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Oportunidades no mercado de crédito na visão da Western Asset

Dando sequência a série Papo de Fundos, Rafael Culbert, da área de distribuição de fundos na XP, recebeu Adriano Casarotto e Elder Andrade da Western Asset.

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Dando sequência a série Papo de Fundos, Rafael Culbert, da área de distribuição de fundos na XP, recebeu Adriano Casarotto e Elder Andrade da Western Asset.

A série de webinars, organizada juntos aos maiores gestores de crédito privado do Brasil, visa passar uma atualização do panorama do mercado de crédito. Esse foi terceiro de uma série de 5 encontros que ocorrerão sempre às quartas ao longo do mês de março de 2023.

Fundada em 1971 nos EUA, a Western Asset é uma gestora global, que conta com escritórios em 8 países ao redor do mundo e mais de 750 colaboradores. A empresa gere mais de USD 450 bilhões e está presente no Brasil desde 2005, sendo uma das principais gestoras da indústria local.

Você também pode assistir a reprise do bate-papo clicando aqui

A visão da Western sobre Americanas e Light

Na ótica de Adriano Casarotto que é analista da Western Asset, o mercado de crédito vinha apresentando uma certa monotonia (em relação a dinâmica dos spreads de crédito) desde os piores momentos da pandemia em 2020. Ele conta que até dezembro de 2022, foi possível acompanhar uma queda gradual dos spreads ao longo do tempo que resultou em bons retornos nas carteiras dos fundos de crédito – movimento que foi interrompido por um “evento relevante”.

O evento em questão teve início após o Fato Relevante da Americanas, que trouxe para o mercado a renúncia de Sergio Rial e a revelação de inconsistências contábeis, “identificando uma fraude de grande magnitude de longa data”, conta o gestor.

Com o ocorrido, o mercado no geral reagiu negativamente, tanto no mercado acionário quanto no mercado de crédito. Já que “em três dias, Americanas sai de uma empresa high grade listada com uma base de acionistas relevante, com uma longa tradição no mercado de capitais, para uma Recuperação Judicial”, conta.

Adriano ressaltou que a fraude ocorreu em uma empresa com uma grau alto de bancarização e presença no mercado de capitais muito grande, trazendo desconfiança sobre o mercado como um todo e especialmente sobre o varejo. Na visão do especialista, isso levou todas as empresas a serem questionadas sobre as práticas contábeis, os números de rentabilidade e as dívidas que estavam fora do balanço.

O mercado bancário também foi impactado. “No primeiro momento, houve um travamento que afetou as operações bancárias. Ao longo do mês de janeiro, impactou os fundos, produziu uma onda de resgates e travou o mercado de capitais – não houve novas emissões no setor bancário no mês de janeiro”, concluiu Adriano.

Para Adriano, existe uma diferença relevante entre Americanas e Light, de forma que a primeira corresponde à uma fraude contábil que levou a RJ de uma empresa relevante para o mercado, e no caso da segunda, além do segmento ser visto com confiança, é importante ter em mente que “não foi americanas que provocou Light, ou sequer produziu uma quebradeira geral”.

 O gestor reforça que os “casos” de crédito que apareceram no final de janeiro (além de Light, Oi e CVC) tinham relação com nomes que já estavam nas manchetes que já haviam passado por uma RJ e voltaram – ou que já estava com dificuldade de caixa a um tempo. Em diversos casos, segundo o gestor, as empresas sequer estavam no mercado de capitais e tem como principal fonte de financiamento os bancos.

Crise de crédito?

“Não estamos em uma crise de crédito”

Adriano Casarotto

De acordo com Adriano, a movimentação nos spreads de crédito acontece de tempos em tempos, e os exemplos recentes trazem motivações diversas. Citando o ano de 2019 como um “ajuste necessário” e 2020 como uma crise de liquidez, atualmente o gestor entende que apesar dos ajustes nos spreads terem derivado do evento Americanas, não enxerga um problema sistêmico no crédito corporativo brasileiro.

O especialista também compara o atual contexto com o cenário acompanhado em 2015, onde reforça que nesse momento é perceptível a alavancagem menor das empresas. Além disso, Adriano conta que olhando para a taxa de juros daqui pra frente, a taxa está negativamente inclina, sugerindo cortes de juros à frente. E as expectativas para o cenário de crédito são diferentes do acompanhado anteriormente.

Sua visão positiva para o mercado de crédito nos próximos meses está relacionado a: (i) volta das emissões primarias, que em sua visão boa parte tem sido absorvida por bancos, sendo uma visão positiva do ponto de vista de oportunidades, (ii) redução de resgates, que apesar de ainda ter movimento de saída estão em patamares menores do que o observado no final de janeiro e por fim (iii) início de um movimento de aplicações, que na visão do gestor mostra que existe investidores olhando para as oportunidades do mercado.

O que esperar dos fundos de crédito?

“Não é uma crise, é um aumento de spreads – e se a gente acredita que esses spreads em um horizonte de 12 meses vão voltar para normalidade, a melhor forma de transmitir isso é alongando a carteira.”

Adriano conta que atualmente o fundo tem mais de 250 ativos, sendo 160 riscos diferentes, e com um risco bastante pulverizado. Com caixa relevante e quase 50% da alocação em debentures, FIDCs e LFs, ele reforça que essa é uma oportunidade de alocação mantendo a liquidez e disciplina dos fundos – buscando esse aumento de duration.

O aumento de carrego também é frisado pelo analista, que reforça o carrego atual em CDI+1.6% acima do observado no início do ano – reforçando que “faz sentido alocar de acordo com o discurso, estamos enxergando boas oportunidades”

Confira os próximos webinars sobre o tema

Para dar visibilidade sobre que está acontecendo no mercado de crédito privado, neste mês de março, a cada semana, realizaremos um webinar na qual receberemos um gestor renomado da indústria de fundos de crédito para uma conversa de altíssimo nível. Os próximos são:

 22/03 às 17h: Riza Asset
• 29/03 às 17h: Capitânia Investimentos

As transmissões serão abertas ao público, entretanto com capacidade limitada a 1.000 pessoas por transmissão, podendo haver fila de entrada. Inscreva-se em: https://bit.ly/PapodeFundosCP

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