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Fundos globais: Howard Marks explica por que você deveria diversificar sua carteira

Em evento exclusivo da XP, Howard Marks, sócio-fundador da Oaktree Capital, uma das maiores gestoras globais em investimentos alternativos, falou sobre diversificação de portfólio, crises e riscos

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Realizamos na terça-feira (29) a 10ª edição do Café Alocação e Fundos, que contou com a presença de especialistas da XP e Howard Marks, sócio-fundador da Oaktree Capital. Com foco em fundos globais, o evento buscou refletir a importância de construir uma estratégia voltada para a internacionalização da carteira do ponto de vista de alocação. 

Por que dolarizar a carteira de investimentos? 

Os primeiros dois painéis foram dedicados a falar dos benefícios de manter um portfólio exposto aos mercados do exterior. Participaram os especialistas da XP: José Tibães, head de BU de fundos; Fabiano Cintra, head de fundos offshore; Clara Sodré, analista de fundos; Victor Mazzonetto, de fundos offshore; e Rodrigo Sgavioli, head de alocação. 

Em um cenário de juros altos no Brasil, é comum que os investidores recorram ao CDI, mas a verdade é que se apoiar nele como um indicador de referência para analisar a saúde dos investimentos pode mascarar a rentabilidade real dos ativos. 

Segundo Sgavioli e Cintra, a rentabilidade em reais pode esconder retornos bem mais modestos em dólar. 

Analisando o desempenho de diferentes investimentos em dólares nos últimos 10 anos, o CDI ficou bem atrás em relação a ativos dolarizados. Enquanto seu rendimento foi de 38,8%, mercados como o do ouro e até mesmo o índice S&P 500 entregaram retornos de 181% e 258%, respectivamente. 

Os ativos brasileiros são muito correlacionados entre si, sendo que o principal fator de risco negativo é justamente o dólar, destacou Sgavioli. Para ele, a exposição a ativos globais significa não só a busca de eficiência de portfólio, como também patrimonial. 

Na visão dos especialistas, considerar ter ativos dolarizados na carteira significa:  

  • reduzir o “risco Brasil” (o país é mais suscetível a crises que impactam diretamente o desempenho dos ativos locais); 
  • buscar maior eficiência de risco-retorno; 
  • ter acesso a setores e classes de ativos pouco desenvolvidos no Brasil (o mercado brasileiro representa somente entre 1% e 2% do mercado de capitais mundial); 
  • ganhar exposição a empresas de capital intelectual; 
  • ganhar proteção cambial e preservar seu poder de compra por mais tempo. 

Sgavioli propôs uma visão conjunta de portfólio local e global. No Relatório Mensal de Alocação de julho, o time de Alocação da XP detalha o nível de exposição a diferentes classes de ativos domésticos e internacionais para diferentes perfis de investimento, do conservador ao sofisticado. Saiba mais nesse link

Invista com os gigantes do mercado: o guia completo sobre fundos internacionais 

Howard Marks: diversificação, crises e riscos

Howard Marks foi o convidado da 10ª edição do Café Alocação e Fundos (Créditos: Divulgação/XP)

No painel de encerramento, Artur Wichmann, CIO da XP e presidente do Comitê de Alocação XPA, entrevistou o megainvestidor norte-americano Howard Marks, fundador de uma das maiores gestoras globais em investimentos alternativos, a Oaktree Capital Management, com aproximadamente US$ 209 bilhões em ativos sob gestão. 

Ao longo do painel, Marks falou sobre o que aprendeu ao navegar pelo menos seis grandes crises durante décadas de atuação no mercado (desde 1969) e a importância da diversificação de portfólio como fator de mitigação de riscos. 

Diversificação: proteção contra o desconhecido 

Segundo Marks, a diversificação serve para “incluir prudência” na carteira. Na visão do gestor, quanto mais concentrado é o seu portfólio, menor será a variedade de resultados que terá. Diversificar é se preparar para todos os cenários possíveis; não quer dizer que você terá sempre a melhor performance, mas a diversificação garante que o seu desempenho não seja de todo ruim. 

“Investimos para aproveitar o que sabemos. Diversificamos para nos proteger do que desconhecemos”, disse. 

Marks também afirmou que, dentro do mercado de investimentos, não existe apenas uma escolha certa. Tudo é questão de circunstância. Se você entender o que está enfrentando, pode escolher entre uma variedade de distribuição de retornos. Ativos podem ser igualmente bons, mas para diferentes aplicações.  

O risco de não ter risco suficiente 

Na visão de Marks, o jeito prudente de trabalhar com o dinheiro não é deixar de correr riscos, mas sim saber gerenciá-los. 

Se deseja aumentar os retornos para os seus clientes, você precisa adicionar risco nos investimentos, defendeu. Evitando todo tipo de risco, você provavelmente evita “correr algum risco” para acessar os retornos. 

Relação valor vs. preço: “fluxo e refluxo da psicologia” 

Ao longo do painel, Marks levantou algumas perguntas a respeito do comportamento dos preços nos mercados: por que eles flutuam mais do que o valor intrínseco dos ativos? Para ele, mais do que uma explicação quantitativa, existe um viés psicológico nisso. 

Para exemplificar, Marks usou o desempenho do S&P 500, que subiu a uma média de 10% ao ano por 100 anos. O curioso é que o mercado não sobe 10% todo ano; na verdade, o retorno anual quase nunca ronda os 10%. Por que a média não é a norma? Nos mercados, o que conduz a performance dos ativos são os movimentos excessivamente otimistas ou pessimistas. 

“Quando for pensar em ciclos, não pense em altas e baixas: pense em excessos e correções”, aconselhou Marks. 

No caso das bolhas de mercado, como a da internet no fim da década de 1990 e início dos anos 2000, as pessoas costumam achar algo tão bom que nenhum preço parece caro, disse Marks. As bolhas acontecem quando as pessoas esquecem que os ativos precisam ser comprados a preços justos. 

Sea change: uma mudança real 

Para Marks, o evento mais importante no mercado financeiro nos últimos 20 anos não é amplamente divulgado. 

Em 1980, ele tomou um empréstimo, quando as taxas de juros eram de 22,25%. Quarenta anos depois, Marks podia pegar um empréstimo com juros a 2,25%, ou seja, 20 p.p. mais barato. 

A queda das taxas de juros é uma mudança profunda, pois os preços dos ativos aumentam. Então, diminuir a taxa de juros é uma ajuda dupla para quem toma dinheiro emprestado para comprar ativos (private equity). Nesse período, formas de ganhar dinheiro alavancado foram muito bem. 

Na crise financeira global de 2008, o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) diminui zerou a taxa e a manteve em patamares muito baixos até 2021. Foi um tempo de bonança para donos de ativos e tomadores de dívida. 

O ponto é que, para Marks, a época dos juros baixos acabou. Nos próximos anos, teremos taxas rondando os 3,5%, sem quedas para 0%, 0,5% ou 1% – estáveis, não caindo. 

Second level thinking 

O objetivo de todo investidor é ter retornos superiores, ficar acima da média. Mas não é fácil. Isso porque, entre as pessoas com que você compete, muitas são inteligentes, trabalham duro, são racionais e usam bem a tecnologia. 

Para superá-las, você precisa ter uma vantagem de conhecimento, defendeu Marks. 

Na visão do megainvestidor, existem três coisas que você pode fazer para se destacar: 

  1. Um trabalho melhor em chegar à conclusão com as informações que todos têm; 
  1. Avaliar melhor a parte qualitativa das informações (elas não podem ser analisadas por computadores, apenas por senso crítico); 
  1. Ter uma visão melhor do futuro. 

Tudo isso se baseia em second level thinking, ou seja, pensar mais profundamente que todos. 

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