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Ministro Luís Barroso propõe agenda institucional pós-pandemia

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, propôs nesta quinta-feira (16), no palco principal da Expert XP 2020, uma agenda institucional para o pós-pandemia.

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O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, propôs nesta quinta-feira (16), no palco principal da Expert XP 2020, uma agenda institucional para o pós-pandemia.

“Vai haver uma agenda sanitária, uma política e eu citaria uma institucional. E, para mim, ela tem seis itens fundamentais”.

De acordo com Barroso, essas deveriam ser as prioridades do país na discussão pós-crise.

1: Integridade, que vem antes da ideologia e das escolhas políticas. Não desviar dinheiro no espaço público, no privado não passar ninguém para trás.

2: Solidariedade: nem todo mundo foi afetado, e temos ricos financeiros suficientes para ter mais filantropia no Brasil.

3: Facho de luz sobre a pobreza. Dentro dos limites da situação fiscal, devemos ter como prioridade enfrentar a pobreza extrema no Brasil.

4: Competência. Precisamos ir buscar quem estudou, sabe o que está fazendo e acabar com nepotismo. Escolher as melhores pessoas para os melhores lugares.

5: Educação básica. Estamos negligenciando ela, a que vai da pré-escola até a infantil. Tem que ser item na agenda de desenvolvimento, pois isso nos atrasou na história.

6: Ciência e tecnologia. Precisamos investir muito nisso também, com a prioridade possível, e em ciência e tecnologia precisamos colocar muito foco.

“Precisamos ter um pacto em que o honesto é normalidade e não exceção.”

Ministro Luís Roberto Barroso

“Não há como o Brasil ser desenvolvido com os padrões de ética pública que tínhamos e sem investir em educação básica”, apontou.

Barroso começou a conversa explicando que suas preocupações no começo do ano foram superadas por uma preocupação ainda maior quando a pandemia atingiu o Brasil.

“As minhas maiores preocupações no começo do ano eram: fake news, mudança climática, crise comercial entre EUA e China e risco de isso evoluir para uma nova guerra fria. E a partir de março a pandemia se sobrepõe a todas essas preocupações.”

Impactos da covid-19

Temos uma situação multidimensional. A primeira é que ela é sanitária – 14 milhões de casos e quase 600 mil mortos, quase o tanto quanto a guerra civil americana. Com a circunstância grave de que não há remédio, nem vacina. Só podemos fazer o isolamento social.

A segunda dimensão é como o isolamento impactou a economia. Como se dará a antecipação de uma recessão, por exemplo. Timidamente estávamos saindo de uma recessão que começou no começo de 2014 e vamos entrar em outra.

A terceira dimensão é a social. Quantidade grande de empresas quebrando e o Brasil, que já tinha quadro alto de desemprego, vive uma renovação desse quadro, com o risco de dobrar seu número de desempregados.

E por fim a dimensão fiscal da crise, que é igualmente extremamente importante porque há pressão sobre os cofres públicos para atender as pessoas e as empresas. Mas isso num momento em que estávamos com um grau de endividamento público muito alto. Já se fala em chegarmos a 100% do PIB.

Tivemos também uma dimensão institucional. A situação coloca uma pressão nas instituições, do executivo e legislativo com o judiciário.

Eleições 2020

E como tudo isso afeta as eleições previstas para 2020? “Nos aconselhamos com todos os especialistas sanitários e biólogos e todos recomendaram o adiamento em algum período. A compreensão médica é a de que a partir de setembro a doença estará descendente. Por isso vamos fazer as eleições em novembro.”

Outro ponto que preocupa é a segurança das eleições. A consultoria sanitária será da Fiocruz, Hospital Sírio Libanês e Hospital Albert Einstein. Vamos criar protocolo para mesários, para os eleitores, fiscais e policiais. E estamos falando com a inciativa privada para doação de máscaras, álcool gel, canetas, etc.

Estamos fazendo uma campanha para que o eleitor vote com consciência. Uma outra campanha é de atrair jovens para a política, precisamos ter novas pessoas, jovens.

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