Marta dá lição sobre resiliência e diz que vai trabalhar para servir à seleção brasileira

Marta Silva, maior jogadora de futebol do mundo, afirmou em painel da Expert XP 2021 nesta quarta-feira (25) que vai trabalhar para continuar a “servir à seleção”. Marta lamentou o resultado da partida contra o Canadá nas Olimpíadas de Tóquio, que eliminou o Brasil dos Jogos, mas se mostrou disposta a seguir em frente.  

“A minha meta é me manter aí por bastante tempo praticando o esporte. Não posso garantir que vou estar na seleção ou não porque eu não me convoco, mas eu vou estar trabalhando constantemente para, se de repente a oportunidade aparecer, eu estar pronta para servir à seleção e com muito amor.” 

Luta por salários iguais entre homens e mulheres

Ao lado de Rachel Maia, CEO na RM Consulting Consumer Goods, e de Maya Gabeira, recordista mundial de ondas grandes, Marta falou sobre equidade salarial, desafios profissionais enfrentados pelas mulheres e também sobre o investimento no futebol feminino.  

“Existe uma palavra que a gente precisa praticar constantemente. É a resiliência”, afirmou Marta, no painel “Mulheres que conquistaram o mundo”, que contou com a mediação de Marta Pinheiro, sócia e diretora ESG na XP, Thienne Czizeweski, product manager da XP Inc. e da jornalista e empresária Glenda Kozlowski.   

As três reforçaram que a luta pela equidade salarial é constante, e não só no esporte. “É uma questão cultural, esse ponto do machismo aqui na América Latina muito forte”, afirmou Rachel.

Maya lembrou que, há alguns anos, houve a decisão da liga mundial de surfe de igualar a premiação masculina da feminina, mas que isso não veio facilmente. “É uma luta dura. As mudanças elas não vêm de graça, elas não vêm pacíficas. São todas através de bastante luta. Sempre algum grupo, uma atleta ou algumas atletas se juntam e realmente pressionam a entidade para criar essas mudanças”, afirmou.  

A variável S da agenda ESG

Segundo Rachel, muitos segmentos estão mudando a passos mais lentos que outros, mas muitas empresas também estão se abrindo para entender como fazer essa mudança em busca de equidade salarial e também da maior diversidade.

Ela enxerga, porém, muitas empresas andando “lateralmente”. “No caso, não prestar atenção à variável S, do ESG, e não começar a ser mais equitativa. O consumidor vai perceber aquelas empresas que não trazem propósito e automaticamente serão eliminadas”, explicou Rachel, que completou: “Essa mudança é necessária e vamos fazer juntas”.  A sigla ESG vem do termo em inglês Environmental, Social and Governance – ou, em português, ASG, referindo-se à Ambiental, Social e Governança. 

Durante o painel, a executiva incentivou as mulheres a se unirem. “Está tudo bem ter medo num processo de mudança, de transformação. O que não está tudo bem é você se sentir sozinha nesta transformação.”

Você define o seu sonho

Duas vezes recordista mundial de ondas grandes, a surfista Maya Gabeira também compartilhou suas metas, e disse que hoje tem mais medo do que antes do acidente que quase a levou à morte. “Eu tento me preparar muito bem para fazer o meu trabalho, então é sempre essa minha missão”, afirmou.

Lições motivadoras, aliás, não faltaram durante todo o painel. “Não deixe ninguém definir o seu sonho. Você define o seu sonho”, disse Rachel. No final do evento, Marta se disse emocionada. “No final de tudo, o nosso objetivo maior não é ser melhor ou pior do que ninguém. O nosso objetivo é ter realmente um mundo mais igualitário”, afirmou.

Confira a programação completa da Expert XP 2021.

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