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Política fiscal em debate: desafios e caminhos para o Brasil

Diante do debate crescente sobre contas públicas no mundo, cresce a comparação entre o desafio fiscal no Brasil e países desenvolvidos

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Em painel moderado pelo economista-chefe da XP, Caio Megale, Solange Scrour, head de Macroeconomia para o Brasil no UBS Global Wealth Management, e Pedro Jobim, economista-chefe da Legacy Capital, debateram a questão fiscal no Brasil nesta sexta-feira (25), na Expert XP 2025.

Como pano de fundo, os economistas destacaram que o desafio fiscal vai muito além do curto prazo. A questão central, neste momento, deve ser centrada na criação de um novo arcabouço fiscal sustentável no longo prazo que garanta a estabilização da dívida pública, não em encontrar soluções de curto prazo para atingir metas estabelecidas para 2025 e 2026.

Nesse contexto, a dinâmica da dívida traz um cenário binário, com diferenças de resultados muito notáveis:

  1. A manutenção da política econômica atual, focada em ajustes de curto prazo por meio da elevação de receitas, a partir do qual teremos a retomada da inflação e manutenção de juros altos; e
  2. Alternância de política econômica, com reformas estruturais que permitam a retomada do equilíbrio entre política fiscal e monetária.

Ajustes necessários são possíveis?

Para Solange, o senso de urgência visto no mercado hoje não é observado no campo político nem social.

Uma economia que cresce, inflação relativamente estável e desemprego em patamares historicamente baixos acabam por “esconder” questões estruturais preocupantes. Na mesma linha, o ambiente político entre Executivo e Congresso atual não sinaliza espaço para mudanças que demandam debates de alta complexidade.

“Faltava dólar, e o ajuste chegava”

Para o economista chefe da XP, crises econômicas no passado recente eram caracterizadas pela efetiva falta de dólares – uma vez que nossa dívida pública era majoritariamente denominada em dólares. A urgência da falta de moeda estrangeira acabava por elevar a sensação de urgência de um ajuste.

Assim, apesar da redução da vulnerabilidade externa trazida pelo processo de desdolarização da dívida pública e pela evolução institucional positiva, o senso de urgência político-social perdeu força – contribuindo para adiar reformas estruturais essenciais que permitiriam o crescimento sustentado de longo prazo. Nesse contexto, Jobim destacou que a continuidade de uma política fiscal como a atual não deve levar a uma depressão da economia no curto prazo, mas a um equilíbrio com inflação e juros mais altos e um crescimento mais baixo ao longo do tempo.

O fiscal no relativo

Diante do debate crescente sobre contas públicas no mundo, cresce a comparação entre o desafio fiscal no Brasil e países desenvolvidos, primordialmente os Estados Unidos.

Porém, para os economistas, a situação brasileira deve ser comparada com outros emergentes, que seguem em sua maioria com métricas fiscais (dívida/PIB) muito mais baixas do que o Brasil, além de um menor custo de carrego da dívida.

Para Solange, não há crise fiscal que os Estados Unidos enfrentem, que o Brasil não sofra “em dobro”. Afinal, a percepção de risco relativa de um país em desenvolvimento será invariavelmente maior do que da maior economia do mundo. Assim, não devemos reduzir a relevância do desafio fiscal brasileiro sob esse argumento.

Desafio tarifário e juros

Os economistas também debateram a questão tarifária entre os Estados Unidos e Brasil.

Para Jobim, o tema deve seguir trazendo volatilidade aos mercados brasileiros, com uma probabilidade maior de um resultado negativo para o Brasil – apesar da menor relevância relativa do comércio global para a economia brasileira. Na mesma linha, Solange e Caio entendem que a incerteza oriunda do tema deve seguir pesado sobre a precificação de ativos no Brasil.

Por fim, os economistas entendem que, apesar dos desafios latentes, há espaço para corte de juros por parte do Banco Central no início do ano que vem, diante da melhora recente de métricas de inflação e de certa redução no ritmo da atividade econômica.

Não obstante, a magnitude do ciclo de cortes dependerá (justamente) do progresso das ditas reformas estruturantes.

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