algum modo são afetados por elas (acionistas, colaboradores, clientes, fornecedores, sociedade). É exigida das empresas uma transparência cada vez maior sobre como elas tratam o meio ambiente, se elas se preocupam com o bem estar de seus colaboradores e clientes, e se elas conduzem seus negócios de maneira ética.

Como medir o nível ESG das empresas

Empresas como a MSCI e a Morningstar possuem ferramentas para ajudar os investidores a encontrar as companhias com as melhores práticas ESG. Elas possuem equipes de pesquisas que vão a fundo nas questões relacionadas às métricas ESG e atribuem ratings às companhias.

A diligência da equipe de análise da Morningstar começa buscando respostas para as seguintes perguntas:

  • Quais questões ambientais, sociais e de governança são financeiramente relevantes para cada companhia ou indústria?
  • Como as companhias estão lidando com esses riscos?
  • Como esses riscos vão afetar o valor de longo prazo da companhia?

A metodologia da MSCI divide os 3 pilares ESG em 10 temas que, por sua vez, são divididos em 37 questões chaves.

Fonte: MSCI ESG Ratings Methodology

Tamanho do mercado ESG

A referida Global Sustainable Investment Alliance (GSIA) publica a cada dois anos um relatório com as informações sobre investimentos sustentáveis na Europa, Estados Unidos, Canadá, Japão, Austrália e Nova Zelândia.

No último relatório, produzido em 2018 (o de 2020 ainda não foi finalizado), a GSIA estima que o tamanho do mercado global de investimentos sustentáveis é de US$ 30,7 trilhões, o que representou um crescimento de 34% em relação ao número de 2016. Desse total, os principais mercados são o europeu, com 46%, e o dos EUA, com 39%. As principais estratégias utilizadas são a de Filtro Negativo e de Integração ESG.

Em relação aos ativos investidos pelas estratégias sustentáveis, mais da metade é em ações (51%), seguido por renda fixa (36%).

Tamanho do mercado, em bilhões de dólares

Fonte: GSIR Review 2018

Crescimento das estratégias sustentáveis (2016-2018)

Fonte: GSIR Review 2018

Quebra por tipo de ativo

Fonte: GSIR Review 2018

ESG e fundos de investimento

Com um mercado de mais de US$ 30 trilhões em ativos sustentáveis, o número de fundos que focam nesses ativos tem crescido bastante.

Dados da Morningstar compilados pelo Morgan Stanley em um estudo de 2019 mostram que nos EUA existiam 281 fundos de investimento com foco em ESG, um crescimento de 144% no número de fundos desde 2004.

Fonte: Morningstar 2019

Outro estudo, de Jon Hale, Ph.D., CFA, também da Morningstar, mostra que o número de fundos sustentáveis nos EUA era de 279 em meados de 2019, além de outros 247 fundos que incluem filtros ESG em suas análises.

No Brasil, o tema é mais recente e ainda possui poucos adeptos. A Fama Investimentos incorpora critérios ESG em suas análises. A Constellation e a JGP, além de utilizarem esses critérios em suas estratégias, possuem fundos com foco em empresas que seguem as melhores práticas ESG no Brasil.

ESG e performance

Existe um mito de que a preocupação com fatores ESG pode resultar em performance relativamente pior. Porém, estudos mostram que isso não é verdade.

Em 2019, o Morgan Stanley realizou um estudo comparando os retornos de fundos sustentáveis com fundos tradicionais, do período de 2004 a 2018. A conclusão foi de que os retornos dos fundos sustentáveis foi em linha com os dos fundos tradicionais, oferecendo menos risco de downside, ou seja, com menor volatilidade.

Mediana dos retornos de fundos sustentáveis vs fundos tradicionais (2004-2018)

Outro estudo, feito em 2015, compilou o resultado de mais de 2000 estudos feitos desde os anos 1970 sobre e ESG e performance. O compilado mostra que a grande maioria dos estudos analisados tem relação positiva entre as práticas ESG e as performances das empresas.

No Brasil, o resultado dos fundos focados em ESG ainda é muito curto para concluirmos alguma coisa, mas podemos verificar o retorno do MSCI Brazil ESG Leaders Index, índice criado pela MSCI em 2007 composto pelas companhias com as melhores práticas ESG do país. No gráfico a seguir, podemos ver um retorno significativamente maior do que MSCI Brazil desde seu início. Além disso, nos últimos 12 anos, o índice ESG superou o tradicional 8 vezes.

Trend ESG: uma nova opção de investimento sustentável

Muitas empresas estão preocupadas em aprimorar suas práticas ESG e, como consequência, aumentar seu valor de longo prazo para os acionistas e aumentar seu impacto positivo para a sociedade como um todo.

A XP, buscando liderar as discussões sobre o tema no mercado financeiro brasileiro, anunciou na semana passada a criação da diretoria de ESG, comandada por Marta Pinheiro. Segundo comunicado do dia 12 de junho, “a ambição da XP com a criação dessa nova diretoria é disponibilizar os melhores produtos, serviços, conteúdos e recomendações com foco em ESG, além de alavancar ainda mais os padrões e práticas internas da companhia.

E com essa ambição de disponibilizar os melhores produtos com foco em ESG, estamos lançando nessa semana o Trend ESG Global FIM, fundo passivo da família Trend, que irá investir em três ETFs (fundos de índice negociados em bolsa) focados em empresas com altos ratings ESG:

  • 50% (chegando até no máximo 60%) no iShares ESG MSCI USA, com mais de 300 ações de empresas de grande e média capitalização nos Estados Unidos
  • 40% (chegando até no máximo 48%) no iShares ESG MSCI EAFE, com mais de 450 ações de empresas de grande e média capitalização de mercados desenvolvidos, exceto Estados Unidos e Canadá
  • 10% (chegando até no máximo 12%) no iShares ESG MSCI EM, com mais de 300 ações de empresas de grande e média capitalização de mercados emergentes

O Trend ESG Global FIM será destinado para investidores em geral, com aplicação mínima de R$ 500 e taxa de administração de 0,5% ao ano. Além disso, ele não terá exposição cambial. O prazo de resgate é de 5 dias corridos para cotização e mais um dia útil para liquidação e a tributação do produto é de Longo Prazo.

Invista agora no fundo Trend ESG Global

Para entender mais sobre o assunto listamos abaixo as fontes que utilizamos nesse estudo:

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