Seleção Global: as ações ganhadoras da próxima década

No painel “Seleção Global: as ações ganhadoras da próxima década” da Expert XP 2025, os convidados Thomas Kamei, do Morgan Stanley, e Andrew Heiskell, da Wellington, conversaram com Fabiano Cintra, da XP, sobre as oportunidades de investimento no mercado de ações global, analisando setores promissores, estratégias de alocação de ativos e os fatores macroeconômicos que devem influenciar o desempenho das ações ao longo dos próximos anos.

Ajuste de rota: dos EUA para o resto do mundo

Heiskell comentou sobre o “excepcionalismo americano”, destacando que os Estados Unidos historicamente concentraram o capital global por apresentarem ativos mais negociados e desempenho consistente.

Porém, apesar da força contínua de empresas como Apple, Meta e Nvidia, o gestor observa uma descentralização do capital, impulsionada pelo dólar mais fraco e pela busca por oportunidades em outras regiões. Mercados emergentes têm se beneficiado desse movimento, enquanto o Japão se destaca pela recuperação de sua moeda e crescimento econômico.

Kamei compartilhou como tem ajustado sua abordagem de risco e retorno, ressaltando que as grandes assimetrias acontecem quando se está sozinho e certo. Para ele, investir fora do país tornou-se uma necessidade estratégica.

A volatilidade como oportunidade

A ampliação da receita em outros setores e regiões já começa a se refletir em maior rotatividade. No campo macroeconômico, 2025 não representa uma ruptura isolada, mas parte de uma nova malha global em formação, marcada pela desglobalização e pela busca de resiliência.

Heiskell destacou o padrão de escalada e desescalada das tensões comerciais, enquanto Thomas apontou a segurança de dados e a sustentabilidade como temas centrais para geração de alfa. Ambos reforçaram a importância de pensar o risco de forma ampla e enxergar a volatilidade como oportunidade.

Como capturar as oportunidades da próxima década

O painel trouxe uma leitura estratégica e abrangente sobre o futuro dos investimentos em ações globais. Heiskell e Kamei destacaram a importância de acompanhar os movimentos do capital internacional, os impactos da inteligência artificial e os desdobramentos macroeconômicos em curso. Ambos reforçaram que, em um mundo cada vez mais dinâmico e descentralizado, a gestão ativa e a capacidade de adaptação serão diferenciais essenciais para capturar as oportunidades da próxima década.

O Morgan Stanley tem se dedicado a estudar os impactos de segunda ordem da inteligência artificial, especialmente na mão de obra, e acredita que a IA representa uma revolução na produtividade, capaz de transformar modelos de negócio e gerar vantagens competitivas.

Os gestores também discutiram o papel da gestão ativa diante da dominância das “Sete Magníficas”, que concentraram o crescimento recente do mercado.